32 - Sobre garotos e indecisões

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Ela se afastou de mim lentamente

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Ela se afastou de mim lentamente. Tinha um sorriso preguiçoso em seu rosto, um daqueles que ilumina tudo, inclusive o sol. Sim, o sol poderia ser iluminado novamente se dependesse do sorriso de Summer. Ela poderia ser o próprio sol, caso esse fosse seu desejo. Na verdade, ela brilhava mais do que o sol. Muito mais. Ela poderia ser o novo sol, responsável por ofuscar o anterior. Bem, acho que nunca falei tantas vezes a palavra "sol" de uma vez só. Isso me fez pensar. Por que eu pensei tanto em Rebeca nos dias anteriores tendo uma garota como Summer ao meu lado? É idiotice! Rebeca pode ser uma garota maravilhosa e tudo mais, mas agora percebo que ela não é para mim. Não. Nunca foi. Ela combina com Sean, assim como Summer combina comigo. Temos os dois uma mania que irrita os outros: a de contestar as coisas e de interpretá-las ao mesmo tempo, só que de uma forma que ninguém mais vê. Percebi isso ao conversarmos sobre as fusões de Steven Universe, mas isso se intensificou quando entramos em outros assuntos da trama.

Summer estava me olhando daquele jeitinho dela, deixando-me ainda mais desnorteado. Eu estava na casa dela, mas, ao contrário do que acontecia nas outras casas pelas quais passei, não me sentia desconfortável. O sorriso não desaparecia e me perguntei sobre como ela conseguia ficar assim sem sentir dor na boca. Ou sem cansar. Na verdade, eu tinha era que me perguntar sobre como tudo em minha vida acabava voltando para Summer. Por que eu só conseguia pensar nela? Acho que é porque eu estava ao seu lado, mas podia haver algo a mais. Principalmente depois da asneira que eu tinha dito para ela depois do show de Sean. Eu sentia um peso absurdo em meus ombros, tudo porque não conseguia me livrar das palavras amargas. Talvez seja por isso que eu tenha conseguido fazer uma música tão boa para a vancouverite. Ou talvez seja porque tudo nela pedia uma música. Eu podia fazer um CD intitulado "Summer Young" caso fosse compositor. Mas não sou, então só preciso tirar o peso dos meus ombros. Tenho que me redimir. Tenho que entender qual o motivo para eu ficar tão violento e irritado quando mencionam que posso estar sentindo algo por Summer.

E eu tenho quase certeza de que sinto algo, de fato. Só não nos atentemos muito a isso. Não interessa muito, não é?

Ao olhar para Summer, só consegui ver sua claridade. Quero dizer, sua felicidade tão intensa que até parece luz. Ela mesma tem muitos problemas para processar, os quais reconheço, apesar de nunca ter me dito. E mesmo assim a claridade dela permanece intensa, definindo o todo que é sua personalidade. Definindo o todo que é ser essa mulher. Mulher. O fato de eu pensar nela assim diz muito, pois sempre vejo pessoas do sexo feminino com idades próximas a minha como garotas, mas há algo em Summer que a deixa em um patamar acima. Há uma maturidade que nunca entenderei por completo e que, contudo, sempre admirarei.  Acho que a felicidade e a maturidade dela se devem por um mesmo motivo. Por um mesmo ponto. A verdade é que, pela minha interpretação, o tempo passa para Summer Young, mas são os pequenos momentos felizes que permanecem. Ela cresce e aprende com os momentos ruins, sem deixá-los defini-la. É o que vejo pelo menos.

Acho que a canadense deixa muitos de seus problemas para trás. Lembra deles vez ou outra, principalmente quando um idiota como eu menciona algo que se conecte com isso. Foi idiota falar de seu pai e da educação que ele deveria ter lhe dado, ainda mais tendo pisado no chão sagrado de sua casa pela primeira vez. Tudo poderia ter dado mais do que errado se Hayden não estivesse por perto naquele dia.

Olá, SummerOnde histórias criam vida. Descubra agora