Capítulo 25

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A semana de férias começam para a maioria dos alunos, para mim, ainda não. Meus pais estão fazendo os últimos ajustes para nossa viagem até o Vale Europeu, em Santa Catarina, que está sendo planejada há meses. Charlie foi passar a semana na fazenda dos pais de seu namorado e na próxima, viajará com a família. Acabo ficando sem nada para fazer. Pego o celular, olho os meus contatos para ver se posso marcar algo com alguém e nada. O único contato com o qual eu gostaria de fazer algo, é impossível, nem preciso citar seu nome. A espera de algum milagre, fico mirando meu celular, até que recebo uma mensagem (a força do pensamento deu certo).

Bom dia, princesa! Sei que suas férias começaram, mas encontrei um material aqui que lhe ajudará muito na sua revisão para o vestibular e quero ceder a você. Espero seu retorno no próximo bimestre para que eu te entregue. Abraços!

Tá legal, vai me dizer que o destino não está me jogando para cima dele?

Bom dia, prof! Na verdade eu ainda não viajei e estou sem nada para fazer. Você poderia me entregar em algum lugar.

Em instantes, uma nova mensagem:

Adoraria, mas meu carro está na oficina.

Como sempre tenho uma boa solução para tudo, me propus a buscar em sua casa.

Jhu, não sei se é uma boa ideia

Prometo que só irei pegar o material, eu sei me comportar.

Dessa forma, combinamos de eu passar em sua casa a tarde e a emocionada que habita em mim mal podia esperar por isso.

*********

Tomo um banho, coloco um vestidinho solto, de alcinha, rasteirinha e vou. Pego um uber e chego dentro de 20 minutos, em média. Subo nervosa até o seu apartamento e toco a campainha. Rodrigo abre a porta e ele está sem camisa, apenas de short (que visão, meus amigos).

— Jhuly, não sabia que vinha agora, pensei que só apareceria mais tarde — ele me olha dos pés a cabeça e depois retoma a fala — Entre!

Me sento em um sofá e em seguida ele surge com alguns papeis e explicações sobre as atividades e conteúdos.

— Bem, Jhuly, esses são alguns dos conteúdos mais importantes que o vestibular vai cobrar de você. — ele diz.

— Obrigada, professor! Agora terei norte para estudar, mas melhor seria se eu tivesse um professor pra me ajudar. — não estou para gracinhas.

— Sei que consegue sozinha, você é uma aluna exemplar. — ele diz.

— Eu também sei, professor. — rio maliciosa. Humildade passou longe.

— Você é uma graça mesmo. Mas, realmente, você consegue lidar muito bem com isso sozinha.

— Consigo, mas não é o caso da disciplina de física, por isso terei aulas particulares com o professor de física, aquele gostoso. — minto como se fosse a própria filha do Naldo Benny.

— O que? Você está falando sério? — ele pergunta com certo tom que demonstra irritação. 

— Sim, só não sei se vou conseguir me concentrar apenas no conteúdo da aula. — digo parecendo imaginar alguma cena erótica com ele.

— Jhulyane, você não pode se envolver com ele. — ele diz bem alterado. 

— E por que não? 

— Porque não, Jhuly.

Ele se vira e passa a mão em seu cabelo, tentando se acalmar. Aproveito e o abraço por trás e digo:

— Claro que eu não estou falando sério, não seria capaz — digo depositando um beijo em suas costas.

Ele se vira e me segura pela cintura.

— Eu não poderia suportar isso, Jhuly. — diz olhando em meus olhos.

— Me senti exatamente assim quando descobri sobre você e Patrícia. — falo.

— Jhuly... — ele fala me colocando bem junto a seu corpo.

—Sim, professor. — digo o encarando.

— Eu senti sua falta, mais do que qualquer um possa imaginar, mas eu não poderia prejudicar você. Venho procurando meios para te esquecer, mas é tão difícil. Basta eu te ver para que eu enfraqueça. — ele me diz, acariciando meu rosto.

— Não tem porque você lutar contra uma coisa que nós dois queremos. — digo a ele, tentando convencê-lo de que o melhor para nós dois é ficarmos juntos.

— Me convenço cada vez mais sempre que lhe vejo. — ele diz roçando seu nariz no meu.

Não posso mais aguentar. Dou-lhe um beijo bem ousado, preenchendo cada espaço de sua boca. Puxo seu cabelo e tento me esfregar o máximo em seu corpo. Suas mãos sempre curiosas explorando meu corpo e algo aqui em baixo começava a pulsar. Estávamos prestes a evoluir o nível, quando alguém toca a campainha. 

— Que saco! — digo.

— Não fique brava, minha princesinha. Verei quem é e despacharei. — ele me diz e me dá um selinho. 

— Está bem, mas vista uma camisa, ninguém pode ver meu professor gato assim. — ordeno. Ele sorri e se veste.

Enquanto isso, me sento, arrumo meu cabelo com as mãos e a campainha continua tocando.
Rodrigo volta para abrir a porta e surpresa: era Patrícia. Mal ele abre a porta e ela o agarra e o beija, o que me deixa em um ódio extremo. Depois desse showzinho, ela me vê e com a maior cara de sonsa pergunta: 

— O que essa mocinha faz aqui, amor?

— Ela veio buscar um material de apoio para estudo. — ele responde.

— Nas férias? — ela pergunta novamente.

— Sim, nas férias. Você já foi vestibulanda ou simplesmente comprou o seu diploma na faculdade? — eu respondo.

Ela me olha seriamente e faço o mesmo.

— Rodrigo — ela diz —, poderia pegar um pouco de água para mim?

— Claro. — vai lá o cachorrinho dela.

Ele vai para cozinha e ela se aproxima de mim e diz:

— Olha, mocinha, sei muito bem que está tentando seduzir Rodrigo. Percebi desde a primeira vez que olhei pra essa sua cara de cínica. Mas, fique você sabendo que ele nunca olharia para você e nunca arriscaria o seu trabalho para estar com você. Então se mantenha longe, será melhor para você.

— Olha só, dona estagiária, estou pouco me lixando para você ou para o seu namorado. Se manca ou se mata, faz esse favor.

Rodrigo retorna.

— Falavam de algo? — ele pergunta, talvez devesse achar que eu entregaria seu pescoço.

— Nada demais, sua aluna estava apenas falando que seus professores são incompetentes, eu achei um absurdo. — nojenta para um caramba.

— Exatamente, alunos apresentando um seminário conseguem ensinar mais do que certos professores, como a senhora. — lhe atravesso. — Já estou de saída. Obrigada, Rodrigo! 

— Professor. — ela corrige.

— Isso aqui está parecendo uma sala de aula para você? — faço uma pergunta que não necessita de resposta — Foi o que pensei. 

Me retiro, dessa vez, decidida a mandar ambos para a casa do inimigo. Tiro meu time de campo. Fim de jogo para mim.

Meu querido professorOnde histórias criam vida. Descubra agora