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> Aaron <

Aquela maldita reunião se arrastou por horas, sete homens, todos sedentos por poder queria tomar a minha Calyn, para si. Como poderiam ser mais detestáveis? Mesmo que eu soubesse que ela jamais poreia ser minha, não pude deixar de querer arrancar a cabeça de cada um daqueles homens. Já era tarde quando eles terminaram de assinar vários papéis diante de anciãos e escrivães. — Calyn tentou se manter impassível, tentou questionar de todas as formas possíveis, mas tal acordo não era negociável diante desse homens.

O que me deixava cada vez mais descontrolado era que Saelor sabia, ele sabia que se não fossem por esses malditos dons, ela seria só minha e de mais ninguém, mas fingia não se importar, mesmo que me falasse o contrário. Já não basta tudo, ele tinha que tomar a única coisa que eu mais almejava por meses a fio. — Eu o mataria com as minhas próprias mãos se não fosse meu irmão. Uma parte de mim sabia que ele não tinha culpa, mas a parte antiga, a que os sentimentos e instinto imperavam, era bem maiores que qualquer sentimento que eu pudesse nutrir por ele.

Minha insatisfação não era cogitáveis, não poderia me opor a nada, nem ao menos voar sobre Tokenfild e arrancar um a um daqueles dentes brancos para o ensinar não olhar daquela forma para uma mulher, minha mulher.

Repulsa me atingia cada vez que escutara eles falando dela como se fosse uma mercadoria qualquer, e não podia fazer nada a respeito a não ser praguejar e me segurar para não demonstrar minha indignação.

Assim que permitiram, arrastei Calyn pelo braço daquela sala com presenças tão hediondas para longe te tais lobos. Ela parecia aliviada por se afastar, pois não questionou minha brutalidade e mal humor. Meu peito doía ao ver o quão fraca e indefesa ela parecia. Queria poder á consolar, acalmar seu coração que batia loucamente rápido. — Chegamos a seu quarto, ela entrou e se jogou na cama, se mantendo forte o suficiente para não chorar em minha presença, por mais que tentasse disfarça pude ver a tristeza em seus olhos, e a única coisa que queria fazer naquele momento era abraçar minha menina.

Oh, como ela estava linda de branco, seus cabelos dourados e compridos se ondulavam e caiam como uma cascata de dourado em suas costas, ficando em ótimo contraste sobre o pano claro de seu vestido. Seus olhos cinzentos mostravam tamanha força que carregava dentro de si, sua pele clara reluzia a luz das velas e seus lábios eram mais que convidativo. Ela era tão bela, tão tentadora que estremeci só de a imaginar nos braços de um daqueles reis.

— Aaron? — Sua voz baixa era como música em meus ouvidos.

Só então pude perceber que continuava na porta a fitando, sem dizer nada.

— Sim, Calyn? — Meu tom acabara saindo mais baixo que o normal, saindo como o fraco que me sentia por dentro.

Seus olhos percorreram meu rosto, tentando analisar cada parte do meu ser, como se tentasse ver o que eu estava pensando.

— Alguma coisa errada?

Além do fato de eu a querer em meus braços?

— Não.

A resposta foi rápida demais, e ela semicerrou o olhar antes de dizer:

— Por favor, não minta para mim. Todos já fazem isso.

Suspirei cansado; como uma mulher que mal conhecia poderia ter tanto poder sobre mim?

— Certas coisa devemos deixar que o tempo conserte — murmurei cansado.

— O tempo não pode mudar aquilo que o homem deixa acontecer. — Ela disse calma.

Não sei ao certo, mas queria me aproximar, sentir mais de perto o calor que emanava de seu corpo. — Me aproximei devagar e me sentei ao seu lado, a olhando, tentando gravar em minha mente cada expressão que pudesse fazer, para mais tarde comparar com as de meus sonhos.

— Não poderei a proteger longe deste reino, Calyn.

— Uma promessa a menos que terá que cumprir — Ela rebateu, usando minhas próprias palavras contra mim; com um sorriso fraco brincado em seus lábios.

Amaldiçoei o mundo inteiro por ter criado algo tão belo mas tão inacessível.

— Não zombe, estou falando sério. Prometi ao seu pai. Mesmo sabendo que nunca poderia a cumprir com eficácia. — Me senti horrível por  assumir tal coisa diante dela. — Por mais indigno que eu seja, prometi.

— Obrigada, — fez uma pausa — por tudo. — sua mão pousou suavemente acima da minha, e quase estremeci ao sentir a leveza de sua pele em contato com a minha — Mas você não precisava prometer nada a meu pai. — Ela suspira, e o som do ar saindo de seus pulmões era como uma bela sinfonia para meus ouvidos. — De onde você o conhece, Aaron? Como foi prometer ao assim para ele?

Senti meu coração se agitar ainda mais dentro do peito. Queria mais do que tudo contar a verdade, toda verdade, para ela. Mas não era forte o bastante, não perto dela. Então apenas levantei, sem a responder e fui em direção à porta.

Era muito para mim. Nunca temi, nunca desejei tanto uma pessoa como a desejava. Toca-la seria uma sentença de morte.

E eu nunca estive tão tentado a morrer quanto agora.

— Tente descansar.

Foi tudo o que disse antes de ver um lampejo de decepção em seus olhos que logo deixei para trás depois de sair de seu quarto.

Sétima Filha - Beijada Onde histórias criam vida. Descubra agora