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Eu tenho certeza que sua mochila está super pesada, já que ele massageia seus ombros assim que se livra do peso quando a deixa no sofá.

Louis pede que eu o leve até Keith e assim faço. Caminho pelo corredor não muito grande que range a cada pisada sobre a madeira não muito nova.

Chego na cozinha onde vovô está sentado encarando o jornal aberto em cima da mesa, mas nem parece que realmente o lê.

- Vovô, ele chegou - falo com um sorriso no rosto enquanto o olho, atento em cada atitude e palavra que venha dele.

- Pode me chamar de Louis, senhor - o rapaz sorri e dessa vez bem mais acolhedor do que quando soou formal demais pra mim antes de entrar em casa. Louis estende a mão frente a seu corpo e apontando em direção ao meu avô, esperando que ele o cumprimente.

Louis fita a mão do vovô, e eu não sei se é como se ele quisesse saber se Keith irá apertar sua mão de volta, ou se é pelo fato de que a mão do meu vô treme freneticamente.

E isso me assusta um pouco, já que Keith nunca - nunquinha - teve algum tremelique sequer.

- Tudo bem com o senhor? - Louis tira sua atenção da mão do velho e agora os dois se encaram nos olhos. Louis fica esperando por alguma resposta. - Acredito que o senhor não seja mudo.

- Não sou mudo - ele revira os olhos como uma criança chata. - Você nem me conhece! Onde está Rupert?

- Rupert virá amanhã, o senhor pode ficar despreocupado - Louis conforta meu avô de um jeito compreensivo, e parece ignorar a forma grosseira que recebeu a resposta.

Ele parece ser realmente um bom profissional.

- Harry, tire-o daqui, por favor - o velho birrento gesticula com as mãos e deixa nítido um leve hematoma avermelhado e Louis percebe mais do que eu por estar mais próximo.

- Não posso tirá-lo daqui, vovô, seja compreensível e eu sei que o senhor é bom nisso.

- O que houve com a mão do senhor? - Louis se pronuncia encarando a mão um pouco inchada.

- Nada.

- Ele se queimou com café.

- Harry!

- Keith!

- Não me imite, não estou para brincadeiras.

- Então não haja como uma criança - Digo num tom tão leve que é impossível ser considerado como uma advertência ou arrogância de minha parte.

- Está tudo bem, não foi nada sério.

Louis assegura e passa por mim caminhando até sua mochila, de onde tira uma bolsinha, e, de dentro dela uma pomada.

Ele realmente anda equipado? Que bonitinho.

Louis caminha de novo até próximo ao vovô e pede que estenda sua mão. Mas como previsto, o teimoso Mr. Keith se recusa, até o momento em que Louis garante que irá aliviar a sensação de ardência e que a coloração sumirá em breve se a pomada for usada.

Vovô cedeu. Seria um milagre?

- Ótimo! Bom, já que o senhor está bem, eu gostaria que me mostrassem onde vou dormir esta noite, por favor.

Na minha cama.

- Te levo ao seu quarto - indico com a cabeça para ele me seguir e assim ele faz até o quarto que antes era o de hóspedes.

- Obrigado - ele coloca a mochila sobre a cadeira não muito grande e me olha. - Posso me virar daqui.

- Tudo bem, é... acredito que já tenha entendido como meu avô pode ser marrento as vezes, mas eu prometo que com o tempo ele vai dar a liberdade de você o conhecer melhor. É um bom homem.

- Eu tenho certeza que sim, pode ficar tranquilo - ele ri fraco. - Estou mais do que acostumado. Boa noite Edward.

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Tô atualizando na aula mesmo pq sou ansiosa ❤️

Thank You, Grandpa [l.s] Onde histórias criam vida. Descubra agora