38 • Mother's Council

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Halley's POV

Jenna vive muito bem. Eu digo isso porque no momento estou parada em frente à mansão em que ela mora. É um lugar bastante refinado, com um gramado bem cuidado, portões de ferro bem pintados e câmeras plantadas por toda a extensão do grande muro que cerca a propriedade. Nossa chegada foi anunciada a um homem que controlava o fluxo de pessoas que entravam e saíam pelo portão, mais conhecido como porteiro. Não foi preciso muito para entrarmos com o carro na calçada de pedregulhos que eu suponho levar para algum tipo de garagem, Jenna liberou nossa entrada.

Andamos pouco até a grande porta, fomos recebidos pelo mordomo, um senhor de idade muito simpático por sinal. Finalmente nos encaminhamos para um salão de inverno, onde uma mulher alta de longos cabelos de um tom de castanho arruivado nos esperava. Ela trajava uma saia lápis preta, uma camisa social branca adernada de alguns babados na parte dos botões da frente e um salto alto vermelho, um scarpin para ser exata. Combinava com seu batom vermelho queimado.

Primeiro seus olhos verde-musgo observaram Harry curiosamente e depois eles pularam para mim. Por um breve momento suas feições se afrouxaram e acho que houve um certo reconhecimento, mas logo sua cara fechou-se novamente.

- A que devo devo a honra, Sr. Styles ?! - perguntou apontando com a cabeça para as cadeiras ali presentes num gesto para sentar-nos. Só isso. Mais nada. Ela não queria saber de mim.

- O que sabe de Jack ? - Harry foi seco. Insensível, eu diria. Permaneci calada ao seu lado.

- Meu ex-marido ?! Pouca coisa. - fez pouco caso - Sei que anda se metendo com coisas ruins. Mas isso é um mal de família, ele foi criado assim. Eu amei-o achando que podia curá-lo dessa sede de ódio e vingança inacabável, eu fui uma tola. - confessou com desprezo.

- Coisas ruins ?! Que tipo de coisas ?! - Harry pressionou insatisfeito com a resposta vaga de Jenna.

- Coisas envolvendo morte de inocentes, tráfico de drogas, besteiras ali e aqui... - soltou um suspiro pesado - Soube que tentou matar uma garota inocente. Não sei muitos detalhes, apenas ouvi por aí. - referiu-se a mim sem mesmo saber - Desculpe, não perguntei seu nome. - mudou de assunto rapidamente virando-se para mim.

- A tal garota era a filha dele. Sua filha. Halley Springs. O nome dela é Halley Springs. - ele falou por mim.

- Deus... Você... - ela pareceu um pouco desestabilizada - Você está viva. - os olhos dela estavam molhados, mas ela recusava-se a chorar.

- Estou. - foi tudo o que eu disse.

- Pensei que estivesse morta, Jackson disse.. Ah meu Deus, eu sou tão tola por ainda acreditar nesse homem. Me desculpe. Eu.. Não sei como reagir. Quer dizer, minha filha está viva, está na minha frente e é tão bonita. - ela deixou finalmente as lágrimas caírem - Posso .. - fungou - Posso te abraçar ?! - eu me rendi aos seus braços, então sem pensar na possibilidade dela ser uma assassina louca.

Aquilo pareceu tão certo. Eu me senti acolhida, amada, me senti em casa. Meus olhos encheram-se de água e eu não segurei o choro.

- Mãe... - murmurei em seus braços.

- Ah, querida, não chore, por favor. - falou segurando em meu rosto e limpando minhas lágrimas - Nunca demonstre seus sentimentos assim, Halley, é assim que ele sabem suas fraquezas, é assim que te matam. Isso é um conselho de mãe, por favor siga-o com atenção. Os sentimentos matam, saiba quando senti-los e quando ignora-los. - seus olhos estavam focados nos meus e eu assenti. Eu levaria aquilo para o resto de minha vida, eu pararia de sentir, só assim eu não me feriria.

- Eu vou guardar esse conselho para mim, mamãe, pode deixar. - ela plantou um beijo na minha testa e sua ficha pareceu cair quando virou-se para Harry.

- Você disse que Jackson está tentando matar a minha filha ?! É isso mesmo ?! - seu olhar agora era de ódio.

