73{Melanie}

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Eu já estava no carro, no caminho para casa quando começou uma chuva forte, a pista já estava escorregadia e eu tive que frear bruscamente quando vi uma mulher no meio da rua com uma arma apontada para o carro.

- Madison? - perguntei para mim mesma.

Ouvi dois barulhos de tiros e senti o carro ser levado pela água, ela tinha atirado nos pneus, o carro foi levado para a grama ao lado da estrada e junto com o choque do capô em uma árvore, minha cabeça foi jogada na direção do volante e foi aí que tudo se apagou.

[...]

Acordei e senti uma luz forte no meu rosto, ouvia vozes do lado de fora e barulhos sequenciais, olhei ao meu redor, tentando me ajustar à claridade. Me lembro do acidente mas não como eu vim parar aqui.

Um homem de meia idade entrou no quarto e eu deduzi ser um dos médicos.

- Você finalmente acordou!

- Faz quanto tempo? Como eu vim parar aqui?

- Você ficou desacordada por 4 meses. No dia do acidente um carro da polícia estava passando na estrada e viu seu carro.

- Quatro meses? Tem certeza?

- Sim. Temos que fazer uns exames.

Fomos para uma outra sala e enquanto o médico tirava o meu sangue, eu ficava pensando em tudo que eu perdi.

- Doutor, eu preciso fazer uma ligação.

- Você não pode. - ele falou.

- Não vai demorar, eu juro. Só alguns minutinhos.

- Tudo bem, pode usar meu celular.

Ele me entregou o celular e acho que eu nunca digitei um número tão rápido.

- Amor? - chamei assim que ele atendeu.

- Ei, o que aconteceu? Você sumiu.

- Gilinsky... - comecei a chorar. - Eu estou há quatro meses no hospital desacordada desde aquele dia.

- Eu estou indo aí, vou dar um jeito de pegar um avião agora. Sabia que você foi dada como desaparecida? Melly, eu achei que você tinha morrido, o que aconteceu?

- Eu te explico pessoalmente, a história é longa e eu estou no hospital, não dá para falar muito, vem para cá eu te conto.

- Tá, vou tentar pegar o jatinho de um dos meninos.

- Vem logo.

- Daqui uma hora eu chego aí.

- Ok.

Agradeci o médico pelo celular e ele me levou de volta para o quarto no andar de cima. Fiquei passando tudo que pode ter acontecido com as pessoas que fazem parte da minha vida, principalmente na dele. Não vi o tempo passando, só voltei para a realidade quando ouvi o barulho da porta se abrindo.

- Você está bem! - um sorriso surgiu no rosto dele.

- Acho que sim. - falei encolhendo os ombros. - O que aconteceu nos últimos 4 meses? Só as coisas importantes.

- Eu me mudei, você foi dada como desaparecida, 3 dias depois como morta, a mídia me culpa pela sua suposta morte, aparentemente você perdeu a bolsa da faculdade.

- Ah não. É brincadeira, não é? - me referi à bolsa da faculdade.

- Não. - ele abaixou a cabeça.

- Jack, eu quero que você seja sincero comigo... - Falei e ele assentiu. - A Madison foi atrás de você, não foi?

- Foi. Como você sabe?

- Você precisa se acalmar e prometer que não vai fazer nada. - ele segurou minha mão e assentiu.

- Aquele dia eu estava voltando para casa no meio da estrada tinha uma mulher, ela estava com uma arma apontada para o carro, ela atirou nos pneus da frente e como a pista estava molhada, o carro foi levado. - Falei e ele me olhou boquiaberto. - Era a Madison, Jack.

- O que? - ele quase gritou.

- Sh... Estamos num hospital.

- Posso te beijar? - ele perguntou e ao invés de responder eu o puxei para perto e o beijei.

Random Number // J.GOnde histórias criam vida. Descubra agora