Verdades do futuro

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*Narrador*


-Ao ver "Haru" em minhas memórias, percebi que algo estava muito errado e resolvi tomar alguma providência. Era inesperado, alguém que nunca deveria aparecer atrasou em peso nossa relação e acabei me separando de você em minhas memórias, mas antes que tomasse alguma decisão drástica que penso que realmente poderia ser melhor para nós... aquela decisão. O problema foi que fui transformada em boneca antes que pudesse ir -Alba abaixou a cabeça e tomou ar. Riin apenas a olhava com uma expressão indecifrável -Comecei a fazer os cálculos de quanto tempo levaria para atingir a meu ser e não apenas minhas memórias e isso não demoraria muito. Eu tinha que fazer alguma coisa.

-Então veio para cá. Para resolver aqui toda a bagunça. Porque não voltou antes? Para o tempo onde conheceu o desgraçado -perguntou Riin indo em direção a cama e se sentou.

-Amo...- ela percebeu a pequena confusão e limpou a garganta arrancando um sorriso travesso de Riin -Não ri droga! -ela bateu os pés no chão, sua face estava levemente corada -Costume é uma coisa difícil de se livrar!

-Pelo menos da para notar que meus sentimentos são recíprocos. Bom. Em algum ponto do futuro -ele riu ao perceber que ela estava completamente vermelha -Assim eu não vou conseguir diferenciar seu cabelo do seu rosto Senhorita.

-Ahh! Cala a boca, vamos voltar ao assunto -ela jogou o cabelo para trás o prendendo em um laço preto e se sentou do lado dele -Pelos cálculos que fiz, de acordo com os acontecimentos futuros, eu não poderia morrer de jeito nenhum. Você, seus irmãos e a Patrícia morreriam como traidores, Elien ficaria presa ao cosmo e Richard dominaria o mundo rapidamente sem interrupção de alguém ou algo parecido, seria um adiantamento do fim da liberdade em todo o mundo. Não fui para um tempo anterior porque a noite que nos conhecemos foi o máximo que conseguir voltar. O máximo que meu corpo aguentou.

-O plano dele é tão terrível assim? -questionou Riin aparentemente surpreso.

-O plano dele não pode se concretizar de maneira alguma. Eu luto contra ele a minha vida toda e até hoje para mim os limites de sua força é desconhecido -ela abaixou a cabeça e recolocou a máscara que usava anteriormente -Não posso dizer mais nada, atrapalharia o fluxo temporal.

-Você veio para cá com o intuito de salvar sua eu do passado certo? -perguntou ele e a mulher afirmou com a cabeça.

-Isso mesmo. Meus planos consistiam em mata-lo o mais breve o possível, no entanto ele descobriu um pecado que cometi, se ele morresse a denúncia seria entregue a todo reino da magia e eu e meus cúmplices seríamos caçados, torturados e selados para sempre. Se fosse comigo eu estaria pouco me fodendo, mas... você foi meu o cúmplice -a mulher virou o rosto tentando esconder seu semblante abatido.

-Que tipo de crime você cometeu? - ele questionou se aproximando da mulher. Ela foi até ele e sussurrou em seu ouvido:

-Ressuscitei um humano -a resposta trêmula da mulher chocou Riin. Logo ela que tanto despreza os humanos, cometeu um crime tão grave contra o reino humano e mágico -Não precisa me olhar assim, a humana já está morta. Sua alma ficou presa a terra pelo puro desejo de vingança, quando ela se concretizou...sua alma retornou ao mundo dos mortos.

-Por que fizera algo assim? Ela era uma humana! -ele a olhou com preocupação e ela apenas sorriu.

-Sim. Ela era apenas uma humana. Uma humana que sempre que podia estava ao meu lado e fez muito por mim. Por causa dela não me corrompi quando era apenas uma criança, ela foi uma grande mulher que morreu para proteger sua filha e dar cabo da pessoa que matou quem ela amava -ela se virou para Riin e colocou a mão sobre o rosto dele -Eu faria o mesmo se pudesse ter um filho. Eu faria o mesmo por você -ela respirou fundo e se colocou de frente a janela -Ele também possui uma refém. Uma que nem deveria ter se envolvido comigo -o semblante da mulher cada vez mais se entristecera.

-Quem?

-Merlinda -o homem se esforçou um pouco para lembrar o nome famíliar e logo a olhou surpreso -Ela nunca foi adotada, viveu a vida toda no orfanato, eu não poderia criar uma criança humana e também era jovem de mais para isso. Ela cresceu e nos tornamos amigas, lhe dei toda a assistência que podia, mas um certo dia ela desapareceu e Haru me mandou um aviso de que a tinha levado.

-Não posso acreditar -ele se aproximou dela, que por sua vez se virou para ele.

-Mas já chega. Eu preciso conversar com a Rubby, meu plano de separar vocês dois não  foi para o ralo -disse ela.

-Não entendi essa de nós separarmos -ele colocou a mão em sua cintura.

-Assim como eu fiz, ela precisa se afastar. Ela precisa se tornar forte, e perto de você isso não dá -ela puxou uma rosa e a jogou para cima. Quando a flor tocou o chão, foi substituída por seu companheiro do futuro.

~××~


Naquela mesma hora, o homem que fazia companhia a jovem e inconsciente Rubby sumiu sendo substituído por Alba.

A mulher mais velha se sentou ao lado da jovem e a acordou.

-O que aconteceu? -perguntou a jovem se sentando com a mão em sua cabeça. Olhou para os lados e se deparou com Alba -O que você quer?

-Acalme-se. Primeiro, quero que saiba uma coisa -disse a mais velha com um sorriso sarcástico no rosto.

-Sabe. Eu não consigo confiar em você -disse a mais jovem se levantando.

-Mesmo assim não consegue deixar de seguir o que digo -disse Alba friamente -Pois somos a mesma pessoa.

O choque do que foi dito abalou Rubby. Mesmo que tenha vindo desta mulher, ela não conseguia deixar de acreditar. Era como ela mesma tentando se convencer de algo.

-Não brinca com a minha cara. Como isso? -perguntou Rubby rindo nervosamente.

-Viajem temporal. Você sabe. Usamos um artefato mágico junto a nossa capacidade espiritual e mágica e somos levados a algum ano no passado, mas possuímos diversas restrições -disse Alba debochada -Vim aqui e agora para lhe dar alguns conselhos. Já que uma parte do meu plano foi para o ralo, graças a um cabeça dura e uma pirralha que perdeu o controle porque viu o namoradinho se ferir.

Death FairyOnde histórias criam vida. Descubra agora