- Sim, Sra. Springs, viemos na esperança de descobrir onde ele está. Eu quero por um fim nisso. - Harry admitiu.

- Eu não sei onde ele está, Harry, mas eu lhe digo, se ele está tentando acabar com a vida da minha garotinha, ele vai ter que passar por mim e pelos meus homens primeiro. Eu vou ajudar você e sua equipe. Vocês têm meu apoio, no que posso ajudar ?! - minha mãe disponibilizou-se.

- Então, preciso que você mande homens para rastrear Jack, só assim ..... - e Harry começou a arquitetar um plano para caçar o homem que me aterrorizava, mas que nunca iria saber disso.

Saímos da mansão no fim da tarde. Estava tudo certo, tudo planejado.

Eu devo confessar que não esperava isso da minha mãe, na verdade nem sei se confio nela. Ela estava bem receptiva quando descobriu, mas nessa família... Qualquer piscada de olho é uma farsa, uma cilada. Não quero me precipitar, vou esperar que ela prove que merece minha confiança.

No carro tive bastante tempo para pensar em seu conselho. Apesar dela não me dar motivos de confiança, o que havia sido dito era totalmente verdade. Eu percebi isso com o tempo. Os sentimentos nos deixam vulneráveis, Harry é a prova viva disso. Ele me amou e deixou que isso tomasse conta de sua vida, ele tornou a minha segurança a sua prioridade, só porque me amou e não escondeu isso. Agora ele tem um alvo vermelho enorme em suas costas. Eu estava cansada de deixar que os outros lutassem minhas batalhas. Mesmo que fosse para o meu bem. Eu não quero ninguém em perigo por causa de mim.

Meus pensamentos foram interrompidos assim que chegamos na casa. Estava tudo em seu lugar, tudo normal, normal demais para ser bom. Os segundos seguintes foram flashes constantes na minha cabeça. A luz começou a falhar e um grito agudo cortou o silêncio que assombrava aquele salão enorme. Não tive tempo para pensar, fui puxada por Harold até o jardim de inverno, de onde o som vinha.

As armas estavam apontadas para o meu amigo de infância, que segurava aquele controle de forma agressiva, fazendo com que os nós de seus dedos mostrassem-se brancos. O pânico tomou conta de cada centímetro do meu corpo. O sangue fluía de forma rápida por todos os capilares e cada célula do meu ser. Eu estava deixando as emoções me dominarem, eu estava expondo-as bem ali. Então parei. Tomei fôlego o suficiente para proferir:

- Tyler, deixa a Fabiana fora disso. Você não quer fazer isso. - falei com calma.

- CALA A BOCA ! - respondeu-me brutalmente.

- Tyler, solta ela. - eu olhava para a garota apavorada nos braços daquele homem e sentia raiva, raiva porque eu era a responsável.

- ESCUTA. EU VOU APERTAR ESSE BOTÃO E TUDO VAI EXPLODIR SE VOCÊS NÃO ME DEREM O CHIP ! - do que caralhos ele está falando ?

- TYLER SOLTA ESSA MERDA AGORA, SEU FILHO DA PUTA !! - meu corpo estava quente. Eu estava prestes a explodir. Fiquei surpresa por Harry estar deixando eu tomar conta da situação.

- ME DÁ A PORRA DO CHIP ! - berrou.

- EU NÃO SEI DE CHIP NENHUM ! É A SUA ÚLTIMA CHANCE OU VÃO ATIRAR EM VOCÊ ! - gritei.

- EU NÃO QUERO SAB... - e quando eu vi já havia feito. Não tinha volta.

Eu simplesmente explodi.

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Bem, gente, resolvi colocar mais personagens, no próximo capítulo (provavelmente) tudo vai ser explicado.
Ainda não está perfeito, eu sei, mas é o que eu consigo fazer por agora. Espero que tenham gostado mesmo assim.

Música de Hoje (desculpem se for repetida, não achava nenhuma que se encaixasse no capítulo, nem mesmo essa se encaixa, mas enfim...):

Ocean Drive - Duke Dumont

Votem e comentem para eu ver o que vocês acharam dessa continuação !
Obrigada pelo apoio, é incrível ter vocês como leitores !

Beijos,
Gabriela. 🌬

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⏰ Última atualização: Jun 27, 2017 ⏰

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