Capítulo 02 - A Academia

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Acordei cedo, com uma puta ressaca, com um mau humor que ninguém agüentava. Mesmo com uma preguiça maior que o meu mau humor, me obriguei a ir à academia. Chegando na academia, iria correr até esquecer meus problemas, iria correr até sentir minhas coxas começarem a queimar. A ligação do Luís não me saía da cabeça.

– Droga! Vou ter que trocar meu número de novo – resmungando, continuei a correr até que meus pensamentos estivessem cansados. Tinha meio que virado uma rotina, o Luís não aceitava o fim do nosso namoro, sempre mudava de número, mas não sei como, ele sempre achava e me ligava, me dizia que estava arrependido, que queria reatar o noivado, cerca de um mês atrás descobriu onde morava agora quase todos os dias recebo flores, bichinhos de pelúcia, cartas de amor. Estava quase pensando em me mudar. Desisti, gostava demais do meu apartamento. Mas nem que ele viesse coberto de ouro iria querer alguma coisa com ele.

Andava um pouco distraída, pensando teria que mudar meu número o quanto antes, já fazia meu caminho para sair da academia, entrei em um corredor com pouco movimento afim de sair mais rápido da academia, já estava atrasada para o trabalho, quando esbarrei em uma parede. Estava já a caminho do chão quando dois braços fortes tentaram me segurar, o que só amenizou o impacto. Foi então que eu percebi, que não era uma parede, era um cara bem grande.

– Ai meu Deus! Me desculpa por favor, devia olhar por onde eu ando e eu... – foi quando vi seus olhos, duas piscinas azuis da cor céu, olhando para mim com preocupação e eu perdi totalmente a linha de raciocínio. Analisei todo seu rosto, olhos grandes e bem azuis, nariz reto e bem afilado, boca perfeitamente bem esculpida e carnuda, maxilar bem largo, sobrancelhas grossas, mas aparentemente bem cuidadas. Acho que o conjunto ficou muito bem nele, e ainda tinha uma barba por fazer, o que conferiu ao seu rosto um estilo de garoto malvado.

Desde que terminei com o Luís não me envolvi mais com ninguém, alguns caras até que me atraíam fisicamente, mas não passou disso. Tentei ir a um encontro há um mês atrás, mas foi um completo desastre. Decidi esperar um pouco mais, esperar um cara que eu realmente me interessasse. Meu único relacionamento é com meu vibrador, escondido debaixo de várias lingeries sensuais inutilizadas.

– Ah, sem problemas linda – sua voz baixa e rouca me cativou, se abaixou para me ajudar a levantar, quando aqueles lindos lábios pecaminosos estavam próximos senti seu hálito fresco, e seu cheiro de homem me fez querer pular no seu pescoço e inalar aquele aroma incansavelmente – Linda? Ta me ouvindo? – putz! Tinha viajado tempo demais.

– Ah, tô sim, desculpa! – senti minhas bochechas esquentarem, acho que ele percebeu que eu estava olhando descaradamente para o seu rosto lindo.

– Bem desculpas aceitas, mas por mais que eu esteja gostando desse papo no chão, que tal nos levantarmos? – ele se ergueu primeiro e ofereceu a mão para me ajudar. Foi quando vi suas mãos, grandes e fortes. Imaginei-as passeando pelo meu corpo, me despindo e me segurando com vontade. Acho que demorei muito nos meus devaneios de novo, pois ele já estava balançando a mão perto do meu rosto – Alôô? Terra para...

– Camila – peguei sua mão e me levantei do chão.

Quando levantei pude perceber seu corpo melhor. Era bem mais alto que eu, devia ter uns 1,90 metros. Não tinha exatamente um corpo forte, mas pela parte que era exposta na sua roupa de academia – braços e panturrilhas – parecia que tinha tudo no seu devido lugar. Ele tinha ombros bem largos, mas resto do seu corpo era esguio. Tinha panturrilhas bem torneadas que combinavam bem com o seu físico. Mas o conjunto formava alguém com uma estatura bem grande.

Vestia uma camiseta azul da cor dos seus lindos olhos e um calção preto. Seus cabelos eram de um tom bem escuro e acredito que estava em um tamanho maior do que o de costume, pois ele tirava constantemente do rosto másculo. O conjunto da obra era quase demais pra qualquer mulher agüentar. Lindo de morrer. Acho que o homem mais lindo que eu já vi na minha vida.

Marcas de FogoOnde histórias criam vida. Descubra agora