Capítulo 7

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Chega o sábado.
Me dou ao luxo de levantar às 9h da manhã, tomo um banho, visto uma roupa qualquer e vou esperar Charlie, que não demora muito a chegar.

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— Bom dia, Jhu! — ela me cumprimenta com abraços e beijos.

— Bom dia, Charlie! Me mostre o que eu perdi.

Ela pega o caderno e me explica os pontos mais importantes, mostra os exercícios e tudo mais. Tudo bem que as vezes ela varia das ideias, mas é uma menina muito inteligente e usa isso a seu favor quando necessário.

— Nem deu pra perguntar antes, mas como foi a reunião? — Charlie pergunta curiosa.

— Apenas coisas chatas de reunião, sabe como é, né? Nada demais. — respondo. 

— Nada mesmo? — ela insiste — Eu soube que o professor cat estava lá.

— Sim, estava. Não teve nada de interessante. Ele apenas me deu uma carona. — respondo.

— Opaaaa! Se isso não é interessante, me diz o que é porque eu não sei. — ela ri.

— Não é mesmo. O interessante ocorreu pela tarde. — explico.

Em um arregalar de olhos, Charlie pede para que eu conte tudo. Então, narrei toda história e ela parecia muito impressionada com tudo que eu havia dito.

— Jhulyzinhaaa, não acredito! Você conseguiu pegar o prof. — ela brinca  — Estou começando a ficar com medo de você. Ou com inveja, tanto faz.

— Não seja boba. — rimos juntas.

— Mas Jhu, isso é algo sério a se pensar, e o Raian? E como fica? — ela indaga.

— O que tem ele? — respondo com outra pergunta.

— Como assim "o que tem ele"? Rolou algo entre vocês.

— Aquilo não foi nada, Charlie.

— Não? Então explica pra ele, porque ele anda animadinho demais pensando que vocês tem algo. — ela comenta — E aliás, um beijo não é qualquer coisa, principalmente para você que nunca se envolveu com alguém. No máximo, abraços e apertos de mão.

— Vou fazer algo a respeito, mas não é para tanto. Além do mais, você que vive falando para eu amadurecer as relações.

— Bom, então mexa seus pauzinhos o mais rápido possível, pra evitar problemas, e me lembre de reformular meus conselhos a você — ela me alerta, mas sempre em tom de brincadeira.

— Tudo bem, agora me conta suas novidades, porque te conheço muito bem e sei que por trás dessa carinha de anjo, você esconde algo. — brinco com ela.

— Ai, amiga, conhecendo um carinha aí. — ela fala com uma expressão muito grande de felicidade — Ele é todo lindo e carinhoso. Vamos sair hoje a noite, espero avançar outro nível.

— Te conhecendo como te conheço, sei que esse outro nível vai além de beijinhos. — nesse momento, rimos juntas — Fico muito feliz por você, Charlie. — abraço ela — Mas vê se toma cuidado hein!?

— Pode deixar.

Conversamos por um longo tempo. Voltamos a falar do beijo com o professor Rodrigo, ela me conhecia tão bem que por mais que eu tentasse disfarçar, ela percebia como isso estava me impactando naquele momento. Já estava quase na hora do almoço quando Charlie foi embora.
Depois de comer pensando no tal de Rodrigo, fui tentar me distrair e a melhor maneira era me afundar nos estudos, e assim o fiz. Estudei até o finalzinho da tarde e me recolhi cedo.

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Domingo chega voando. Levanto um pouco mais tarde e vou tomar um banho. Não tendo nada de atrativo pra fazer, passo a manhã em uma maratona de séries de um canal fechado.
Pela tarde, dou outra espiadinha nas matérias e arrumo os materiais pra aula de amanhã.
Não tenho a mínima ideia de como me portar em relação ao professor de história, mas o nervosismo já se mostra desde agora.
Depois de fazer isso, resolvo ir caminhar pra sair da monotonia diária.
Tomo um banho, prendo o cabelo em um rabo de cavalo e escolhe esse look:

Tomo um banho, prendo o cabelo em um rabo de cavalo e escolhe esse look:

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Saio em direção ao parque e lá começo me alongar. Depois, faço uma corridinha de leve — bem leve mesmo —, mas paro em pouco tempo, pois estou fora de forma. Compro uma água mineral e me sento em um dos bancos quando, de repente, vejo a imagem de alguém que me parece familiar. Familiar e muito lindo.

Sim, era Rodrigo. Ficaria feliz em vê-lo se não estivesse acompanhado de uma mulherzinha.
Eles parecem super felizes, nem parece aquele professor sério e muitas vezes arrogante.
Será ela namorada, esposa ou algum casinho? Não sei. Acho que ele se referia a isso quando disse que tem alguns assuntos para resolver por essas bandas.

Fico muito irritada, na minha cabeça tenho muitas razões para isso. Primeiro, me senti usada e rejeitada com o seu beijo, seguido de arrependimento. Segundo, se essa pessoa é sua namorada, esposa, ou o que seja, por qual motivo tomou certas liberdades comigo?

De raiva com o mundo, resolvo ir pra casa, mas claro, preciso passar na frente dele, afinal, estou de tirar o fôlego, literalmente. Assim o faço, passo na frente deles e finjo não enxergá-los. Se arranquei olhares, não faço ideia, se atingi o alvo pretendido, muito menos, mas eu estava muito furiosa naquele momento para pensar nisso.

Chego em casa, tomo um banho, troco de roupa e espero a hora do jantar.
Depois de comer, me recolho cedo pois o dia de amanhã será um tanto conturbado.
Se esse professor ao menos saísse da minha mente...

Meu querido professorOnde histórias criam vida. Descubra agora