Thank You, Grandpa [l.s]

28.

- Sr. Styles, eu não acho que isso seria...

- Cale a boca, escoteiro.

- Oh, sim senhor - uma risadinha. - Desculpa.

Parece que estou entre um sonho e a realidade. É como se eu pudesse claramente ouvir as vozes de Louis e Keith, mas não ter forças pra abrir os olhos e checar se realmente estão aqui.

A voz não tão grave de Louis soando em uma risada e a voz mais grave de Keith acompanhando o mais novo. Continuo parado.

Uma sensação estranha começa entre minhas pernas e começo a sentir minha calça molhada, muito molhada.

Levo minha mão até a calça, entre minhas duas pernas - consequentemente o pedaço de pano sobre meu membro - e sinto o tecido úmido. Decido fazer o sacrifício de abrir os olhos, já que eles pesam por eu ter desabado em um choro segundos antes de adormecer sobre as cadeiras, e noto minha calça realmente molhada.

Me recuso declarar que mijei enquanto dormia.

- Vô? Vô! Meu Deus o que... como que... - Me levanto da cadeira rapidamente em um choque. Sabe quando sonhamos que estamos caindo e nosso corpo chacoalha de forma estranha? Então.

- Qual foi a surpresa? Achou que eu estivesse morto, hm? - ele continua com uma expressão risonha.

- Gente calma - levo as mãos à cabeça sentindo ela pesar em uma dor, e uma confusão perturbadora por estar tudo acontecendo muito rápido. - Por que não me acordaram? O senhor teve alta? O que o senhor teve?

- Filho, o que houve com as suas calças? - Ele me ignora e aponta pro molhado.

- Bem, eu, e-eu realmente não sei.

- Achei que havia superado a fase que fazia xixi na cama, e eu tinha que deixar o colchão no sol pra secar e aliviar o cheiro horrível. Ou então... - ele parece segurar o riso -, Harry você teve um sonho erótico e...

- Keith!

- Harry!

Louis rapidamente tapa a boca pra não rir escandalosamente, e então lhe lanço um olhar. O pequeno me olha de volta e sua risada cessa, mas suas linhas expressivas continuam com um certo humor. Ele morde o lábio rapidamente e desvia o olhar para um canto qualquer, só pra evitar continuar com o contato visual.

Keith decide me acordar de um transe chamado Louis mordeu o lábio me olhando pós Keith citar que eu tive um sonho erótico. O velho balança uma garrafinha de água frente aos meus olhos. E ela está pela metade.

- Não acredito que você derramou água em mim! - Falo indignado.

- Ué, tentamos de outras formas e você não acordava de jeito algum...

- Quantos anos você tem? - Rio e volto a analisar minha calça molhada. - Dez?

- Não, mas queria - ele solta uma simples risadinha. Parece até soar um pouco frustada mas com total aceitação. - Vamos pra casa.

Antes mesmo que eu decida voltar pra casa, um médico surge caminhando até nós três. Vovô revira os olhos e resmunga em um sussurro que voltemos logo pra casa. Não cedo, apenas fico observando o homem de branco se aproximar.

- Uma queda de pressão, apenas - o médico com a mão depositada sobre o ombro de Keith sorri, mas não considero um gesto otimista já que é um sorriso duvidoso. - Mas ele precisará receber mais atenção.

- Não vou não, está tudo ótimo! Vamos, filho. - Keith começa a girar as rodas da cadeira se afastando do médico, mas Louis entra na sua frente. - Eu vou lhe atropelar, escoteiro. Saia da frente!

- Bem... já estou aqui no hospital, acho que eu sobreviveria - o menor dá de ombros mas Keith revira os olhos resmungando e desvia de Louis pra sair dali, mas o de olhos azuis é mais esperto e entra na frente dele novamente. - Sei que é uma situação chata mas o senhor precisa ouvi-lo.

Louis pede num tom não tão sério mas bem firme. Gostei.

- O senhor precisa entender que com saúde não se brinca, Sr. Styles. Seus ossos estão cada vez mais frágeis então evite essa brutalidade toda em que deposita sobre as rodas da cadeira quando se sente irritado.

- Vai dizer que eu estou morrendo?

- Vovô... menos - caminho até ele e ajeito seu cabelo grisalho. Ele me olha com um leve brilho nos olhos e parece que tem uma confusão acontecendo dentro de si.

- O senhor deveria ouvir mais o jovem Louis - o médico começa e Keith revira os olhos. E eu acho que o homem percebe. - Oh, me desculpe! Eu quis dizer escoteiro.

O homem ri e se vira pra Louis, lançando-lhe uma piscadela e meio sorriso.

Licença? Awn que cena mais linda...

Afasta do anão, seu médico safado.

- Posso ir? - vovô comenta e eu apenas continuo observando o rosto do médico.

- Se prometer seguir toda a lista de cuidados que lhe passei, pode sim!

Vovô assente e decide seguir com os movimentos sobre a cadeira até se aproximar da saída principal.

Louis despede do homem o chamando por Ale, e então decido ler o nome do crachá pregado no jaleco branco. Que por algum motivo está escrito Alexander, não Ale...

Perdi alguma coisa?

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