CAPÍTULO 4: Confessa!

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Acordei no dia seguinte com a claridade do quarto. Minha cabeça estava martelando, eu não conseguia nem abrir os olhos, estava com uma ressaca desgraçada. Mas não lembro de porquê eu estar de ressaca, bom, lembro que eu ia sair com o Pablo e não lembro de mais nada. Procurei meu celular pela cama mas achei outra coisa.

— Pablo! — Falei. — Meu Deus o que eu fiz?

Olhei em volta e não reconheci o lugar onde eu estava, as paredes bege não eram do meu quarto, nem as cortinas azuis.
Pablo estava dormindo do meu lado sem camisa e tão calmo, ele fica tão lindo quando está dormindo. Mas eu estava confuso quanto a estar aqui. 

— Pablo acorda.

— O que foi? — Ele perguntou confuso.

— Como vim parar aqui? — Pablo esfregou os olhos com as costas da mão.

— Você bebeu demais ontem, eu não podia levar você naquele estado pra sua casa, então trouxe você pro meu apartamento. — Falou ele me explicando, fiquei mais calmo. — E não se preocupe, não fizemos nada. — Eu sorri com vergonha.

— Eu to com uma dor de cabeça que está me matando!

— Claro o tanto que você bebeu ontem é normal você estar assim hoje!

— Ah, eu dei vexame?

— Um pouco! — Ele sorriu.

— Que vergonha! — Cobri meu rosto com as minhas mãos.

— Vou te fazer um café bem forte!

Ele levantou da cama e estava de cueca, minha boca abriu, ele era muito bem definido, ele é meu primo, mas é um gostoso, o corpo dele todo malhado sem pelos e o volume na cueca vermelha era grande. Toda essa observação me deixava confuso.

Depois de alguns minutos ele voltou com uma bandeja com comida, da qual a única coisa que eu tomei foi o café.

— Esse café está horrível Pablo, cadê o açúcar?

— Não, pra ficar mais forte sem açúcar mesmo. — Ele falou e colocou a mão no meu rosto eu me afastei dele. — Desculpe! — Ele se levantou e foi se vestir. — Vou te levar pra sua casa, seus pais vão pirar.

— É, eles vão. — Falei meio desanimado, eu não queria me afastar de Pablo, não estava pronto.

— Você pode se arrumar, o banheiro é ali.

— Obrigado!

Enquanto eu tomava banho eu pensava na noite de ontem, me lembrei de tudo, não foi tão ruim quanto eu pensei que tinha sido, Pablo me contou muitas coisas, como ele ser gay, e isso era estranho vindo dele.
Em alguns minutos eu já estava sentado no carro dele calado, Pablo também não falava nada.

— O que foi com você? Nunca esteve tão calado! — Comentou Pablo sorrindo.

— Não sei, acho que não tenho nada pra falar!

— Nenhuma pergunta pra mim?

— Em hora não, mas obrigado por ter salvo a minha pele.

— Tudo bem, você não precisa dizer que bebeu para seus pais, eu dou uma desculpa, afinal não era sempre assim? Eu sempre salvei você!

— Isso é verdade. — Sorri.

— Me sinto cada vez mais ligado a você como quando éramos crianças.

— Eu sinto o mesmo!

Pablo ligou o radio, Never Let Me Go, da Florence estava tocando, essa música sempre me faz chorar.

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