Capítulo 63 - Importado

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Betinha chutou Geraldinho forte, bem entre as pernas antes que ele tivesse a chance de concretizar o ato de violência sexual e ele se afastou com dor.

- Para de fazer ceninha. Você é piranha. É piranha sim!

PA! Betinha encheu a mão e deu aquele tapa no rosto de Geraldinho quando ele disse aquilo a ofendendo.

- Eu vi – Geraldinho disse levando a mão ao seu próprio rosto que ardia com o tapa dado por ela. – Vi você se encontrando com o tal Dalton em frente a um prédio de granfino. Vai negar?!

- E daí? Você viu o Dalton e eu conversando em frente a um prédio... E daí? Eu só o encontrei lá. Só conversamos rápido e foi só isso. Não teve nada demais – Betinha tentou se manter firme ao ser confrontada daquele jeito e mentiu. Mentir era só o que ela se via fazendo ultimamente.

- Ou você dá pra mim ou vou lá até ao Cachorro Brabo e conto sobre os encontros que a esposinha dele anda tendo – Geraldinho foi direto.

- Vai! Eu acompanho você. Vamos juntos! Seu idiota, você não vê que ainda continuo tendo vantagem sobre você? O que você tem contra mim? Dois pontos de acusação. Primeiro que me viu vendo as fotos do Dalton na internet um dia e agora que me viu conversando com ele na rua. Pois eu também tenho dois pontos de acusação contra você. Primeiro quando sabotou a escada para que eu caísse e bem agora quando acaba de tentar me estuprar. Isso só não pode ser considerado um empate porque as minhas acusações ainda pesam muito mais do que as suas, então cai na real! Você não tem nada! Não tem nada pra me atacar!

Irritado com aquela realidade, Geraldinho partiu para cima de Betinha para tentar agarrá-la de novo, mas ela deu uma rasteira nele e quando Geraldinho caiu sentado, Betinha pisou com raiva bem no pênis dele. Geraldinho então saiu correndo do quarto, gemendo de dor, segurando as suas partes íntimas.

- Se mete comigo de novo! Se mete! Você pode não ter mais as suas bolas que o Cachorro Brabo cortou fora, mas pelo visto um bom e merecido pisão nesse seu pinto ainda dói bastante!

Sozinha no quarto, Betinha podia até parecer tão forte por fora, mas quando ela se olhou no grande espelho e se viu com seu vestido e sua calcinha rasgados daquele jeito ela chorou. Ainda era frágil por dentro.

- Amor, nós precisamos conversar – Anja disse para Dalton enquanto ele estava em casa com ela.

- E o que foi agora?

- O que foi? Você me pergunta? Mas é você quem precisa me dizer o que diabos está acontecendo com você!

- Hã?

- O que foi que aconteceu com aquele Dalton de antes da viagem que me acordou numa manhã com um beijo e disse que estava começando a me amar, que disse que finalmente iria se esforçar para fazer esse casamento funcionar e ser verdadeiro?

- Eu só estava confuso, Anja. Eu me enganei.

- E posso saber o que fez você voltar atrás assim? Porque eu me recuso a acreditar que foi só por conta do trauma com os terroristas.

- Não interessa – seco, frio, Dalton se preparou para deixar a mansão então.

- Só não se esquece dos documentos! Não esquece que quanto mais você se distancia de mim, mais perto os documentos que podem te mandar pra cadeia chegam das mãos da justiça – Anja ainda fez questão de renovar a sua ameaça para Dalton, mas ele partiu sem respondê-la mesmo assim.

Lorenzo estava com a sua namorada Adele no apartamento que agora era deles. Estavam no sofá, Adele sentada e Lorenzo deitado com a cabeça repousando no colo dela. Adele falava e falava brincando com o cabelo loiro de Lorenzo e os dois estavam muito bem em seu relacionamento, mas Lorenzo, mesmo estando ali com ela olhava para o teto e se perdia em seus próprios pensamentos. Pensava em algo que estava longe dali.

- Você está ouvindo o que eu estou falando? – Adele o perguntou.

- Claro, claro, amor. Continua – Lorenzo mentiu.

Tábata também vivia um ótimo momento em seu casamento com Binho. Eles estavam tão bem juntos como há anos não estavam e naquela tarde Binho até fez questão de ir até à clínica onde Tábata trabalhava como faxineira para levar o almoço para ela.

Às 17 horas, Tábata saía do trabalho. Ela estava feliz, mas ficou ainda mais feliz quando viu aquele carro preto, comprido, importado esperando ali na porta da clínica e esperando por ela. Tábata correu toda animada até ao carro, bateu no vidro que se abaixou. Era Lorenzo ao volante.

- Entra aí – ele disse para Tábata.

- Ricaço, ricaço... Eu sabia que você voltava. Sabia que não ia resistir, que ia querer mais. Todo mundo que prova acaba voltando querendo mais – Tábata disse toda convencida, entrou no carro sentando-se ao lado de Lorenzo no banco do passageiro e Lorenzo deu a partida.

Música-tema das cenas de romance do casal Dalton e Betinha.  


>>> Continua ...

Os Corações Sobreviventes - Capítulo 001 a 200Onde histórias criam vida. Descubra agora