Capítulo 50

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Até alguns dias, Jonas tentava se redimir pelo que havia feito, mas talvez tenha se tocado que eu não o queria mais e não voltou a me procurar. Claro que o que ele fez foi deprimente e teve peso direto sob minha decisão, só que Rodrigo participou ativamente dela, simplesmente por reaparecer e me fazer perceber que nunca deixei de amá-lo. Fico tão feliz quando a cada manhã recebo um sorriso dele quando passo pelo corredor. Embora não tenhamos tido um contato mais íntimo desde a nossa antiga cidade, me sentia satisfeita em vê-lo todos os dias e receber seus sorrisos, que, pelo menos para mim, parecem super apaixonados, que nem os meus.

Em uma certa manhã de sábado, estava eu fazendo faxina, junto com Mayla (mutirão de duas pessoas para arrumar minha casa), e decidimos dar uma reorganizada nos arranjos do lar.
No final de toda arrumação, nos jogamos no sofá totalmente cansadas, até que a campainha toca.

— Ah, não, vai abrir lá, Jhulya.

— Vai lá, May, eu estou mais acabada que você. — digo e a campainha toca mais uma vez.

— Pedra, papel ou tesoura?

Escolhi papel e ela pedra.

— Haha, nojenta. — diz em tom de deboche e vai abrir a porta.

— Entrega para senhorita Marinho. — diz um jovem rapaz que, aparentemente, é um entregador.

— Só um minuto. — diz Mayla — Eu disse que era você que deveria atender a porta, palhaça.

— Ah, May, o que foi? — me levanto e vou até a porta.

— Entrega para a senhorita. — diz o rapaz. — Por favor, assine aqui e logo subiremos.

Olho para a May que, assim como eu, não faz a menor ideia do que se trata. Assino o papel de entrega e autorizo a subida.

— Será que não é algo que você tenha comprado para redecorar o ambiente? — pergunta.

— Bom, eu não me esqueceria se tivesse comprado. — digo.

Logo surgem os entregadores, vários deles, trazendo vários arranjos de flores.

— Onde deixamos isso, senhorita? — pergunta um deles.

Inicialmente eu fico sem palavras e, quando vejo a quantidade imensa, apenas digo "deixem em qualquer lugar". Em poucos minutos, minha sala parecia uma estufa. Tão linda e tão perfumada, fiquei tão deslumbrada, até que o último entregador, me entrega um bilhete.

Esse mimo é para que você saiba que eu te cuidarei como se fosse uma flor, para que eu possa sempre sentir seu cheiro e para que você alegre e enfeite a minha vida. 

Te convido a sair comigo hoje, te busco às 20h00.

Rodrigo.

Fui a loucura! Com sorriso de orelha a orelha, esqueço completamente que estava cansada. Admiro cada arranjo de flores, falo para Mayla o quanto elas são lindas entre "olha essa", "olha essa outra", até que me situo e vejo a necessidade de me preparar como nunca para essa noite. Vou para a frente do armário e me ponho a pensar.

— Hoje tem, safadhena! — May está tão eufórica quanto eu.

— Eu estou tão feliz, amiga, nem sei como expressar.

— Sei que sim, vida, nunca te vi assim desde que te conheci, mas e aí, tem um look a altura? — pergunta.

— É o que estou tentando descobrir, mas provavelmente, não. Além de ter tão poucas roupas, nem pude trazer todas.  — respondo.

Meu querido professorOnde histórias criam vida. Descubra agora