CAPÍTULO 16: Confronto

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      Acordei em uma cama de hospital, óbvio. Eu fui atropelado e bati em alguma coisa dura, é a única coisa que eu lembro até perder a conciência, agora eu sei que bati minha cabeça, ela estava latejando de dor, eu fico espantado com a minha falta de sorte.
      Mas a dor fisíca não se comparava com a dor da alma,  eu me lembrei de tudo que havia acontecido e isso me atormentou.
      Senti o cheiro de flores, eram as flores da campina, elas estavam perto da minha cama. Meus olhos encheram de lágrimas.

— Filho. — Minha mãe invadio o quarto.

— Oi mãe. — Respondi enxugando o rosto.

— Eu estava muito preocupada com você nem dormi a noite, O QUE DEU EM VOCÊ DE ATRAVESSAR A RUA DAQUELA FORMA?

— Mãe, não grita comigo, desculpa.

— Eu sei que você está mal pelo que houve. — Ela olhou para as flores que eu estava tentando pegar. — Ele esteve aqui, e estava muito preocupado, na verdade ele ficou desesperado quando eu falei que você tinha sido atropelado.

— Mãe, a senhora não devia...

— Claro que eu devia, e ele não parava de dizer que você se matou por culpa dele.

— Mas eu estou vivo, não está vendo? Foi um acidente. — Eu cruzei meus braços. — agora eu quero explicações.

— Você vai sair daqui em breve,  o doutor Beto já está vindo!

      Oh não, Beto não.

      E lá estava ele me examinando, Beto não estava bravo comigo nem nada ele parecia normal. Estávamos em silêncio.

— Beto — Eu disse primeiro. — Você tem alguma coisa a ver com o que ouve ontem?

— Não. — Ele estava sério. — Na verdade eu estou tão surpreso quanto você. Olha, eu não quero seu mal, só estava com ciúmes, e depois de ver que você ama ele a ponto de perdoar uma traição,  eu decidi que o melhor é me afastar dele! — Ele sorriu. — E você não é nem um pouco fraco, minha boca ainda está dormente depois daquele soco.

— Você mereceu. — Se ele esperava que eu ia pedir perdão, ele estava muito enganado.

— Eu sei.

— Mas não adianta nada você deixar ele em paz, eu preferia mil vezes perder ele pra você, do que pra uma mulher, é humilhante. — Ele deu de ombros.

— Ei, você ama ele, e é esse amor que vai livrar ele daquela vadia, tira ela do seu caminho, você chegou primeiro, e se precisar de ajuda eu estou aqui. — Eu sorri, não sei porque mas eu me daria bem com Beto. Mas eu sempre vou ficar com um pé atrás com ele.

— Então você não vai me dar nada pra eu morrer né? — Ele deu gargalhadas.

— Não, mas se você der um susto como esse em todo mundo de novo, eu vou ter que te dar veneno! — Ele falou sério e eu fique com medo. Mas logo ele sorriu.

      Falar com Beto, foi bom, me deu uma certa coragem, e ele estava certo. Eu vou tirar essa vadia do meu caminho.

°°°

      Eu já tinha ganhado alta, claro Beto me ajudou nessa parte. Eu tinha apenas alguns arranhões. Achei melhor ir atrás de Pablo e tirar essa história toda a limpo de uma vez. Cada minuto que passava eu ficava mais agoniado.

— Vai sair filho?

— Ah, vou sim.

— Mas você devia ficar descansando.

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