Mais uma semana de provas se inicia. Minha mãe me deixa na escola e vou direto para sala. Chego e vejo Charlie mergulhada nos cadernos.
— Estudando na última hora? — pergunto e me sento.
— Tipo, sá comé né? — ela diz e rimos.
Me acomodo, coloco os fones de ouvido, tento relaxar e espero as provas começarem. A professora Soraia é quem ficará monitorando, enquanto fazemos provas de ciências humanas.
Prova super tranquila, termino, entrego, me retiro e vou para biblioteca, está muito cedo para ir pra casa. Coloco os fones de ouvido outra vez, e saio pelos imensos corredores, recheados de livros, quando de repente, no final de um desses corredores, encontro um certo professor que sempre me deixa abalada.— Jhuly, você por aqui? — Rodrigo pergunta.
— Incomum, não é? — debocho, pois sempre estou por aqui.
— Precisa de ajuda para escolher? — ele se dispõe.
— Talvez.
Ele me acompanha por imensos corredores e vai explicando as sessões, como se eu não as conhecesse tão bem.
— Você está bem? — pergunta.
— Na medida do possível e o senhor?
— Bem...
— E o bebê? — pergunto para saber se ele continua sendo trouxa.
— Ele está bem. — responde sem jeito.
— E já sabem o sexo?
— Não, ainda é cedo para saber.
— Ah, sim, mas com certeza será um bebê de sorte... muito amado. — digo olhando para os livros.
— Com certeza vai, e protegido também, Patrícia não deixa eu nem tocar na sua barriga. — de repente ele para — Mas acho que não deveria estar falando disso com você, afinal... — o interrompo.
— Imagina, estou até interessada, mas como assim? Não deixa tocar? Isso é estranho, hein?!
— Só é cuidado.
— Rodrigo.
— Sim? — ele responde.
— E se ela não estiver grávida? — pergunto na intenção de plantar uma dúvida.
— Como pode dizer isso?
— Das vezes que você me levou para a cama, você teve o cuidado de não deixar nada acontecer, e quando esteve com ela, você não pensou nisso? Tem certeza que não há nada de estranho nessa história? — pergunto.
— Você está ficando louca ou apenas tentando chamar atenção?
— O quê? — fico indignada com a audácia desse homem.
— A barriga dela já dá sinais de desenvolvimento do bebê. Apesar de entender sua revolta, eu não posso fazer nada, é meu filho, não tenta eu fazer sentir nada de ruim por alguém que não tem culpa.
— Quer saber? Enfia um rojão no c* e sai voando. Continua sendo trouxa! — me viro para me retirar e ele segura o meu braço. Olho para sua mão e vejo uma aliança.
— Você vai casar? — pergunto com raiva e frustração.
— É minha obrigação moral.
Lágrimas começam a rolar pelo meu rosto e ele parece aflito.
— Você é um idiota sem tamanho. — saio dali rapidamente e vou para o banheiro terminar o choro que comecei. Depois que me senti satisfeita em choro, saio e me sento em um dos bancos do pátio. Fico por longos minutos olhando pro nada e sinto a presença de alguém no meu lado.
— Jhuly, eu só vou fazer isso pelo meu filho. — ele diz, tentando acompanhar meu olhar.
— Seu filho... — digo.
— É, Jhuly.
— Cara, você é muito mais trouxa do que eu. — falo como se estivesse em anestesia. Lágrimas invisíveis rolam por todo o meu rosto.
— Jhuly, eu quis você, mas você me empurrou para longe, então achei que o melhor a se fazer era dar suporte a essa criança.
Olho pra ele e digo:
— Sim, eu te afastei justamente por achar que você fosse ser pai.
— Por que eu sinto que você está insinuando que essa gravidez é falsa? — pergunta.
— Descubra sozinho... — me levanto e vou em direção ao portão.
— Jhuly. — ele me chama.
— Sim?
Ele chega perto e diz:
— Me espere na esquina.
Me viro e saio. Não tenho certeza do que fazer, só vou indo. Ao chegar na esquina do colégio, decido não esperar e seguir. Quando estou me aproximando da próxima, Rodrigo me alcança em seu carro. Ele abaixa o vidro e diz:
— Entra!
Continuo andando como se ninguém estivesse falando comigo. Ele me segue.
— Jhuly, entra, se não te coloco a força!
— Experimenta! — respondo no impulso.
Ele sai do carro, me carrega sem o menor pudor e me coloca no carro. Ele acelera e vai.
— Jhuly, você não sabe o quanto tudo isso me machuca e o quanto estou confuso. Mais uma vez, o destino me atribui uma carga que não é minha.
Agora pronto, coitadinho dele, o destino é cruel apenas com ele, fala sério!
Não respondo nada, vou muda durante toda a viagem. Quando chego na esquina de casa, apenas digo "obrigada" e saio. Entro e me ponho a pensar.
— Ele vai casar. — digo sozinha. — Não há mais o que fazer, até ele descobrir, ela vai estar grávida de verdade. O jeito é torcer para que o ano acabe logo e eu me livre de tudo.
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Meu querido professor
Romance1# Proibido - 2019 1# Aluna - 2019 ATENÇÃO: Nosso incrível romance está passando por revisão, então, aos novos leitores, quero pedir que não estranhem caso acharem partes do texto desconexas, são devido a esse processo. Não tenho uma previsão de qua...