Capítulo 42

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E o tempo passa. Semana após semana, vejo que meus pais foram deixando de lado o ocorrido com o professor, também pudera, sou muito boa atriz. Na escola, o falatório sobre a saída de Rodrigo, também cessou. O que me perturbava realmente, era a nojenta me dando aula e jogando suas indiretas, que por vezes me fez respirar fundo para não ataca-la, mas esse resquício de dejetos não perdia por esperar, de hoje não passava. Pensei por dias no que fazer e precisava de ajuda. Como Charlie agora passava as noites com seu boy, a minha aliada para essa missão seria Valentina, e como já era de se esperar, ela aceita prontamente, além do mais, era mais viável, pois ela estava outra vez em casa. Termina mais um dia de aula, dessa vez não vou ver Rodrigo, pois preciso me organizar para o que eu chamo de operação "no c* dos outros é refresco".

23:00 P.M.

Já estamos prontas para fugir, é óbvio que meus pais jamais nos deixariam sair esse horário. Parece cedo, mas para eles não, pois costumam se recolher por volta das 21h00. Então, saímos de fininho, primeira parte concluída.

— Tem certeza que já tem tudo? — Valentina pergunta para confirmar.

— Tenho sim, vamos.

Pegamos um uber e seguimos para a casa da baranga. É claro que durante a semana toda, investiguei os passos da pilantra, tudo estava muito bem esquematizado. Como quem não quer nada, sempre perguntava a Rodrigo como era onde ela morava, como tinha acesso e, assim, fui articulando tudo, milimetricamente. Descemos do carro e ficamos a espreita de um movimento que pudesse nos levar para dentro. Conseguimos entrar logo atrás de um casal de moradores e subimos até o andar da sua residência.

— Então, Jhuly, você ainda não me disse o que vai fazer. — Valentina sussurra.

— Então, veja. — Tiro da bolsa uma câmera espiã, no formato de uma barata. — Aqui na ponta desse pobre animal, tem uma câmera, e com isso eu vou tentar captar algo que me favoreça. — explico.

— Legal, bem louco, mas como você vai colocar isso dentro do apartamento dela? — pergunta.

— Para isso eu trouxe você.

— Eu? O que eu vou fazer? — se espanta.

— Você é inteligente o suficiente para bater na porta dela, inventar qualquer coisa e empurrar essa baratinha para dentro.

— Me sinto honrada por confiar isso a mim, pode deixar. — ela diz.

Assim, vamos ao plano, me escondo na parte que dá acesso às escadas e Valentina vai até sua porta.

— Pois não? — a Chernobyl diz ao atender.

— Por obséquio, a senhora poderia baixar o volume da sua televisão? A minha vó não está conseguindo dormir. — boa, garota!

— Como é, querida? Minha televisão está no volume regular. E quem é você? Nunca te vi por aqui. — pergunta.

— Eu também nunca te vi, uma pena te conhecer assim, mas espero não ter mais problemas com a senhora, ou reportarei ao síndico por estar violando os direitos dos idosos, tenha uma boa noite! — Valentina diz e se retira.

Ela se certifica que o entulho fechou a porta e vem até mim.

— Conseguiu? — pergunto.

— Liga aí seu celular e veja.

Pego meu celular e vejo que as imagens já aparecem, então controlo a barata espiã e a escondo debaixo do sofá para que ela não veja.

— Vamos para fora antes que nos descubram, de lá, a gente capta as imagens. — digo e nos retiramos.

Meu querido professorOnde histórias criam vida. Descubra agora