Capítulo 39

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Rodrigo

Os dias se passavam e eu não a esquecia. Jhuly estava sempre em meus pensamentos, mas não podia mais fazer nada por nós, fui ameaçado por ela própria. Resolvi então, ouvi-la. Fui atrás de Patrícia assumir minhas responsabilidades. O mais certo a se fazer é me casar e dar uma família descente ao meu filho. Sinto remorso pelo que causei a Jhuly e sinto culpa pelo dia que bebi na presença de Patrícia, não me lembro de nada, apenas de ter acordado com ela e, depois, a grande surpresa. Eu nunca havia a levado para cama, e fui fazer isso justamente no dia em que não estava em posse da minha lucidez.

(...)

Mais uma semana agitada se inicia. Em tempos de prova, os alunos ficam eufóricos. Vou para o colégio e como hoje não estarei monitorando sala alguma, resolvo ir para a biblioteca. Inesperadamente, encontro a minha menina, Jhuly. Nos falamos, mas novamente as coisas saíram do controle e a fiz chorar outra vez, sinto raiva de mim por isso. Ela foge, mas não consigo resistir e a procuro, ela estava cabisbaixa, triste e eu não sei se entendia. Ela ficou assim ao saber que eu estava noivo e por eu ter ignorado o que ela tentava me dizer, mas não era possível que não fosse verdade, eu não seria tão estúpido de não perceber.

Depois de ser completamente ignorado e deixar Jhuly em casa, decido ir ver se Patrícia precisa de algo, pois sempre está se queixando da minha ausência. Ia ligar para avisá-la, mas meu celular está descarregado. Vou mesmo assim. Chego ao seu apartamento e toco a campainha várias vezes, mas ninguém atende. Uma moça sai do quarto ao lado e pergunta:

— Está procurando Patrícia?

— Sim, você sabe se ela está? — pergunto.

— Ela subiu, não faz muito tempo, está no último andar, foi tomar um sol.

— Obrigado!

Fui pelas escadas, pois o elevador custa muito a chegar. Por que diabos essa mulher não foi tomar sol na área de lazer, junto com os outros moradores? Finalmente chego ao último andar. O que vejo me impressiona. Patrícia está na sua forma mais atlética, sua barriga era magra e chapada, diferentemente de ontem. Quando ela se dá conta de que estou ali, fica paralisada. Nem preciso que ela fale algo, agora vejo o que Jhuly estava tentando me dizer.

— Rodrigo, eu posso explicar. — Patrícia diz vindo atrás de mim.

— Pode explicar o que? Que você me fez de palhaço fingindo uma gravidez? Como eu fui burro. Aquele dia havia bebido muito por ter perdido a mulher que amo e você se aproveitou, fingindo ter dormido comigo, como você pôde?

— Eu fiz por amor, Rodrigo! — ela diz.

— Amor doentio? — pergunto.

— Calma, Rodrigo! Agora que vamos nos casar, posso te dar quantos filhos você quiser.

— Você acha mesmo que vai haver casamento? Só se eu estivesse ficando louco. — digo enfurecido.

— Rodrigo, se você pensa que vai sair daqui direto pros braços daquela fedelha, você está enganado.

— Vai à merda, você não manda na minha vida.

— Se você se aproximar dela, eu te denunciarei.

Nesse instante eu paro e ela começa a rir.

— Se você não pode ficar comigo, com ela você também não fica.

Saio com muita raiva dali e vou para minha casa, nunca imaginei que ela pudesse ser tão perversa, mas agora só consigo pensar na Jhuly, no quanto ela está sofrendo e no que eu posso fazer para me aproximar dela.

Meu querido professorOnde histórias criam vida. Descubra agora