Corri para conseguir entrar no metrô antes que a porta se fechasse. Suspirei de alívio quando estava dentro do vagão. Era 10:58 da manhã do dia em que lera o e-mail de Summer. Eu estava obviamente atrasado, mas a culpa não era minha. Não inteiramente. Abri o e-mail de Summer às 9 e pouco da manhã, logo depois de ter acordado. Estava com sono, mas decidira na noite anterior que acordaria cedo para falar com Rebeca sobre o show de Sean em Vancouver. Bem, a verdade é que eu estava morrendo de saudades de minha paixão não correspondida e precisava ligar para ela. Acabei não fazendo isso, pois li o e-mail de Summer e tive uma outra ideia genial e mais pertinente para o momento em que me encontrava. Procurei um local que pediria para Summer me mostrar. Encontrei o lugar perfeito.
Stanley Park, um parque que, segundo minhas pesquisas, é um dos maiores do mundo situado em cidades. Vi que tem praias, jardins e floresta, mas não encontrei muitas imagens sobre, justamente o que me deixou bem curioso. Ele tem um aquário também, com golfinhos nada americanos. E era o lugar que Summer me mostraria, se tudo desse certo. Só que eu acabei me atrasando por causa de minha pesquisa de local. Estava muito atrasado! Summer provavelmente desistiria de me esperar, por isso estava correndo para chegar logo à estação Burrard, a estação de sempre, como Summer dissera.
Minha respiração estava completamente descontrolada, meu coração descompassado, meu cabelo bagunçado. Não sabia se chegaria a tempo. Não sabia se Summer ainda estaria me esperando. Não sabia se aceitaria me levar para o local que desejava. Não sabia quanto tempo o metrô demoraria para viajar 5 estações. Não sabia se estragara tudo. Não sabia porque estava esperando um momento romântico.
Bem, essa parte talvez eu soubesse.
Eu sonhara com Summer Young na noite anterior. Por algum motivo eu cantava A Daydream Away, da banda All Time Low (uma música que Becky me ensinou a gostar) quando Summer Young apareceu. O sonho, antes de ela aparecer, estava em preto e branco, mas adquiriu todas as cores imagináveis quando ela entrou em foco. Primeiro o castanho avermelhado de seus cabelos, depois a pele levemente bronzeada e, por último, os olhos cor de âmbar. Pelo menos essa foi a ordem em Summer. Percebi os lábios rosados, os quais indicavam que ela andava pressionando-os. Os longos cílios batiam um contra o outro sem parar, como se estivesse nervosa.
Então eu vi flashs das melhores coisas de Summer. Sua risada. Seu sorriso. Suas frases cheias de reflexão. Suas frases sobre as coisas que gosta. Seus olhos. O nome de seu canal. A forma fofíssima que finaliza os vídeos de seu canal. A forma que trata as crianças. O jeito como aprecia a leitura com calma. A forma como aprecia um filme que considera bom. A forma como me olha. O Ethan do sonho ficava bobo com todas essas coisas. O Ethan do sonho amava uma coisa mais do que todas as outras, mas não conseguia ter coragem de repetir. O Ethan do sonho amava o toque suave dos lábio de Summer Young contra os seus, mas não tinha coragem de fazer isso novamente. O Ethan do sonho via todas as coisas boas de Summer e as substituía por coisas ruins.
Summer era, pelo que Ethan do sonho indicava, teimosa, preocupada, prestava mais atenção em filmes e livros do que em pessoas, sorria demais, não parecia saber demonstrar seu lado realmente triste... Muitas coisas. E por que o Ethan do sonho fazia isso? Porque estava comparando Summer Young com Rebeca Fletcher. O que isso indicava? Bem, quando acordei assumi que significava que era hora de deixar Rebeca de lado ao falar com Summer, para não repetir a patética frase de pessoa assustada. Eu só dissera que amava Rebeca porque estava com medo do que meus sentimentos poderiam dizer a uma garota que eu estava começando a conhecer. Estava com medo de pedir para beijá-la novamente. Estava com medo de chamá-la para sair, como praticamente fizera na noite anterior, através de um e-mail que chamei de carta. E como consegui seu e-mail? Na descrição de um vídeo, o qual não assisti (ouvi apenas o "Olá, Summer").
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Olá, Summer
RomanceEthan Pearce sente necessidade em procurar a beleza no mundo e embelezá-lo quando considera pertinente. As cores faltam para o jovem artista australiano, provavelmente devido a descrença de seus pais em suas pinturas e por sua constante mudança de p...