PRIMEIRO BEIJO

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P.O.V Amy

   Não faço a menor ideia do que está acontecendo comigo, mas ver ele carregar ela me dá ainda mais vontade de acabar com essa piranha e dar um tapa na cara desse idiota.

   Continuamos andando e a cada passo sinto o ódio crescer. Eu vou acabar com essa vadia! Vejo Jeff me encarar desconfiado e ao mesmo tempo confuso, mas mantenho minha compostura e olho para lua, ela me tranquiliza.

    Andamos por mais quinze minutos e chegamos. Entrando na casa, ele a colocou em uma cadeira e a amarrou.

  — Agora é só esperar.

  — Esperar? — começo a rir.

  — Sim, senhorita, esperar. — diz sério.

  — Mesmo? Porque pelo o que eu calculei ela deve acordar em 1, 2, 3... agora!

   Ela abriu os olhos rapidamente.

  — Por favor, me deixem sair daqui! — implora em meio ao desespero.

  — Que voz mais irritante! Como você pôde esquecer a mordaça, idiota?

  — Achei que você gostaria de ouvir os gritos da sua primeira vítima. — ele sorri. Eu ainda mato esse desgraçado.

   Me acalmo e dou de ombros. Dou um olhar frio e mortal para a garota.

  — Se você ficar quietinha vai ser melhor pra você. — digo.

  — Quer ajuda? — pergunta o idiota.

  — Não, deixa que eu cuido dela sozinha.

  — Ok então. — dá de ombros.

   Tiro a faca do meu bolso e resolvo começar a brincadeira.

   Faço vários cortes em seus braços e pernas. Corto um sorriso em sua boca e arranco seus dedos. Decido acabar logo de uma vez com o sofrimento da vadia, olha que bondosa eu sou.

  — Call me Dead and your time has come! — digo e por fim quebro seu pescoço. Sinto um peso incrível sair dos meus ombros.

   Suspiro, eu estou exausta. Sinto uma mão tocar meu ombro e olho para trás.

  — Bela frase. "Me chame de morte e a sua hora chegou", é isso?

  — É.

   Minha respiração se encontra completamente desregulada. Perco o equilíbrio e quase caio de cara no chão, mas Jeff me pegou antes que eu me esborrachasse.

  — Parece cansada. Acho que até a garota mais vingativa do mundo pode ficar cansada. — ele ri.

  — C- Cala a boca!

   Ele me olha seriamente preocupado e coloca a sua mão em minha testa. Meu coração volta a disparar e fico corada.

  — O-O que você...

  — Shhhh! Você está com febre, não vai conseguir voltar a pé para a mansão. — diz já me tomando em seus braços, me carregando.

  — O- O QUE VOCÊ...?

  — Fica quieta! Não se esforce muito!

   Só não reclamo porque ele realmente está certo, por mais que eu não queira admitir. Me encosto ao seu peito, o som do coração dele batendo desse jeito é como uma bela música para mim. O que está acontecendo comigo? Me responde, Jeff? Acabo adormecendo com aquele som maravilhosamente intrigante.

...........

   Acordo, olho em volta e vejo que estou no quarto de Jeff. Percebo que eu já não estou mais com meu moletom e sim com a minha blusa. O quarto estava todo escuro,  a única luz que entrava ali era a luz da lua. Vou em direção à sacada do quarto e começo a encará-la, ela estava maravilhosa como sempre.

  — A lua cheia sempre me traz lembranças. — falo para mim mesma e acabo deixando escapar um sorriso.

   Sinto o vento se chocar contra mim e fecho os olhos. Não tem muito tempo que me reencontrei com Jeff em uma noite como essa.

   — Como vai, minha velha amiga? —  pergunto para o grande e belo satélite natural.

   Vocês devem estar me achando louca, não os culpo, mas quando eu estava sozinha a lua era minha única companhia; minha única amiga.

  — Deve estar desesperada mesmo para estar falando com a lua. — diz uma voz masculina que conheço muito bem.

   Olho para o lado e encaro a figura que dissera isso. Ele está bem ao meu lado, me encarando de forma encantadora e gentil.

  — Era pra você estar na cama.

  — Já me sinto melhor.

  — Não precisa fingir o tempo todo.

  — O quê?

  — Todos tem suas fraquezas

  — Está enganado. — sorrio orgulhosa.

   Ele vem até meu ouvido.

  — Estou mesmo, Amy? — sussurra gentilmente.

   Arregalo meus olhos.

  — D- Do que você me chamou?!

  — Amy. É seu nome, não é? — diz normalmente.

  — É, mas você nunca me chamou assim. — falo meio corada.

  — Você sabe que gosto de perturbar. — o psicopata ri — Mas por que você tá conversando com a lua? — diz, já voltando ao seu ar sério.

  — Meu pai e eu costumávamos observar as estrelas. Ele amava a lua cheia, a gente se divertia muito naquela época. — sem perceber, deixo uma lágrima sem querer. — desculpa, eu não...

  — Amy... — ele diz, mas não completa a frase.

   Olho para ele e sou surpreendida por um beijo, um beijo quente e delicado onde sua língua percorre cada canto da minha boca.

    Agora me lembro, lembro do porquê essa sensação me é tão familiar. Há dez anos, em nosso primeiro encontro, ele fez meu coração disparar, achei que era de ódio, mas eu estava enganada. Estou apaixonada por Jeff the Killer, apaixonada pelo assassino que matou meu pai! Mas que droga! O beijo mais intensamente enquanto as lágrimas descem.

   Nos separamos pela maldita falta de ar, ele me olha e vai embora.

  — O que aconteceu aqui? — sussurro para mim mesma com a mão sob meus lábios.

   Não consigo segurar as lágrimas que agora são de dor. Por que ele fez isso? Por que isso dói tanto? Ele me rejeitou? O que está acontecendo comigo?

  — DROGA! — dou um soco e acabo quebrando um pouco a parede. Não me importo com o sangue que está a escorrer da minha mão. Eu quero sumir.

Musica:True love-Pink

Meu Psicopata-Jeff The KillerOnde histórias criam vida. Descubra agora