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— Você perdeu a cabeça?!

Levantei de minha cama apressada e fui em sua direção, assustada, exasperada. Aaron apenas sorria aquele sorriso sarcástico de sempre, que fazia algo em meu estômago se revirar com uma euforia ridículo. — Um brilho peculiar passava por seus olhos quando os mesmos percorreram meu corpo, fazendo-me cerrar o olhar em sua direção.

— A culpa de tudo isso é sua. — Aaron revirou os olhos, para logo em seguida soltar um estalo com a língua. — Nunca tive muito juízo, e o pouco que me restara, você o levou embora ao entrar naquela maldita carruagem! — Seu semblante ficou sombrio por um tempo.

Deixe meus ombros caírem. Por um momento, era como se tivesse retornado a Forceu e estivesse em mais uma de minhas discussões com ele.

— Não tive escolha, você sabe disso...

— Pelo contrário, doce Calyn. — Aaron murmurou baixinho. — Você me deixou sem escolas. Ainda não acredito que está neste maldito reino com este maldito rei!

Aaron se aproximou devagar e pousa suas mãos no alto de meus ombros, analisando meu rosto com o olhar. Só então percebi o quanto seu coração esmurrava com força seu peito; seu cabelo bagunçado e com alguns fios mais compridos do que o costume, que caiam sobre seus olhos azuis acinzentados que cintilavam a luz das velas de meu quarto. Ele percebeu que também o analisava, pois suas mãos se apertaram levemente sobre o tecido fino de minhas vestes de dormi.

— Não faça isso — sussurrei afastando-me de seu toque.

Olhei meu quarto escuro a nossa volta e abracei meu próprio corpo. — O vira pela última vez apenas alguns dias atrás, mas era como se o visse pela primeira vez. Sua presença me reconfortava, me trazia uma sensação de lar, de segurança. Mas o risco que corria ao fazer isso, tirava qualquer tranquilidade que poderia sentir ao seu lado.

— O quê? — Aaron indagou com a voz rouca.

— Não me olhe como se estivesse a mapear cada parte de mim. Como se nunca mais fosse me ver novamente. Como se estivesse se esforçando para não me esquecer para sempre. — Me virei ficando de frete para ele. — Não me contemple com o olhar Aaron. Nunca mais — Suspirei frustrada. — Você nem ao menos deveria ter se arriscado vindo até aqui.

— Eu tinha que vir. — Aaron deu um passo em minha direção, fazendo-me prender a respiração por um momento.

Ele me tirava o fôlego.

— Porque? — Minha voz saíra mais baixa do que realmente desejava.

— Porque? — Outro passo. — Por que, Calyn — Aaron deu mais um passo em minha direção. Não recuei. — Você é minha ruina. E desejo loucamente me arruinar, cada vez mais.

Antes que pudesse dizer qualquer coisa, Aaron em um movimento rápido me puxa pela cintura, para perto de si, colando nossos corpos, me pegando de surpresa. A sensação de sentir o calor de seu corpo tão perto do meu, causa-me arrepios e um suspiro contido. Hipnotizada, me vi levando as mãos ao alto de seu peito forte; Carne, ossos e um coração forte arriscam-se para está em minha presença, para me sentir, mas uma vez. E sei que, cada batida forte em seu peito, pertence à mim.

Eu lutaria, diria para que ele parasse de ser idiota ou o provocaria de outras maneiras, isso se não estivesse cansada. Cansada de mentir para mim mesma, cansada de não render-me a meu verdadeiros desejos.

A proximidade de seu rosto ao meu une nossas respirações, e permito-me levantar o olhar a seus olhos, que brilham com desejo e admiração.

Eu sou sua ruína, e ele é a minha.

Sétima Filha - Beijada Onde histórias criam vida. Descubra agora