CAPÍTULO 34: Descoberta

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      Quando acordei no outro dia eu estava no meu quarto, e usava a mesma roupa de ontem. Eu ri quando voltei a lembrar do que fiz, e ri mais ainda quando lembrei do rosto de Katarina quando eu a ataquei.
      No café meus pais estavam calados, como se estivessem com medo de falar algo.

— Eu não me arrependo de nada! — Eu quebrei o silêncio.

— Entendemos você Vítor, mas você errou.

— Não, eu não errei. Na verdade sim, eu errei no dia que deixei Pablo me trocar por aquela mulher. — Eu mantive a calma.

— Amamos você filho, mas pense bem. — Falou minha mãe.

— Eu já pensei mãe, e eu vou embora dessa casa.

      Meus pais se olharam surpresos. Eu tinha planejado tudo que eu ia fazer. Cada detalhe, era o plano perfeito. E eu o chamava "destruir a vida de Katarina".

— Você vai pra onde?

— Comprei uma casa ontem. — Tomei um gole de café.

— Como? — Meu pai ficou mais surpreso.

— Robert me ajudou com isso. — Eu ri.

— Louco Roger, esse garoto ficou louco.

— Eu vou sair, Robert me mandou as coordenadas da minha nova casa e eu tenho que assinar o contrato. — Levantei e beijei o rosto da minha mãe. — Eu volto só mais tarde.

      Pedi um táxi, eu estava agindo meio que sem pensar, e quando eu voltasse a pensar no que estava fazendo eu ia me arrepender. Mas mesmo assim liguei ontem para Robert e pedi para ele me ajudar a comprar uma casa, e ele me fez entender que eu estava jogando dinheiro fora, mas depois de uma longa discussão ele cedeu, e com a ajuda dele ou sem a ajuda dele eu ia me mudar.
      Quando cheguei na frente da casa, havia uma mulher na frente dela, uma mulher bem impaciente.

— Desculpa pela demora, eu vim de táxi. — Ela me olhou desconfiada.

— Você é jovem demais, me de um bom motivo para vender a casa pra você. — Ela cruzou os braços.

— Eu paguei quinhentos e trinta e oito milhões de reais por ela, isso é motivo suficiente não é? — Ela engoliu em seco.

— Você é o que? Um herdeiro maluco que gasta dinheiro assim do nada. — Ela riu.

— Não acho que estou jogando dinheiro fora.

— A última casa que eu vendi nesse bairro foi aquela ali do seu vizinho, ele pagou um pouco mais caro que você. — Eu ri silênciosamente. Era a casa de Pablo, eu seria seu novo vizinho.

— É uma casa muito estravagante.

— Sim é. — Estávamos nos dois observando a casa dele. — Vamos ver a sua? Eu tenho coisas pra te mostrar. — Falou a mulher já entrando na casa.

      Lembro de ter pedido para Robert conseguir uma casa que ficasse perto da casa de Pablo. Mas nunca pensei que ele ia me fazer virar vizinho dele.

— A casa tem seis quartos, três são suítes. Quatro banheiros, duas cozinhas, uma biblioteca…

— Olha moça, eu não me importo com isso, eu sou sozinho, não preciso saber cada cômodo, só diga onde eu assino e pronto.

— Esses novos ricos. — Ela revirou os olhos. — E só assinar aqui. — Ela me deu um contrato, eu não o li, queria me livrar dela o mais rápido.

— Aliás, você pode me arrumar alguém para me ajudar na mobilha da casa? — Perguntei.

— Eu vou mandar alguém pra cá, você vai poder começar a usar a casa amanhã, vamos arrumar tudo pro senhor.

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