Acordo cedo, mais uma vez, e lembro-me que hoje serei dispensada da aula por conta da reunião do Conselho Estudantil.
Tomo um banho e vou para frente do armário escolher o que vestir. Penso na possibilidade de me encontrar com o meu caríssimo professor, então não posso ir de qualquer jeito, bem como não posso ir tão extravagante por se tratar de um ambiente escolar. À primeira vista, perco o senso do ridículo e quando vejo, já estou de saltos e vestido. Olho no espelho e lanço um "para que tá feio". Rebobino os pensamentos e penso no que a minha mãe costuma dizer: "as vezes o menos é mais". Então, coloco uma calça jeans, azul clara, com alguns detalhes desfiados, uma t-shirt branca e o tênis branco para combinar. De maquiagem, faço apenas a pele e deixo o cabelo solto.Desço exatamente às 7h30. Meus pais já tinham ido para o trabalho.
Tomo um café rapidamente e vou indo para a escola.
Chego lá passando das 08h00, mas ainda tenho algum tempo antes da reunião. Como não tenho nada pra fazer, resolvo ir direto para diretoria. Lá, tem apenas algumas pessoas. Me sento e logo após, a porta se abre revelando um homem maravilhoso.
Rodrigo chega, senta-se e cumprimenta a todos:— Bom dia!
Todos respondem em um único coro:
— Bom dia!
Exceto eu. Fico séria. Não sei exatamente porque, mas foi o que pensei para o momento.
Ele senta do outro lado da mesa, ficando de frente pra mim.
Ele fica me olhando sério e fixamente. Faço o mesmo, até que os outros chegam e a diretora começa a reunião.— Bom dia, caros discentes e docentes! — diz ela, iniciando a fala. — Hoje nos reunimos aqui com o intuito de criar um elo na relação aluno e professor e instruí-los a lhe dar com os problemas que podem ser encontrados no decorrer do ano letivo. — Mal ela sabe o tipo de elo que desejo criar.
Já sabia tudo o que tinha a dizer, pois outrora eu participara de seminários e conferências de educação, que contava com a participação de alunos. Comecei a observar o lindíssimo que se posicionava a minha frente e ele faz o mesmo. Meu coração estava batendo aceleradamente só por ele me olhar, mas eu fingia não estar ligando e continuei a encará-lo.
Passaram-se mais ou menos 2h e a reunião encerra-se. Esperei quase todos saírem, pois eu iria atrás do meu professor, mas me surpreendo quando este fica ali, como se estivesse me esperando.
Resolvo então levantar e ao me dirigir a porta, sinto uma mão me tocar.— Marinho! — diz aquela escultura de homem me olhando dos pés a cabeça.
— Oi, professor Fragoso! - respondo com o mesmo rigor, apesar de nervosa.
— Tudo certo pra hoje a tarde? — ele pergunta.
— Claro, sou uma mulher de compromisso. — respondo com um sorriso irônico.
— E essa mulher de compromisso aceita uma carona para casa? — ele pergunta pretencioso — Pois com isso, já saberei a minha rota mais tarde.
Meu coração vai a mil. Quero dizer SIM, SIM, SIM, mas não posso mostrar muito interesse. Então respondo:
— E o senhor sabe se eu vou para casa?
— Presumo que sim. — ele sorri.
— Bom, eu não ia, mas pelo que o senhor disse, aceito a carona. Você pode me dar apenas 1 minutinho?
— Claro. Te espero no estacionamento. — e se vai.
Preciso falar com a Charlie então vou em direção a sala.
Estão sem aula, então entro na sala. Vejo Raian e então saio rapidamente, porque eu ainda não sei como me portar diante dele.
Uma de minhas colegas de classe sai e peço para chamar Charlie e ela o faz.— Oi Jujuzinha! — ela me abraça e faço o mesmo.
— Qual foi? Resolveu virar fofinha? — sorrio e continuo — Vim aqui rápido lhe perguntar se você pode passar em minha casa amanhã pra repassar a matéria. — digo
— Fofinha, não, de bom humor, mas respondendo sua pergunta, claro que sim. — ela assente. — Mas, e ai, você não vai cumprimentar o Raian? — ela pergunta maliciosa.
— Estou com pressa, amiga, talvez outro dia.
— Rum. Tudo bem, né — carranca.
— Preciso ir, beijos! Até amanhã — me despeço.
— Até!
Vou em direção ao estacionamento da escola e Rodrigo está me esperando.
— Podemos ir? — Ele pergunta.
— Claro. — respondo
Ele abre a porta do carro e entro. Durante a viagem tento imaginar algo pra quebrar aquele gelo, mas sou surpreendida por ele.
— Então, Marinho, pretende prestar vestibular para quê? — ele pergunta.
— História.
— Algo me diz que não devo levar a sério — ele diz sorrindo.
— Não mesmo. — rio — Engenharia... Engenharia Civil.
— Algum problema com o curso de História? — indaga.
— Muito pelo contrário. — respondo maliciosa — Gosto até demais.
Ele me olha por um segundo e volta sua atenção para o trânsito. Já não estamos tão longe de casa, na verdade, de carro, é uma viagem bem tranquila. Logo, chegamos.
— Obrigada pela carona, senhor Fragoso! — jogo um beijo com a coragem que veio não sei de onde e saio do carro. — Até mais tarde! — entro sem deixá-lo responder.
Como cheguei mais cedo, dispenso a babá que cuida de Eloíse e fico com ela até meus pais chegarem.
Eles chegaram exatamente ao meio dia.
Almoçamos e fui para o meu quarto descansar um pouco.
Às 14h, vou tomar banho. Saio de lá mais uma vez indecisa em relação ao que vestir: uma coisa simples por se tratar apenas de aulas extras, algo bem casual, ou algo sério por eu ser uma espécie de secretária?
Após muito pensar, escolho esse look:
Bom, acho que está ok.
De maquiagem leve, desci e já eram 14h30min.
De repente, escuto uma buzina de carro e é ele. Super educado, abre a porta do veículo para que eu entre e me surpreende em sua fala:— Toda essa produção para aulas de reforço?
— Nunca sabemos o que nos espera? — respondo com um sorriso no rosto, muito feliz por ter notado o meu esmero.
Vamos direto para escola. No caminho, trocamos algumas ideias, mas nada de muito interessante. Estou um tanto ansiosa para ver no que isso vai dá.
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Meu querido professor
Romance1# Proibido - 2019 1# Aluna - 2019 ATENÇÃO: Nosso incrível romance está passando por revisão, então, aos novos leitores, quero pedir que não estranhem caso acharem partes do texto desconexas, são devido a esse processo. Não tenho uma previsão de qua...