CAPÍTULO 26: Never Let Me Go

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— Agora já chega Robert, a onde você está me levando?

— Calma, estamos quase lá, cuidado aqui tem um degrau. — Ele tinha me levado para a casa dele, ela era completamente normal, não era tão grande, mas também não era  pequena. Uma casa de solteiro normal, mas muito bonita, toda azul. Seus pais não moravam com ele. Eu não sabia ao certo o porque, mas deveria ser algo delicado.
       Mas a questão é: Será que eu deveria estar aqui hoje?
      Ele colocou uma venda nos meus olhos, me disse que tinha um lugar para me mostrar, mesmo desconfiado eu deixei ele me vendar.

— Pronto chegamos. — Ele ficou atrás de mim para tirar a venda, eu me arrepiei todo e ri disso.

— Eu posso tirar isso!

— Não, eu não ia perder a oportunidade de ficar perto do seu corpo. — Eu ri e ele também.

      Ele tirou a venda, e eu me encontrei em uma enorme sala de espelhos, eu era refletido por cada espelho, e logo tinhas varios Vítor's e Robert's ali.

— Que lindo cara! — Falei excitado. Eu nunca tinha entrado em uma sala assim, mas sabia que era em salas como essa que bailarinas dançavam.

— Eu disse que ia trazer você pra dançar. — Ele falou ficando do meu lado.

— É lindo, mesmo. Você dança aqui?

— Eu tinha aulas de dança aqui, é legal, mas eu parei com as aulas a muito tempo. Mas eu gosto de usar a sala para me refletir. — Eu olhei pra ele, e tinha uma expressão encantada nos seus olhos, ele não olhou para mim, também ele não precisou. — Veja para todos esses reflexos. Cada um deles é diferente.

— Bem, eu não acho. — Olhei para os espelhos e virei minha cabeça.

— Eu ouvi dizer que o espelho pode dividir a nossa alma em sete partes. E cada uma delas com uma parte de nós.

— Sete pecados? — Perguntei confuso.

— Talvez, quem sabe, mas eu acredito que cada um desses reflexos são diferentes. — Eu estava encantado olhando ele falar. Algo em Robert me deixava fascinado, quando eu olhava para seu rosto jovem eu não sentia o tempo passar, ele tinha a mesma idade que eu, mas era um pouco maior, e mais jovem. Não que eu me sentisse um velho, Robert tinha aquela coisa de que nunca deixou a alma de criança dele morrer, era doce e cuidadoso, e é aquele tipo de pessoa que você quer proteger do mundo.
      Mas ele tinha a expressão de valentão, como eu sempre via na escola, Robert tinha um grupo de garotos velentões, mas eu nunca vi ele provocar ninguém, e nunca vi ele em nenhuma briga, os amigos dele sim, ele não.
      Então eu acho que ele era o chefe deles, mas uma cabeça sábia no meio de adolescentes vazios. E eu ficava feliz por ter me enganado com ele.

— Você era tão diferente na escola. — Falei. — Eu achei que você era um garoto problema. — Ele riu como resposta.

— Olha, eu só andava com aqueles caras pra minha segurança, ninguém ia mexer comigo se eu fosse respeitado por aqueles caras, que eram os "donos" da escola. Eu tinha medo na verdade, medo de apanhar pelo que eu sou.

— Olha, isso não tem como escapar, você não pode simplesmente tirar isso da sua vida, oque você tem que fazer é aceitar. — Eu fui para mais perto dos espelhos, onde ficava as barras.

— Você parece tão velente. — Ele me alcançou.

— Eu só não levo desaforo pra casa. — Ele me fitou por um minuto, e eu parei de respirar, e fiquei ereto. Depois ele sorriu e se afastou, esses joguinhos dele estavam me cansando já.

— Ok, vamos dançar. — Falou ele se colocando no centro da sala.

— Eu perdi a vontade,sabe, por que você não me mostra a casa? — Ele cruzou os braços.

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