Amanheceu. Levanto feliz, me arrumo e partiu: escola.
Chego ao mesmo tempo que Charlie e começamos a falar sobre nossos encontros.
Vamos rindo e brincando pelos corredores e dou de cara com Rodrigo. Penso que vou descolar pelo menos um sorrisinho, mas que nada, ele se mantém sério. Eu sei que isso é para ninguém desconfiar, mas as vezes me irrita. Um bom dia não mataria ninguém.— Ele sabe disfarçar muito bem, já você... — diz Charlie.
— Nem começa!
— Tudo bem. — ela começa a rir.
— Então, vim para escola pensando em não assistirmos as últimas aulas, porque do contrário, nós não sairemos a tempo de procurar um coreógrafo. — exponho a minha opinião.
— Concordo com você, hein. Sempre quis um pretexto para sair da escola e esse me parece perfeito. Estou gostando da sua mudança radical, senhorita ex corretinha. — sempre com suas brincadeiras.
— Feito. — digo após rir de sua graça.
Nos preparamos para a primeira aula, quando Rodrigo entra na sala, para minha surpresa. Meu coração acelera cada vez que vejo esse homem, e não só o meu, percebo que outras alunas estão morrendo de amores por ele. Ainda estou tentando me acostumar com isso.
— Bom dia, pessoal! Por motivos pessoais a professora que entraria com vocês agora não poderá se fazer presente. Então, para que não fiquem sem aula e aprontando o que não devem, vim substituí-la e antecipar o conteúdo de história e, dessa forma, anteciparei também a prova mensal para segunda-feira.
Ele começa a explicar o conteúdo e eu não tiro os olhos dele, a não ser para desviar o olhar para uma certa Tiffany, que a todo momento fazia observações óbvias sobre o conteúdo, querendo pagar de nerd ou simplesmente querendo chamar atenção. Coisa oferecida! Se soubesse tanto, não estaria no reforço. Faço algumas anotações no meu caderno, quando de repente Caio, meu colega que estava ao lado, me pergunta algo referente ao tema. Ao lhe explicar, Rodrigo chama minha atenção na frente de todos:
— Imagino que já domine o conteúdo para estar de conversa, senhorita Marinho?
Desnecessário, né, mores. Não vi absolutamente nada de errado, nem foi tão sonoro a ponto de atrapalhar a aula, mas se ele está pensando que pode me constranger assim e que eu vou engolir um desaforo desse nível simplesmente por estar caidinha por ele, está muito enganado, não irei demonstrar fraqueza. O burburinho que havia dentro da sala, ele não parou, curioso, não é? Mas se ele estava disposto a ser ríspido, eu estava muito mais. Desci pro play.
— Domino sim! Posso até dar uma aula, se for de sua vontade.
A galera lança um "aaaaaaaahhhhh".
— Silêncio! — se dirige a turma e depois a mim — Não é necessário, mas não atrapalhe quem ainda não sabe o assunto. — ele rebate.
— Até onde eu sei, sou a monitora desta disciplina e posso ajudar qualquer aluno que de mim precise. — na lata.
Novamente, a turma se agita.
— Já pedi para que façam silêncio, do contrário, suspensão para todos, inclusive para você, Marinho.
— Como queira. — puta da vida.
Charlie me lança um olhar como quem diz "vamos parar por aqui" e tento ficar mais amena, mas isso não vai deixar de ser assunto em um próximo momento, pode apostar.
A aula termina e os alunos se retiram da sala. Exceto por Tiffany, que sempre tem algo a tratar com ele. Fico mais furiosa ainda e me dirijo a Charlie.
— Vamos embora agora!
— "Demorô"! — Charlie se empolga e saímos dali, antes que o indelicado me repreenda mais uma vez.
Arrumo minhas coisas enquanto os dois ficam de papinho. Faço questão de sair e passar na velocidade sonic, até mesmo para evitar satisfações que eu não queria prestar no momento.
— Já vai, Jhuly? — pergunta Tiffany, que faz com que ele repare que estou de saída e não é para o intervalo. Que cínica!
— O ar aqui está pesado. — continuo meu caminho e saio com Charlie.
Poucos passos depois, escuto uma voz esbravejar atrás de nós.
— Onde vocês pensam que vão? — era Rodrigo.
— Vamos embora para não atrapalhar quem ainda não entendeu o conteúdo. — viro e vou embora me sentido vitoriosa. Sabia que na frente das pessoas ele não tentaria nada contra mim.
— Ai, que isso? Que lacre! Bem que ele mereceu. — diz Charlotte.
— Isso que dá me tirarem do meu senso. — rimos.
— Bom, por onde vamos? Como começamos? — ela pergunta.
— Tenho duas opções. Podemos ir na academia em que a mamãe praticava aulas de dança ver se tem alguém disponível a nos ensinar, ou podemos falar com a galera da Cléo, lembra dela? Foi estudar em um colégio de elite e lá eles fazem de tudo.
— Você acha mesmo que ela nos ajudaria, Jhuly? Tipo assim, ela deve está cagando para a gente, nem deve se lembrar que existimos.
— Não custa tentar, não é? — insisto.
— Jhuuuuly!
— Olha só, o não a gente já tem, vamos atrás da humilhação. E acho melhor irmos direto com ela, pois, pensando bem, um instrutor que maneja aulas de dança para senhoras não nos acrescentaria em muito. — ela ri e concorda.
Após concordarmos, vamos para um bosque que fica ali perto do colégio. Pego o celular e disco o número da Cléo, que por sorte, é o mesmo. Conseguimos contato, explicamos nossa situação e ela foi super receptiva, inclusive falou que seria bom para ela para treinar suas habilidades de capitã da equipe, então acertamos e fazemos pontos ao nosso favor. Acabou que não era necessário cabular aula e até dava tempo de voltar e assistir todo o resto, mas eu não gostaria de me encontrar com certo professor, por isso lanchamos ali e voltamos mais cedo para casa.
Ao chegar, subo, tomo um banho, pego meu celular e vejo minha caixa de mensagens cheia.
Pra onde você foi?
Você sabia que pode sofrer as consequências de matar aula?
Diz onde você está que vou buscar você.
E inúmeras outras. Resolvi não responder. Que ele reflita que para toda ação existe uma reação.
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Meu querido professor
Roman d'amour1# Proibido - 2019 1# Aluna - 2019 ATENÇÃO: Nosso incrível romance está passando por revisão, então, aos novos leitores, quero pedir que não estranhem caso acharem partes do texto desconexas, são devido a esse processo. Não tenho uma previsão de qua...