Capítulo 27

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Tinha que tocar a vida, não é mesmo? Dizem que o que é nosso encontra caminhos próprios para nos alcançar, então, segui o fluxo. Três dias após a praia, estava com as malas prontas, só aguardando pelo início oficial das minhas férias. Meus pais decidem sair para fazer compras para a viagem e eu prefiro ficar descansando. Elô me acompanha nessa manhã.

Estava distraída para a televisão, quando de repente meu celular toca e me desperta. Era um número desconhecido, poderia ser Charlie me ligando da fazenda ou poderia ser spam, mas resolvo atender.

— Jhuly

— Rodrigo? — meu coração erra as batidas.

— Jhuly, preciso muito falar com você, posso ir até aí?

— Não, meus pais estão em casa.

— Não estão. Eu vi quando eles saíram, já estou há alguns minutos aqui na frente. — é o que? — Por favor. — continua. Eu sei que não devia, mas ele já estava aí, afinal.

— Ok. Pode vir. — desligo o celular um pouco assustada, vou até a porta e ele já está lá. Sempre lindo, sempre radiante.

— Não aguentei de saudade, tinha que te ver a qualquer custo. — diz ele me abraçando sem me dar tempo.

— Entre! - convido-o. Ele se acomoda e prossigo. — Você não tem muito tempo, diga o que deseja.

—Jhuly, eu estou disposto a ter uma relação com você. 

Nesse momento eu fico paralisada. Talvez os meus ouvidos não estejam funcionando bem.

— É o que? — faço a cara de quem não está entendendo nada, pois realmente não estou.

— Jhuly, eu não consigo mais ficar longe de você. Já tentei de inúmeras maneiras, mas percebo que é em vão, não quero mais ficar um segundo sem você. Você quer ser minha namorada? — ele lança a proposta. 

Cristalizo bem ali. Não dava para acreditar.

— Você tá de brincadeira comigo? — pergunto incrédula.

— Acha que eu viria aqui só para brincar? — ele me olha sério e continua — Eu preciso muito de você, preciso saber se aceita, se ainda está disposta.

— Rodrigo, mas é claro que sim, você não sabe como idealizei esse momento. — e dessa vez meus olhos estão mareados de emoção. O abraço e lhe dou um beijo apaixonado — Finalmente você terminou com a Patrícia.

— Jhuly, ainda não terminei com ela. — ele responde. 

— O que? — me solto dele de pressa — Eu sabia que isso era algum tipo de sacanagem.

— Meu amor, calma, eu não aguentava mais ficar longe de você. Vim pra cá sem pensar, sem nada fazer antes, mas eu dou a minha palavra que resolverei isso hoje mesmo. — ele explica. 

— Como eu já lhe disse, resolva antes. Você já sabe que estou disposta, mas não teremos nada até você ser livre.

Ele respira fundo.

— Tudo bem, pelo menos estou mais tranquilo com a sua resposta e muito feliz em te ver, princesa. Onde estão seus pais? 

— Foram fazer compras para a viagem.

— Então, curtirão as férias em família? Quando irão?

— Sim, vamos na segunda-feira.

— E vai me deixar só aqui? Logo agora? — ele faz beicinho.

— Culpa sua, mas eu desistiria facilmente se você tivesse solucionado os nossos problemas.  

— Estou brincando, bravinha. — ele sorri. — Não te pediria isso. Mas posso saber para onde irão?

— Assim... Será uma tour pela Europa, apenas.

— Ah, claro, apenas. Bem sútil mesmo. — ele ri e eu também.

— Vamos para uma das cidades do circuito Vale Europeu, em Santa Catarina. 

— Já ouvi falar muito bem de lá. — ele diz.

— E é por isso que vamos.

— Onde vocês ficarão hospedados? — ele pergunta.

— Em uma pousada, em Blumenau. Não lembro exatamente o nome, acho que Casa da Pedra, algo assim, mas sei que é uma das mais tradicionais da região, por quê?

— Nada demais, só queria saber se ficaria bem acomodada. — ele diz.

— Ficaremos, mas, por favor, resolve logo isso, pois agora vou pensar em você mais de o habitual.

— Resolverei, eu prometo. Agora eu vou indo antes que seus pais cheguem. A gente vai se falando, tá bom?

— Tá bom. — respondo.

Ele me da um beijo suave e se despede de mim. Estou a um passo de ser a menina mais feliz do mundo se ele realmente botar tudo em pratos limpos. O restante eu não sei como podemos resolver, mas juntos podemos pensar melhor, eu só precisava torcer para que ele se livrasse logo da tal Patrícia, a pedra no meu sapato.

Meu querido professorOnde histórias criam vida. Descubra agora