Eu já estava perto da portaria quando senti um corpo se agarrando ao meu, um sorriso invadiu meu rosto assim que percebi que era ela, mas ele se desfez quando eu ouvi um barulho de câmera.
- Esconde o rosto. - falei e Mel se soltou do meu corpo. - Agora a gente corre para dentro.
Corremos até chegar em um lugar fechado, no caso o elevador, apertei o botão 7 e a abracei por trás.
- Odeio esses paparazzis. - falei assim que a porta se abriu. - Já podemos conversar sobre aquilo?
- Oi, amor. Tudo bem? Claro que sim, obrigada por perguntar. - ela foi irônica e eu ri. - Babaca.
- Desculpa. - pedi me deitando com ela no sofá. - Como você tá?
- Bem, como foram os shows?
- Cada um é especial. - falei e ela pegou o MacBook, me olhando de relance enquanto mordia o lábio. - Ah não, Melanie.
- A entrevista já está marcada para depois de amanhã. - ela falou e eu travei o maxilar, só fazia isso quando estava bravo e ela sabia disso. - A despesa é muito alta para você pagar, não vou te dar prejuízo.
- EU AINDA FALEI QUE ESTAVA DISPOSTO A PAGAR! VOCÊ NUNCA ME ESCUTA QUANDO É ALGO PARA O SEU BEM. - me estressei e ela encolheu os ombros.
- Não Jack, eu preciso do emprego.
- E quando você vai ter tempo para você? - perguntei.
- Todo domingo. Tem escrito aqui olha: De domingos após as 14:00 o estabelecimento não funciona.
- É perto, pelo menos? - Falei mais calmo, sabendo que ela não ia desistir.
- É perto da faculdade.
- E você pretende não voltar para casa no período entre as aulas e o trabalho? - perguntei e ela só assentiu. - Qual é o salário?
- 1200 dólares.
- Você sabe que eu não concordo. - Falei e ela se levantou vindo até mim. - E como a gente fica? Como você fica?
- Gilinsky... - ela me abraçou e eu fiquei acariciando o cabelo dela.
- Agora você vai me escutar, senta aí. - Apontei o sofá e ela se sentou de lado, virada para mim. - Eu quero que você seja sincera comigo, por favor.
- Tá. - peguei o MacBook e li algumas informações.
- Não acha que vai ficar exaustivo estudar e trabalhar todos os dias?
- Pode ser que sim, mas com 1200 dólares eu consigo pagar algumas coisas.
- Quando vai tirar tempo para você mesma? Para o seu lazer? - perguntei e ela ficou pensando.
- Um ponto para você. - ela falou de cabeça baixa.
- O quanto você acha que vai se afastar das pessoas se a única coisa que você vai fazer é trabalhar e estudar?
- Não tenho quem afastar de mim além de você.
- Mais um ponto para mim, se você ficaria ocupada das cinco da manhã até às sete da noite, e eu trabalho das oito à uma e meia da madrugada não vamos ter mais do que meia hora para ficarmos juntos, então sim, isso nos afastaria. Mais uma pergunta, no período de provas, que horas você pretende estudar? Não fala depois do trabalho, à noite é hora de descansar.
- Três. - ela se referiu aos prós e contras que estávamos contando.
- Você quer o trabalho?
- Eu preciso. - ela falou e eu a olhei tipo "não foi isso que eu perguntei" - Não, eu não quero trabalhar no segundo ano de faculdade, mas eu preciso do trabalho.
- E você acha que vale a pena?
- Sim. Pensa comigo eu moro sozinha então a compra do mês não vai muito além de 150 dólares, o condomínio é 680, o convênio de saúde não é mais de 320, e o carro que dá para encher o tanque com 110.
- Isso dá 1260. - falei percebendo que já ganhei o jogo.
- Eu tenho um pouco da herança dos meus pais ainda. - ela falou baixinho.
- Esse dinheiro não é infinito.
- Eu ainda posso vender a casa lá no Canadá... Ou ir morar lá e vender esse apartamento. - ela segurou o rosto nas mãos e suspirou.
- Eu não vou deixar você ir, pode esquecer isso. - falei querendo que ela ficasse. - Amor, quanto você tem guardado?
- 40 mil, mais a casa que eu vou vender, ela está novinha, em boas condições. Eu sei que você vai falar que eu não vou ter tempo para mim, mas isso é só um capricho, amor.
- Não vale a pena, seu rendimento na faculdade vai cair muito e vai ser pior ainda porque você vai perder a bolsa. - eu falei e ela ficou trocando o olhar entre mim e o computador. - Eu te ajudo, nem precisa ser pagando tudo, só uma parte, eu ainda deixo você escolher.
Ela pegou o computador e fez algumas coisas antes de virar o mesmo para mim, escrito no topo da tela: Entrevista cancelada.
- Satisfeito? - ela perguntou se levantando mas eu a puxei e ela caiu no meu colo.
- É para o seu bem.
- Me larga. - ela pediu bem brava tentando se soltar.
- Melanie Belfort, me escuta. - ela finalmente parou de relutar e me olhou atenta. - Eu fiz isso para o seu bem, você tem dinheiro guardado, eu não vou pagar tudo.
- Tá bom, eu vou tomar um banho quente e me acalmar, já volto. - dessa vez eu deixei ela se levantar e fazer o que quisesse.
Não muito mais do que meia hora ela já estava de volta abraçada a mim enquanto ela assistia um filme da Disney e eu tentava falar com a Old Magcon.
- Tá fazendo o que? - ela perguntou olhando a tela do meu celular.
- Providenciando uma coisa. - falei sério e ela me olhou curiosa. - Linda.
- Sou nada. - ela falou e eu beijei a testa dela.
- Você é maravilhosa, nunca deixe alguém te dizer o contrário. - ela deitou no meu peito e puxou a manga da camiseta para perto do ombro, deixando meu braço e minhas tatuagens expostas. - Qual sua favorita?
- 1996. - ela passou com cuidado a mão por cima da tatuagem com o meu ano de nascimento.
- Você sabe minhas tatuagens sem olhar?
- Acho que sim. Sei que tem uma floresta aqui com duas penas em volta e uma bem pequena escrito MAD aqui. - ela apontou os dois lugares. - Posso fazer uma pergunta sobre essa pequenininha?
- Pode, talvez eu saiba o que é, mas pode fazer.
- É MAD de louco ou é Mad de Madison? - era o que eu pensei que iria perguntar.
- Mad de louco. Ou de "you got me goin'mad when you dress like that". - cantei a parte da música favorita dela. - Não faço tatuagem que sejam nomes.
- Dói muito? - ela apertou meu braço e eu assenti. - Era para você falar não, eu quero fazer uma. Sério? Dói de verdade?
- Você quer mesmo fazer? - eu perguntei e ela assentiu. - Eu vou com você.
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Esse sinceramente foi o capítulo que eu mais gostei de escrever. Além de ser o maior até agora, o próximo é pronto de vista dela.
Espero que estejam gostando da história, não se esqueçam de votar.
Obrigada, beijos.
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Random Number // J.G
FanfictionJack Gilinsky, da Old Magcon, decidiu mandar uma mensagem para um número aleatório, apenas o número de uma garota que tem seus 18 anos e comparada ao do cantor, tem uma vida bem calma. Eles não tem muito em comum, mas é o que dizem, duas peças iguai...