CAPÍTULO 11: Primeira vez

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— Então Marta, o que você achou desse macacão?

— Você parece um borracheiro, esperimenta esse aqui.

— Eu odeio amarelo.

— Não seja idiota, amarelo é tudo.

— Tá bem.

      Marta hoje estava me ajudando comprar uma roupa, Pablo ia me levar para jantar em um restaurante muito chique da cidade, ele queria comemorar nosso namoro, e o fato de eu ter passado de ano, eu estava eufórico por causa desse último fato. Passar de ano, ENFIM EU TERMINEI A ESCOLA.

— Eu não vou usar um terno amarelo Marta, estou parecendo o máscara. — Ela riu alto.

— Essa loja é a melhor loja pra ternos Junior. — Olhei feio pra ela.

— Olha só Rosana, me chama de Junior de novo e você vai ver. — Ela me deu um soco, ela odiava ser chamada de Rosana tanto quanto eu de Junior.

— Eu nome é Marta de Castilho, nada de Rosana, você sabe como eu odeio esse nome.

— Tá bom Marta Rosana de Castilho. — Eu sai correndo de perto dela, não era nada seguro irritar Marta.

      Eu andei por toda a loja, nenhuma roupa me chamou a atenção, e quando algo me deixava curioso o preço fazia eu desitir.

— Você está com o cartão de crédito do Pablo, 'tá fazendo drama por que? — Marta revirou os olhos. — O Edy nunca ia me dar o cartão de crédito dele, em nenhuma hipótese.

— Por isso que eu gosto do Edy, queria que Pablo fosse como ele, rico, mas que não fosse tão mão aberta comigo. — Achei um terno todo azul e meus olhos brilharam, azul era minha cor favorita, e isso já deve ter ficado óbvio. — É esse.

— Viado eu amei. — Ela pegou o terno e virou saindo correndo com ele, parecíamos duas crianças em uma loja de gente rica. O vendedor olhava torto pra nós.

— Você acredita que Pablo queria me dar um carro, e eu tive que ficar uma semana fazendo a cabeça dele. — Fomos até o vendedor pagar pela roupa.

— E você se negou, e por isso que pobre não vai pra frente. — Marta riu e o vendedor também.

— Ela tá certa. — O vendedor começou a falar. — Quando um bofe te oferece essas oportunidades você tem que aceitar e ainda vibrar bicha. — Arqueei a sombrancelha pra ele. Ele tinha o cabelo comprido amarrado em um coque, e laranjado. Eu gostei dele.

— Escuta ele Vítor, nos escute.

— Eu não preciso de ajuda senhora Marta, e vendedor desconhecido.

— Meu nome é Raimundo, mas prefiro Rai.

— Ok Rai, a gente se vê. — Peguei as sacolas e sai da loja, Marta teve que correr pra me acompanhar.

— Não tem como eu ir nesse jantar? Quero filar uma boia de graça. — Barta bateu na barriga, eu ri.

— Não, é um jantar romântico. — Ela fez uma careta.

— A coisa mais romântica que Edy me fez foi escrever eu te amo no pênis dele.

— Que horror Marta. — Gargalhamos enquanto descíamos as escadas. — Mas ele não tatuou, não é?

— Claro que não menino.

— Ah bom.

— Mas aquele eu te amo doeu, eu sempre achei que o amor doía mas não sabia que doía tanto. — Eu fiz uma cara de espanto pra ela, e ela riu. — Você vai entender.

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