Capítulo 34

5.4K 292 5
                                    

Acordo com sacudidas da minha mãe dizendo:

— Jhulyane, são 06:45, você vai chegar atrasada.

— Não vou para aula, mãe. — respondo sem tirar o cobertor de cima de mim.

— E por que não? Ainda não se sente bem?

— Eu acho que estou com baixa resistência. — minto.

— Então, vamos ao médico, ele te examinará e passará uma medicação.

— Eu só preciso descansar, mãe, por favor.

— Ok, Jhuly, mas se você não melhorar até mais tarde, nós iremos, sim. — ela diz — Estou indo para o trabalho, qualquer coisa, você me liga.

— Está certo, mãe. —respondo.

Claro que não posso aparecer com essa cara inchada na escola, parece que virei um zumbi e dos piores. Depois de não conseguir mais achar jeito para continuar dormindo, saio da cama, tomo um banho, coloco um vestidinho solto e preparo uma máscara facial que aprendi em um blog, para tentar amenizar essas olheiras. Desço, vou até a cozinha, tomo um café e vou para a sala assistir televisão. Ao chegar, percebo que há um envelope no chão, que foi empurrado por baixo da porta. Quem terá sido o ignorante que não deixou na caixa de correspondência? Vejo que é de uma clínica, mas não tem ninguém doente nesta casa. Olho no verso e está escrito "Para Jhuly". Ave Maria, a letra parece ser de mulher, eu hein, mas se é para mim, vou abrir. 

Nessa hora a minha pressão cai

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


Nessa hora a minha pressão cai. Tudo escurece e não vejo mais nada.

(...)

Acordo com um papel na mão. Me lembro de tudo e me desabo em choro. Vou para meu quarto, quase que arrastada, pego meu celular na intenção de pedir para Charlie me socorrer o mais rápido possível e vejo que há inúmeras ligações e mensagens desse cafajeste. Sinto uma repulsa imensa, me sinto enjoada. Espero pouco tempo e Charlie já está em minha casa e conto tudo a ela.

— Amiga, sei que você deve se sentir a pior pessoa do mundo, mas não é, você é incrível. Infelizmente, o mundo está cheio de caras babacas como ele. — Charlie aconselha enquanto me afaga — Ao menos agora descobrimos o tipo de pessoa que ele é e temos que ficar agradecidas por ele não ter feito um estrago maior na sua vida.

— Como eu fui tão cega, Charlie. O amor nos cega e mesmo com tanta raiva, eu o amo. — digo chorando.

— Eu sei, amor, sei, mas dê tempo ao tempo, ele é poderoso. — ela diz.

Eu apenas fico em seu colo, chorando.

— Jhuly, eu estava aqui pensando e, para o seu bem, é melhor você dar um  tempo da escola, sabe? Pois você não vai conseguir esquecê-lo se esbarrar com ele todos os dias. Olha, eu prometo que repassarei a matéria enquanto você estuda em casa, você vai bem em todas as disciplinas, sei que não te prejudicará, mas você precisa cuidar do seu emocional. Além do mais, seria bom que esses dias fossem longe da sua casa, pois ele pode vir aqui te procurar como nas outras vezes. Você tem uns tios muito legais, poderia passar uns dias com eles e, ah, tem a minha casa também, você sabe.

Meu querido professorOnde histórias criam vida. Descubra agora