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> Aaron  <

Sair da sala do trono antes que Saelor abrisse aquela maldita boca novamente. Sei que a culpa não é só dele, mas tudo está acontecendo muito rápido, e mesmo não me pertencendo, tenho medo de perder Calyn. Não para um homem, mas sim para aqueles que não ousamos pronunciar o nome — é como pedir por ruína e desastres em voz alta.

Já vi muitas pessoas morrerem na minha frente, — parte delas eu mesmo matei com minhas mãos em batalhas, — mas nada foi como ver um dos meus morrer assim, do nada. E o que mais remoía em minha mente era que, eu mesmo havia arrastado aquele homem para a morte. Choel era um dos poucos soldado com os quais treinaram comigo, era o único dentre essas odiosas paredes e luxo o qual confiava cegamente. Era seu dia de dispensa, e eu pedi que fosse comigo, eu pedi e ele como o bom amigo que sempre fora, me acompanhou. E nem mesmo seu corpo sobrara para velamos por sua alma, para que atravessasse até a eternidade como o guerreiro vitorioso que sempre foi, como a pessoa fiel e pura de coração que era. Nem um cadáver para sua esposa olhar pela última vez. Eu levei á ruína um homem bom, e isso irá me consumir pelos resto de meus dias.

Vou a sala de planejamentos estratégicos para guerras, aonde posso encontrar qualquer coisa que me ajude a conter quaisquer informações para manter Calyn e seus dons á salvo. O livro não estava lá, — como já imaginava — e eu sabia exatamente com quem deveria estar.

Calyn.

《■》

— Aaron, eu não estou bem, por favor. — Ela suspirou e o som do ar saindo entre seus lábios me hipnotizou por um instante. — Diga logo o que você quer e saia.

Ela cobriu a cabeça com o cobertor grosso que havia acima de si. Me fazendo sorrir com tal atitude.

Seu gênio forte sempre me chamava a atenção. Lembro perfeitamente do dia que me esbarrei com seu pai na feira de Susan, e a vi pela primeira vez. Ela o acompanhava, estava totalmente alheia a minha presença. Admirava todos os cantos da cidade e o brilho em seus olhos, a pureza em seu sorriso me chamaram tanto a atenção que eu soube naquele momento em que a observava, ainda ao conversar com seu pai — um bom e velho amigo — ela seria minha, para cuidar e proteger, dando minha própria vida pela sua, porque eu a queria. Depois disso e mais alguns encontros, não foi difícil convencer seu pai de que procurava uma boa esposa, jovem. Ela não é a mesma garotinha que precisava ser protegida hoje em dia. Ela aparenta ser uma mulher; é mais forte que qualquer homem possa ser, mas ainda é frágil, não, ela pensa ser frágil.

Suspirei e entrei em seu quarto.

Sétima Filha - Beijada Onde histórias criam vida. Descubra agora