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- Porra, como que erra um gol desse? - Keith fala indignado.

- Até minha vó fazia esse gol! Que time lixo!

- Subestimando os idosos, escoteiro? - Vovô soa intimidador.

- Jamais, Senhor Styles. - Louis ri. - É só a adrenalina de um torcedor. O problema é que o Harry está trazendo azar pro time, nem torcendo ele tá.

- Eu só não gosto de futebol - falo e dois pares de olhos me fuzilam indignados. - Que foi? Qual o problema? É um esporte chato.

- Você é chato - Louis rola os olhos e eu o encaro. O menor aproveita que Keith não consegue observar seu rosto, para me lançar uma piscadela enquanto ri.

Bem sexy, eu diria.

- Continue falando mal de futebol que eu vou te deserdar! - Keith anuncia e volta à prestar atenção no jogo.

- GOOOL! - Os dois gritam ao mesmo tempo. Louis repreende rápido sua comemoração, mas o velho continua gritando feliz da vida, o que me faz ter uma crise de riso da forma de como ele chacoalha os braços.

- Desculpe interromper a alegria dos senhores... - uma jovem entra na sala de cabelos escuros amarrados e um jaleco branco. - Mas estamos em um hospital, certo? Zelamos pelo silêncio.

- E daí? É o Doncaster Rovers - vovô contesta. - Não pode me impedir de comemorar.

- Eu entendo que é sempre bom torcer para nosso time do coração mas...

- Oh, Doncaster Rovers não é meu time, ele só está jogando contra os Preston, e eu odeio os Preston.

Enquanto Keith fala, a enfermeira troca o medicamento que corre em sua veia, algo que já virou rotina há três semanas. Infelizmente vovô agora depende desses inúmeros remédios e alguns aparelhos.

- Bom rapazes, infelizmente o horário de visita já acabou, mas sei que estarão aqui cedo, sim? - Ela sorri amigável e sai do quarto fechando a porta atrás de si.

Louis agora conversa com Keith sobre algum assunto, eu termino de guardar minhas coisas na mochila e a coloco nas costas. Paro ao lado de Louis, próximo a cama de Keith.

Aproveito as mãos de Louis trás de seu corpo, e decido brincar com os dedos do menor, e como estamos de frente pra Keith, ele não percebe nossos dedos entrelaçados atras do corpo de Louis.

- Obrigado por terem vindo - Keith sorri com tanta gratidão que Louis aperta minha mão e sorri de volta pro velho. - De verdade - ele solta uma tosse fraca -, não tem sido tão fácil, e ter vocês aqui perto tem me ajudado muito, hm?

Ele fala e meus olhos se enchem de lagrima. Keith é uma mistura de pai e mãe e vê-lo assim, fraco, me dá um nó e uma vontade enorme de ter poderes mágicos e o livrar disso tudo.

- Eu te amo, Vô.

- Também te amo, filho - ele sorri pra mim e depois encara Louis, que o olha como se estivesse esperando por algo. - O que foi? Não vou dizer que te amo, escoteiro! Tá me estranhando, é?

- O que? Não! Eu não queria que... eu só não pensei que n-na verdade eu só tava observando e... Harry me ajuda.

Sinto as mãos suadas e a situação de Louis, tento evitar mas começo a rir e Keith me acompanha. O menor me empurra e começa à rir também.

- Vocês são dois estranhos - Louis começa e Keith me olha cessando a risada. - São super parecidos, e praticam bullying comigo - ele brinca e acena pra Keith se despedindo. - Estou lá fora.

- Gosto dele.

- Eu sei que sim. Demorou pra aceitar, não é? - sorrio.

- Continuo achando que ele é um escoteiro. - Vovô se vira na cama encontrando uma posição mais confortável que não incomode seu braço que está conectado ao remédio pela veia. - E quando chegar em casa, confira meus chocolates, ele deve ter comido tudo!

Rio e troco mais algumas palavras com Keith antes de sair e dizer que voltaria.

Ele sorri e desliga a televisão, fecha os olhos calmamente antes mesmo que eu chegue à porta.

- Boa noite - Sussurro e fecho a porta.

Thank You, Grandpa [l.s] Onde histórias criam vida. Descubra agora