54 - Como pode doer?

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Eu deixara muitos sonhos para trás

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Eu deixara muitos sonhos para trás. Desistira de ser um artista famoso em Sydney. Depois deixei meu sonho de ser o desenhista mais famoso da Austrália. Depois o sonho de ser o melhor aluno da faculdade. E o sonho de pintar as paredes de Toronto de amarelo. E o sonho de começar a pintar meus desenhos... Bem, esse eu fiz por dois dias, quando me aventurara a pintar o rosto de Summer. Mas ainda assim desisti, assim que voltei para Toronto. E há outros sonhos dos quais desisti, como o do amor verdadeiro. Eu já o encontrara. E perdera. Tudo em um verão. Irônico, não?

Eu só gostaria de saber como isso pode doer tanto. Digo, desistir de um sonhos desses. Não é como os outros sonhos dos quais desisti, pois eles pareciam possíveis de modificar. Só que eu não tinha como modificar o amor verdadeiro. Como acredito em um amor único, não teria como viver aquilo novamente. Não se Summer fosse mesmo a pessoa escolhida para eu amar. Então eu perdera isso por completo. E doía muito! 

Mas eu pedia isso também.

Eu ficara obcecado em ver os desenhos que fizera. Primeiro porque eles me davam muito orgulho. Segundo porque eu estava com saudades de Summer. Terceiro porque precisava de um motivo para não estar com meus pais. Com minha mãe, na verdade. 

Mas não era bem isso que importava.

Eu não conseguia parar de pensar em Summer, mesmo estando em um lugar no qual não tivera nenhuma lembrança com ela. Era como se eu nunca pudesse deixá-la para trás. E eu sabia que não poderia. Summer seria para sempre meu verdadeiro amor, mesmo que eu tivesse estragado tudo. E ela nunca teria o verdadeiro amor sem mim, mas poderia chegar em algo semelhante com outro cara. Eu só não gostava de pensar nisso.

Na verdade, não gostava de pensar nela.

Ou no que representava.

Eu gostaria de ter ficado simplesmente com amnésia, sem explicação alguma. Algo trazido à tona por um pesadelo. Algo que eu simplesmente esquecesse também. Seria menos doloroso do que pensar nela a cada segundo e no tempo que desperdiçara. Queria esquecer cada coisinha estúpida, principalmente nosso último beijo. E o passeio de bicicleta antes disso. E nosso primeiro beijo. E nosso primeiro encontro. E nossa primeira conversa. E nossa última conversa não finalizada. E a cor do seu cabelo. E o brilho em seus olhos. E a maciez em suas bochechas.

Inferno! Como eu viveria sem Summer Young?

Eu até pensei em voltar para Vancouver, mas sabia que era tarde demais. Ela já devia estar me odiando demais para aceitar me perdoar. Não havia volta!

E isso doía mais do que todo o resto.


Olá, SummerOnde histórias criam vida. Descubra agora