CAPÍTULO 24: Robert

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      No outro dia eu decidi ir procurar Marta, era minha prioridade agora. Eu não tinha dormido a noite, meus pais não me deixaram em paz um único segundo, me fazendo perguntas que eles tinham curiosidade.
       Não demorou muito pra mim chegar até a casa de Marta, eu ainda lembrava do caminho. Quando ela me viu ela quase me derrubou no chão. Claro, ela demorou alguns minutos para descobrir que era eu mesmo.

— Você mudou tanto. — Ela me olhou e voltou a me abraçar.

— Eu preciso respirar Marta. — Ela sorriu e me soltou. Marta estava diferente, com os cabelos mais curtos e claros. Um pouco mais madura. Mas continuava linda e tinha o mesmo brilho nos olhos. — Minha nossa parece que eu fiquei um século longe de você.

— Foi o que eu pensei, foi muito difícil viver longe de ti boy. — Entramos para dentro da casa. Agora ela morava sozinha, seus pais tinham tido embora, e ela bateu o pé e quis continuar aqui, por causa de Edy, eles ainda estão juntos.

— Temos tanto que falar, como é lá fora? Conheceu varios gatos? Como as pessoas falam e…

— Calma Marta, vamos ter tempo, eu não vou ir embora, não mais. Primeiro me diz como está tudo. E Carlos por onde anda?

— Ele vai bem, você não vai acreditar, ele e Beto estão juntos. — Eu fiquei surpreso, mas feliz, Beto era um cara legal, e era tudo que eu desejaria para meus amigos. — Eu e Edy estamos pensando e nos casar, sim estamos tão bem.

— Isso é maravilhoso, eu voltei na hora certa então?

— E você vai ser o padrinho é claro. — Eu sorri. — Pablo não se casou com Katarina, não ainda. — Eu me sentei desconfortável. — Ops falei demais.

— Não, tudo bem. Mas é estranho, eles não iam se casar?

— Vão, ouve muitos imprevistos esse último ano. Mas eles vão se casar. — Eu tentei não ligar, eu não fazia mais parte da vida de Pablo, mas ainda era difícil. Eu preferia que ele já estivesse casado. — Que situação que eu te coloquei agora, vamos mudar de assunto, precisamos comemorar a sua volta.

— Com uma grande festa. — Eu falei, agora eu gostava de festas, eu estava vivendo a minha vida intensamente.

      Nesse último ano eu descobri que gosto de me colocar em risco, eu gostava de sentir a atrenalina. Eu fiz esportes perigosos, porque quando eu sentia a atrenalina era como sentir Pablo me trocando, eu sentia que ia morrer toda vez que isso acontecia.

— Conheço uma boate ótima.

— Então é isso, vamos pra boate.

°°°

      A festa estava incrívelmente chata, bom, eu poderia estar sendo o único ali achando ela chata. A boate estava lotada de adolescentes gritando junto com a música alta, e fumaça criada por gelo seco pairava no ar. Marta tinha me mandado para cá, ela tinha ido buscar uma nova amiga que ela fez, Karol, eu lembrava dela na escola, ela era uma patricinha, que nada combinava comigo e Marta, mas de alguma forma Marta conseguiu dobrar ela. A música alta estava deixando meus ouvidos surdos.
       Mas a música seguinte me agradou, era Remain Nameless da Florence + The Machine.
      Enquanto eu esperava Marta fui até o bar da boate, eu recebi uma mensagem dela.

*Desculpa, vou ter que furar com você, Edy pegou uma gripe, sinto muito mesmo, eu estou a ponto de matar ele. Bjs Marta.

      Ótimo levei o bolo. Mas eu relaxei e decidi ficar, não era nada de ruim, eu sei que depois de algumas doses fortes de vodka eu já iria achar aquela boate um lugar de magia.

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