Capítulo 11

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Que diabos viemos fazer aqui? — penso.

Ele entra e vou atrás dele. Descubro que se trata de um edifício de apartamentos, então, tiro as seguintes conclusões: ou ele mora aqui, ou era um lugar de fuga (ou algo do tipo). Será seu matadouro? Um frio percorre a minha espinha nesse instante.

Após sairmos do elevador, chegamos ao seu ap.  Nota-se que a sua organização não é apenas com os assuntos da escola. Os móveis e cada detalhe parecem ser planejados. Para um professor, eu diria que ele anda bem de vida. 

Olho para ele e percebo que segue enfurecido, então, antes de descobrir o que se passa, parto para uma tentativa falha para amenizar o clima.

—  Você mora aqui? — pergunto o que já estava mais do que óbvio.

— Jhuly, o que foi aquilo?

— Do que você tá falando? — eu sabia exatamente do que ele estava falando, mas a sonsa que habita em mim resolveu brincar em um momento que no fundo sabia que não era adequado.

— Não se finja de desentendida, pois eu perco as estribeiras. — ele diz me pressionando contra parede. — Você e aquele guri estão juntos? 

— Não, eu...

— E por que ele beijou você, Jhuly?

— Porque... — dou uma respirada — Porque não esclareci as coisas pra ele.

— Mas pra mim você vai esclarecer. — ele diz em um tom rígido — Comece a falar. — diz se afastando de mim e tentando recuperar a calma.

— Certa vez, saímos juntos e ficamos. Desde lá, não tive a oportunidade de conversar com ele novamente e isso fez com que ele achasse que tínhamos algo. Vez ou outra eu sou... Bom, eu era, surpreendida por ele nos corredores. Apenas hoje pude esclarecer que não poderíamos ser mais que amigos. Não tratei de resolver esse assunto com prioridade pois eu não tinha outra relação, então, não era tão incômodo para mim, até que ontem tive uma reviravolta e decidi que hoje, justamente hoje, esclareceria as coisas.

Ele se afasta de mim e passa as mãos no cabelo e depois de certo tempo ele se dirige em minha direção novamente:

— E você já esclareceu tudo? 

— Sim. — respondo.

Aqui uma mini pausa dramática. Rolou climão, mas consegui perceber que ele começava a se desarmar.

— Jhuly, me desculpe! Eu sei que não devo me meter na sua vida, mas aquilo me deixou louco. — ele confessa, o que acho fofo — O que aconteceu ontem foi errado, há muito tempo venho me policiando para que eu não chegasse a tal ponto com você, embora minha vontade fosse te agarrar todos os dias. Depois do nosso beijo, meus instintos se afloraram e foi decepcionante ver alguém tocar nesses lábios que eu quero que sejam só meus, principalmente alguém que tem mais a ver com você e que pode estar do seu lado todos os dias. — confesso que fiquei surpresa e ouvir aquilo fez eu ganhar o meu dia.

— Mas, digamos que eu prefira um certo professor de história. — falo me aproximando dele. Ele me envolve pela cintura e seguro seu rosto — Não tem nada que faça eu desvencilhar meus olhos ou meus pensamentos de você.

— Você é tão linda!

E quando percebo, já estamos em um beijo fogoso. Um beijo que demonstra a minha necessidade e a dele de nos invadirmos. Mesmo não tendo muito espaço na cabeça para pensar naquele momento, tinha consciência de que não sabia como agir naquela situação. Como disse a Charlie, meus encontros eram baseados em abraços e apertos de mãos, uma bitoquinha vez ou outra. Foi aí então que me lembrei dos relatos mais safados dessa pilantra, em que ela me contava alguns detalhes. Até nessas horas ela me ajuda.

Voltando aos beijos, que se acendiam cada vez mais, comecei a utilizar as mãos, que iam desbravando seu corpo. Em um impulso, minhas mãos chegam aos botões de sua camisa, e assim, vou desabotoando um a um, sem desgrudar de sua boca. Ele me pega no colo, tranço minhas pernas em sua cintura e sou levada ao seu quarto. Sem cerimônias, ele me põe na cama e alterna uma série de beijos entre minha boca e meu pescoço.

— Jhuly... — ele falava entre suspiros — você me deixa louco.

Eu mal posso responder, estou extasiada. Logo ele tira minha blusa e em seguida minha calça. Tomo a liberdade e faço o mesmo com ele e, enfim, ficamos apenas de roupa íntima. Podia ver o seu volume em sua box branca e aquilo era simplesmente tentador. Da mesma forma, percebi que a minha calcinha estava molhada, mas não saberei dizer se ele notou, embora seu corpo se esfregasse no meu com ferocidade. Sua ereção se encontrava com muitas partes do meu corpo. É como se estivéssemos transando, só que de roupa. Sem nunca ter experimentado uma relação sexual, eu senti o imenso desejo de que fosse ele, o meu professor, que me proporcionasse a experiência e me ensinasse tudo.

— Professor... — chamava por ele, mesmo sem saber por qual razão. Apenas chamava.

De repente, no meio de tanta luxúria, ao virar a cabeça para o lado, vejo no criado mudo, um relógio, então percebo que a hora passou voando. Naquele momento, muito maior que o meu tesão, era a preocupação de chegar tarde em casa e me enrolar ao ter que dar uma boa explicação aos meus pais.

— Preciso ir, professor! Afinal, meus pais estão pensando que estou na escola e já é hora da saída. — digo tentando levantar, mas sem relutar, pois eu não gostaria de me livrar daqueles beijos.

— Posso te dar uma carona. — ele se oferece, se levantando de cima de mim.

— Aceito com muito gosto.

Nos vestimos, trocamos mais uns beijos e vamos para casa. No caminho, ríamos e conversávamos, nem parecia o homem amargo que incorporava em quase todas as suas aulas. Poucos minutos de estrada e chegamos em casa. Me sinto bem de uma forma que me parecia inédita. Tomo um banho, almoço e me jogo na cama. Fico pensando que se eu não tivesse que voltar para casa, ele me comeria ali mesmo e me dou conta do despreparo total. Tenho que dá um jeito de indagar sobre isso com a Charlie sem que ela perceba, mas acho que agora isso não é o mais importante.
Após me dar conta de que toda minha timidez foi para as cucuias, rio comigo mesmo envergonhada, sabendo que era daí para pior. Adormeci em um sono da tarde pensando naquele homem e no poder que ele tinha sobre mim. Já estava com saudades.

Meu querido professorOnde histórias criam vida. Descubra agora