PLÁGIO É CRIME!
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Leonardo Borges sempre soube que era diferente. Talvez por isso ele tenha se apaixonado por Ícaro, o ser grossei...
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Por mais estranho que fosse, eu me sentia seguro ao lado dele.
Não como se ele fosse um cavaleiro de armadura reluzente num cavalo branco que iria me proteger do mundo cruel onde vivíamos, mas sim uma segurança mais sentimental. Com ele, sabia que podia ser eu mesmo.
Ele não se importava com as minhas cantorias que vinham do nada simplesmente porque eu estava inspirado, nem do barulhinho irritante que eu fazia com a língua antes de beijá-lo.
A pior parte de ser diferente é quando você é praticamente obrigado a expor isso. E não queria me sentir culpado por beijar meu ficante no dia dos namorados só porque estava rodeado de outras pessoas, era um tanto injusto!
Quando estava com Leo, eu não conseguia sentir tanto medo do que as pessoas pensariam quanto antes. Tudo isso graças aos seus olhos que praticamente tiravam esse temor.
Merda, ele era doce demais para mim...
Com Leo, era quase impossível não ser agarrado e espremido do nada, ele era muito carente e não poupava no carinho, não importava a ocasião.
— Vamos para o lago? — perguntou com aquele sorriso que faziam suas bochechas ficarem ainda maiores.
Concordei e coloquei os braços ao redor de seu pescoço, pulando nas suas costas como se fosse a coisa mais natural do mundo.
Eu estava pouco me fodendo! Se eu quisesse pular nas costas do Leo, ia pular nas costas do Leo e foda-se quem ficar incomodado com isso.
Ele segurou minhas pernas ao seu redor enquanto eu apoiava meu queixo em seu ombro de forma intuitiva.
Leo caminhava comigo em suas costas como se eu não pesasse nada e fechei os olhos, tentando não pensar na estranheza da nossa posição aos olhos alheios.
Só voltei à realidade quando chegamos naquele alto e majestoso penhasco. Senti a brisa forte em meu rosto enquanto colocava meus pés no chão e tentava arrumar a minha roupa amassada.
— Você me trouxe aqui no dia em que nos tornamos mais próximos — lembrou, como se fosse uma memória distante. — Tenho muito medo de altura, acho que já te falei isso.
— Sim, e do seu sonho meloso de beijar alguém no topo de uma roda gigante — Fiz uma careta, me divertindo as suas custas.
Ele corou e abaixou o olhar.
— É, mas antes disso, já vinha aqui para tentar vencer esse medo que eu tinha. O mundo é grande demais para perder tempo tendo medo.
— Aonde quer chegar? — Ergui a sobrancelha, desconfiado.
Leo parecia nervoso, juntava as mãos como sempre fazia quando estava nervoso e sem falar nas bochechas iguais a dois grandes tomates.
— Isso não tem muito a ver com o que quero falar — Ele riu. — Foi só uma coisa que me veio à mente quando olhei para o lago.
