Capítulo 18 - É brega dizer isso

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   Leo

   Quando chegamos ao apartamento, estava anoitecendo.

   Assim que passei pela porta, fiz questão abraçar Ícaro. Eu teria que ir embora dali a poucos minutos e não queria soltá-lo. O dia estava tão perfeito...

   Ele beijou meu pescoço e meu corpo inteiro se arrepiou, como sempre acontecia quando Ícaro fazia isso.

   — Sabe, a gente bem que podia fazer alguma coisa agora — sugeriu, dando uma apertada de leve na minha bunda.

    Dei um sorriso.

    — Tenho que ir embora, por mais que a ideia seja tentadora.

    — Vai ser rapidinho — insistiu. — Pelo seu aniversário.

    — Tá bom — cedi inebriado pela sua presença.

    — Vira — ordenou com aquele tom autoritário.

    — Não, dessa vez eu quero que você vire — Ele me olhou de um modo estranho — Pelo meu aniversário — acrescentei piscando.

    Ele assentiu e se virou, abaixando as calças. Rasguei com os dentes a camisinha que estava em meu bolso e a coloquei com a mesma eficiência, cheirando seu pescoço enquanto o fazia. Contornei a sua cintura após abaixar a minha bermuda e colocar o dito cujo, e apertei-o contra mim, deslizando os dedos por dentro da sua camisa e alisando a sua barriga, que se contraiu assim que o penetrei.

    No primeiro momento, fui bem devagar, queria sentir ele de todas as formas possíveis. Beijei seu ombro enquanto ele gemia e mordisquei levemente a sua orelha. Era estranho porque estávamos no meio da sala, mas sempre que eu estava com ele, tudo em volta desaparecia.

    Quando paramos, ofegantes, apoiei a minha testa na dele enquanto ele levantava as calças. Pressionei os lábios em sua têmpora e enterrei meus dedos em seu cabelo, o puxando para mim.

    — Você está suado — murmurei, arfante.

    — Você também — Colando os lábios nos meus.

    Rocei meu nariz em seu pescoço. Incrível como mesmo suado, ele não perdia o cheiro maravilhoso.

    — Vou sentir falta desse seu cheiro na hora de dormir.

    Ícaro se afastou de mim por um momento, pegou a sua echarpe no sofá e me entregou.

    — Fique com ela, tem o meu cheiro — Sorriu, aquele sorriso lindo que eu adorava.

    Peguei a echarpe e a levei até o nariz. Ele tinha razão, o cheiro estava ali. Enrolei-a no pescoço e o agarrei de novo.

    Segurei o meu colar assim que nos afastamos. Aquele colar era uma lembrança clara dela e eu não queria mais que ele pesasse em meu pescoço junto com a minha culpa. Queria que aquele colar me lembrasse de coisas boas, coisas positivas.

    Tirei-o, segurando o pingente e entregando para Icky.

    — Quero que fique com ele — murmurei. — No seu pescoço ele me faria lembrar de coisas boas, coisas relacionadas a você.

    Ícaro o pegou e o apertou com um sorriso.

    — Tem certeza? — Ele pareceu inseguro. — Era da sua mãe.

    — Eu sei, mas se nem ela lembra de mim por que eu usaria um cordão que lembrasse ela? — soltei sem pensar seguido por uma risada fraca de incredulidade.

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