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Ouço longe o som do chuveiro ecoando na casa, mas continuo de olhos fechados, meu corpo não parece estar muito afim de receber meus comandos cerebrais agora.

A porta do quarto se abre e um Louis de toalha amarrada na cintura, cabelos molhados e um cheiro doce invade o cômodo.

- Bom dia - ele ri me olhando e se vira de costas procurando uma roupa dentro da mochila.

- Ótimo dia - respondo observando suas costas - Quantas horas?

- Oito e meia. Eu vou preparar o cafe, se quiser ficar ai...

- Oh, não não - me levanto. - Preciso achar um emprego, as esperanças nunca morrem. Preciso me manter alimentado.

- Mas Keith não tem dado conta das despesas? - Louis pergunta enquanto veste uma boxer branca.

- Não posso viver pra sempre às custas do meu avô, hm?! E aliás, ele nem sabe que perdi meu emprego - lamento. - Já volto.

Depois de tomar um banho demorado e relaxante eu desço as escadas, bem vestido e com o currículo em mãos.

- Bom dia - sorrio para os dois sentados à mesa.

- Bom dia, filho - o velho leva a xícara de café até a boca. - Estava conversando com o escoteiro sobre futebol, sabia que ele jogava?

Eu já sei disso, e espero que ele jogue sem camisa mostrando um chupão maravilhoso feito pelo Edward aqui.

- Ah, jura? Interessante - sorrio pegando uns biscoitos sobre a mesa. Olho rapidamente em volta fazendo com que meus olhos encontre os de Louis, e nosso esforço de segurar uma risada é enorme.

- Sim. Espero que eu possa ver você pagando mico em campo, hm? - vovô cutuca Louis, que ri.

- O senhor me subestima demais, se estivesse no seu lugar não duvidaria de minha capacidade - o pequeno ri também pegando os biscoitos.

- Meninos - Keith nos chama -, vocês conseguiram dormir essa noite? Eu pude ter certeza de que ouvi algo na vizinhança. Vocês também ouviram?

Louis arregala os olhos e devora os biscoitos rapidamente, só pra fugir de um resposta.

Será que Keith ouviu eu e Louis? Confesso que quero rir e ao mesmo tempo afundar meu rosto no asfalto quente.

- Não ouvi nada - dou de ombros e foco no meu café. Sinto leves cutucadas na perna, por baixo da mesa e então levanto meu olhar pra Louis, que tem as bochechas coradas e me olha sem jeito.

Keith come em silêncio, parece pouco se importar se iremos ou não render o assunto sobre termos escutado algo fora do comum na vizinhança.

Rio pra Louis me certificando que o velho está distraído e pisco com um dos olhos para o menor, que balança a cabeça e ri em silêncio também.

- Idiota - ele mexe com a boca mas não emite som algum.

Eu tô gostando disso mais do que pensava.

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Thank You, Grandpa [l.s] Onde histórias criam vida. Descubra agora