58 - Ultimato

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Você deve pensar que o livro romântico acaba com o beijo e o desejo de um futuro ainda mais romântico, mas não foi bem assim com minha história

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Você deve pensar que o livro romântico acaba com o beijo e o desejo de um futuro ainda mais romântico, mas não foi bem assim com minha história. Minha história precisou de muita conversa antes de chegar a um fim temporário. Precisei saber que Frankie estava com o celular de Summer em Vancouver, como uma garantia de que a garota voltaria para a cidade. Precisei saber que ela ficara morrendo de vergonha de fazer tudo o que tinha que fazer, mas minha música a dera coragem. Precisei saber que o vídeo fora todo gravado daquela forma, e que nada fora cortado. O que filmaram foi o que ficou, menos a viagem de carro, pois uma cidade fica a mais de um dia de distância da outra se escolher esse automóvel. Eles vieram de avião e voltaram um pouco, só para passar algumas cidades e a divisa de Toronto. Esperto!

E eu precisei contar algumas coisas para Summer também. Enquanto estávamos sentados na minha cama, nos olhando, contei sobre toda a situação com meus pais. Contei sobre serem controladores, e sobre sempre me impedirem de ser o que queria ser. Contei que só com ela me sentia livre para me expressar. Contei sobre quando minha mãe me batia e sobre como isso ainda me afeta. Mostrei meus desenhos de seu rosto, deixando evidente a evolução artística que eu tivera por sua causa. Contei sobre como eu me importava com o fato de que ela deveria ter sogros melhores do que os que teria comigo. Sobre como eu estava confuso sobre o que sentia. Sobre como correra quilômetros para chegar ao hospital.

Tudo!

E quando mencionei o hospital, Summer me contou qual era o verdadeiro motivo para ter acabado lá. Ela realmente se distraíra ao atravessar a rua, mas eu não fora o motivo principal. Lola fora. Por quê? Bem, vamos devagar. Primeiro precisamos falar do pai de Summer. Antes que você comece a criar teorias, não, ele não forjou a própria morte. Estava morto de verdade. Com um tiro, se quer saber. Eu não queria, mas ela me contou da mesma forma. Disse que não saberia disso se não fosse por mim. Não entendo como ajudei, mas ok. Bem, continuando... Summer perguntou coisas para sua mãe e acabou descobrindo mais do que queria. Seu pai acabara com a própria vida por causa de dívidas, realmente, mas não de apenas uma família.

Como assim?

Deixe-me explicar. Ele tinha uma família com a mãe de Summer e outra com outra mulher. Sim, ele traíra a mãe de Summer, mas a mulher só descobriu isso alguns dias antes do marido partir dessa para a melhor. E o cara, além de ser idiota ao ponto de trair uma mulher daquelas, ainda foi idiota o suficiente para endividar duas famílias! Parabéns! Você merece o prêmio de babaca da vida de Summer, mesmo depois de morto! Indignações à parte... Acontece que o homem morreu sem saber que teria outra filha. Não da parte de Summer. É, a outra mulher estava grávida quando o homem se matou, mas ela não quis a criança. Uma menina, a qual abandonou em um orfanato recém nascida. Essa era a parte que Summer sabia e não me contara, mas que decidira contar naquele momento para garantir que não houvessem segredos entre nós. 

Bem, e não acabava aí. Summer começara a trabalhar com orfanatos para tentar encontrar a tal irmã, pois ela e a mãe gostariam de ficar com ela, independente das dificuldades financeiras. E Summer a encontrou sem querer, simplesmente devido a aparência. Não teria como dizer que Lola não era irmã de Summer, certo? Errado! A justiça a mandou fazer um exame de DNA para comprovar. E ela fez, sem que Lola suspeitasse. Usara um fio de cabelo da escova da menina. E, no dia em que foi atropelada, Summer acabara de descobrir o resultado. Dera positivo! Elas eram mesmo irmãs. E Summer estava correndo para dizer isso à garota, mas não teve como fazer isso, principalmente porque acabou no hospital.

E a garotinha não sabia disso até aquele momento, pois Summer resolvera tentar as coisas comigo antes. Além disso, ela já entrara na justiça para garantir a guarda da irmã, então estava praticamente esperando para contar quando fosse a levar para casa. E eu fiquei muito feliz em saber isso!

Até lhe dei vários beijos!

Muitos!

Mas foi interrompido por um leve empurrão e por uma cara séria.

— O que foi? — Perguntei, confuso.

— Você. — Ela respondeu, cruzando os braços.

— O que tem eu?

— Você é complicado.

— Como assim?

— Não entendo o que quer.

— Então por que não pergunta? — Não era como se eu não fosse responder!

— Você vai responder? — Perguntou, desconfiada.

— Sim.

— Então preste atenção. — Ela parecia séria. Estava me encarando. — Eu quero saber o que temos.

— Como assim?

— Olha, eu gosto muito do que estamos tendo, mas eu não sou uma garota de ficar. — Ela ia terminar comigo? — Então você precisa decidir. Ou vamos para o próximo passo, ou terminamos o que temos aqui mesmo, porque eu não quero permanecer na incerteza.

Olá, SummerOnde histórias criam vida. Descubra agora