Capítulo 11 - Se ex fosse bom Deus não mandaria amar o próximo

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Dormi muito bem naquela noite.

Nada era melhor do que dormir agarradinho com o Ícaro, sentindo seu cheiro que relaxava todo o meu corpo e me fazia dormir como não conseguia quando estávamos separados.

Quando estávamos juntos, eu não necessitava dos remédios para dormir e não fazia ideia de como isso era possível e talvez por isso a ideia de dormir sem ele depois daquele dia fosse um tanto dolorosa.

Abri os olhos. Já era dia, as cortinas brancas de Ícaro não eram o bastante para bloquear a luz intensa do sol. Percorri os olhos pelo quarto notando que nunca estive ali. Tinha um pôster gigante do Michael Jackson e vários CDs, além das coisas dele espalhadas pelo quarto.

Ele era mesmo fã.

E muito bagunceiro.

Permiti-me sorrir ao ver as suas roupas jogadas no chão, algumas gavetas abertas com roupas transbordando delas e um caderno que era a única coisa que parecia não fazer parte daquela zona.

Soltei Ícaro, pressionando os lábios em sua orelha. Ele resmungou, puxou a coberta por cima da cabeça e se virou para o outro lado me fazendo soltar uma risadinha baixa.

Fui até a sua cabeceira tentando ignorar o fato de eu estar completamente nu e segurei o caderno que estava tão delicadamente apoiado ali.

Folheei sem me dar conta de que estava sendo intrometido e que Ícaro provavelmente não gostaria de me ver mexendo nas suas coisas.

Sua letra era linda, ao contrário do garrancho terrível que era a minha. Eram frases que rimavam, que se encaixavam de uma forma que me fascinava. Queria ler mais e mais, embora soubesse que não deveria, pois sem dúvida era algo particular.

Era uma música, eram várias musicas e elas pareciam ser o mapa da alma de Ícaro e talvez por esse motivo, eu não conseguia parar de ler, pois tudo sobre ele me fascinava.

Sorri quando vi o meu nome no canto da folha. Não fazia parte da música, mas tudo indicava que era sobre mim. Ela mencionava meus olhos e outras diversas características minhas, era como se ele vomitasse tudo o que sentia a meu respeito em versos incríveis e assim como ele, era lindo.

Fechei o caderno com o sorriso mais bobo do mundo estampado no rosto, coloquei de volta na cômoda e voltei para a cama na ponta dos pés antes de agarrar Ícaro como se fosse um ursinho de pelúcia.

— Acorda, Icky — sussurrei, tentando descobrir a sua cabeça.

Ele gemeu.

Olhei o relógio de cabeceira e suspirei.

— Vai dar meio dia, Ícaro — insisti num tom quase convincente.

— Hoje é dia impar... — resmungou.

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