Capítulo 7 - Orgulhoso demais para se declarar para mim

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Nos sentamos numa das poucas mesas vagas na praça de alimentação. Fiz questão de sentar ao lado dele e não na frente como sugeriu. Na sua frente, não daria para sentir o seu cheiro e nem tocar nele quando quisesse, era distante demais.

— Agora me fala qual é o seu problema — sibilou antes de dar uma dentada num hambúrguer monstruoso. Ele já tinha comido três pacotes de M&M, sinceramente eu não tinha ideia para onde ia tudo aquilo.

— Que problema? Não tenho nenhum problema.

Ele arqueou a sobrancelha, duvidando claramente da minha afirmação.

— Só pelas suas roupas, já dá para ver que você não é normal — afirmou como se não fosse uma crítica, mas sim uma coisa óbvia. — Até entendo você querer chamar atenção...

— Não quero chamar atenção — interrompi.

— Você deveria ser mais discreto, essa touca de panda não te dá nenhum crédito, está ridículo!

— Só não rebato da maneira que você merece porque você está bonito e cheiroso.

— Sempre estou bonito e cheiroso — disse cheio de si empinando o nariz.

— Vamos parar de falar sobre a minha aparência — pedi. — Não é um assunto interessante.

— Concordo, vamos enumerar os motivos pelo qual você não gosta do Paraíso.

Pisquei sem entender.

— Do que você tá falando? — Ícaro Tramontini se mostrava cada vez mais doido.

— Estou falando disso aqui — Ele ergueu o hambúrguer. — Isso é o Paraíso.

Ri enquanto comia um pouco da salada que comprei, onde coloquei um pouco de mostarda. Eu adorava mostarda!

— Animais não merecem morrer para nos alimentar, sendo que nem precisamos deles para nos sustentarmos. Vejo um sanduíche de cadáver quando eu olho para isso.

— Que macabro! — disse me olhando como se eu fosse louco. — Concordo com você até certo ponto, mas você deve levar em consideração de que não fui eu quem matei esses animais — defendeu-se.

— Mas está incentivando ao consumir, você também tem culpa no cartório.

Ele deu de ombros.

— Não vou deixar de comer carne por causa de você, sou um carnívoro assíduo — confessou sem culpa.

— E pensar que eu estava me apaixonando por você — fingi desapontamento. — Que decepção!

— Acredite, é preciso ter muito estômago e força de vontade para se apaixonar por mim.

— Eu tenho os dois — disse com um sorriso. — Não vou desistir de você, Ícaro Tramontini, você me fascina.

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