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Pra ser sincera gostei muito desse capítulo e espero que cês gostem também!!!! E podem continuar favoritando e comentando, ein?!
Xx

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As visitas à Keith eram religiosamente frequentes. Todas as manhãs quando eu podia, eu estava lá, e quando não podia, ia à tarde e se não à tarde, eu dava um jeito nem que se fosse pra passar cinco minutos com o velho.

E a rotina é assim já fazem dois meses. Ele não melhora.

A minha casa nunca esteve tão sem vida. Não escuto as músicas do século passado soando do rádio do vovô, nem seus gritos e comentários em dias de jogos de futebol televisionados - devo mencionar que nesses dias eu ouvia palavrões que eu nem sabia da existência -.

Hoje é minha folga do restaurante de Niall - Acho que é algum feriado. Não procurei saber realmente -, e eu estou aqui agora, sentado na escadinha que dá acesso à minha casa, tirando e colocando a capinha no meu celular enquanto espero pelo Louis.

Eu queria realmente era estar com Keith, mas o teimoso insistiu que eu fosse aproveitar minha vida abusando da sorte de ter um dia de folga no meio da semana.

"Sua vida não pode parar" insistia ele.

Avisto o pequeno virando a esquina. Um sorriso largo se instala em meu rosto e eu não faço ideia em como diminuí-lo.

- Ué, está descalço por quê? - observo os pés do de olhos azuis em contatos com o chão. - Oh, desculpe minha indelicadeza eu nem te dei "oi".

- Então pode dizer agora - o pequeno se senta ao meu lado todo encolhido, claramente com frio.

- Oi Lou - rio e noto ele me olhando.

- Oi Harry - ele sorri e sopra as mãos depois de esfrega-las uma na outra.

- Tá nevando, seus lábios estão tremendo e por que diabos você está descalço?

- É que... não ri, ein - ele aponta o dedo pra mim e me mostra seu tênis todo encharcado. - Eu escorreguei por causa do gelo, e deslizei pelo asfalto até meus pés serem impedidos de continuar.

- Mas se você apenas deslizou, como eles estão molhados desse jeito? - rio.

- É que, o que me fez parar foi uma poça de água enorme e funda, que molhou até minhas canelas. Eu disse pra não rir, idiota - ele me soca no braço, e mesmo assim não consigo levar ele a sério.

A gente fica em silêncio, nos olhando e sentindo ventos de todas as direções e uma neve finíssima caindo ao nosso redor.

Os lábios do menor tremem freneticamente e seus ombros encolhidos apertam meu coração. Ele leva a mão até a franja úmida jogando-a para trás, o que deixa seus olhos azuis tão mais claros que eu fico sem outra opção, a não ser beija-lo calmamente.

- Isso é pra me esquentar? - ele fala sorrindo entre o beijo.

Puxo o menor pra mais perto de mim. Levo uma  mão até sua bochecha sentindo a pele fria, e com a outra aliso freneticamente sua coxa, torcendo para que o atrito o aqueça ali.

- Vamos entrar e você toma um banho quente, troca de roupa e eu preparo algo pra bebermos, sim?! - falo me afastando e já levantando, mas o menor segura meu pulso me puxando com força fazendo com que eu caía sentado novamente.

- Só mais um pouco, tava tão bom... - ele praticamente ronrona enquanto roça a ponta gelada de seu nariz na minha bochecha até que nossos lábios estejam unidos novamente.

Onde eu clico pra enviar uma cartinha à Papai do céu agradecendo por um serzinho desse ter entrado na minha vida?

- Como foi hoje lá no hospital? - Louis pergunta surgindo pela porta da cozinha. O observo parado. - Que foi?

Senhor, perdoe meus pensamentos.

- Nada, eu só... - coço a garganta. - Nunca pensei que alguém ficaria tão sexy usando uma camisa minha.

- Oh - ele fica corado e anda de cabeça baixa tentando disfarçar. - Eu não iria vestir uma calça sua, porque você tem quarenta metros de perna, então e-

- Respeite minhas pernas, escoteiro - rio e empurro uma xícara de chocolate quente em direção ao mais novo quando ele senta ao meu lado. - O aquecedor está ligado então acho que tudo bem você ficar só de blusa. Mas você tá de cueca, né?

- Lógico! - ele responde rápido e eu começo a rir. - Sei que já transamos e temos uma certa intimidade mas não é bem assim - ele fala e toma um gole do chocolate quente.

Respondi a pergunta inicial de Louis sobre ter visitado Keith hoje, e o de olhos azuis concordou com o velho, disse que eu precisava me distrair um pouco. O menor até sugeriu que eu ficasse sozinho e disse que iria embora mas eu o impedi.

Eu quero a companhia dele.

Agora estamos aqui, sentados no sofá por baixo de cobertores, com as pernas entrelaçadas enquanto recebo o melhor cafuné de toda a vida.

O resto da noite eu fiquei um pouco calado, fingia estar entretido nos dois filmes que vimos mas na verdade meus pensamentos estavam longe. Lou tentava falar comigo algumas vezes e eu estava tão distraído que nem ouvia.

- Já sei o que pode te alegrar. - o menor fala empolgado se sentando um pouco afastado de mim.

- Louis eu tô bem, não precisa fazer nada.

- Fodasse, presta atenção - ele fala e eu arqueio as sobrancelhas surpreso sobre o palavrão que o mais novo soltou. Acho que nunca tinha ouvido um palavrão sair de sua boca. - Você sabe que eu ajudo meu pai na empresa dele, certo?

- Uh.

- E eu pensei assim, não me leve a mal ein - ele acrescenta o pedido e eu rio de como ele fala de forma ansiosa. - Já que sua casa anda meio que numa vibe triste, as paredes amadeiradas deixam a casa escura, e algumas luzes nem funcionam mais...

- Nossa, obrigado, não sabia que admirava tanto minha casa assim. Me sinto lisongeado - brinco irônico e ele me acerta com uma almofada.

- Eu gosto daqui, não é isso... eu só quero te ajudar com uma decoração mais alegre, uma mudança radical, algo que vai levantar seu astral.

- Lou, é uma ótima ideia e eu fico feliz por querer me ajudar, mas eu não tenho dinheiro agora, e quando Keith voltar? E se ele não gostar?

Louis se deita apoiando a cabeça em meu peito e voltando a olhar pra TV.

- Posso te ajudar com o dinheiro.

- Eu vou pensar.

Thank You, Grandpa [l.s] Onde histórias criam vida. Descubra agora