Capítulo 194 - Emergência (ÚLTIMAS SEMANAS)

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— Levem. Levem esse homem daqui. Levem para prisão, para trás das grades que é o lugar para gente feito ele. Tirem esse homem da minha casa, da minha frente, da minha vida – foram as palavras definitivas de Betinha e os policiais levaram o seu pai Brunão de uma vez.

Após aquela confusão toda, a menina grávida Cincinata desceu a escadaria, foi até Betinha para consolá-la, mas ela gritou de repente, então foi Betinha quem correu agora até ela. Cincinata levou a mão até a sua barriga e uma linha de sangue agora corria partindo do meio de suas pernas. Betinha se apressou em levá-la para a clínica.

Cincinata ficou uma hora inteira dentro da emergência da maternidade. Betinha ficou como uma mãe preocupada andando aflita de um lado a outro do corredor até que o doutor Benjamin veio até ela.

— Fala logo o que aconteceu, Benjamin, em nome de tudo que é mais sagrado!

— Perdeu, Betinha. A menina teve um aborto espontâneo e perdeu o bebê.

Enfraquecida pela notícia, Betinha sentou-se.

— Talvez foi o melhor que podia ter acontecido. Talvez foi o melhor – abalada, Betinha só ficou repetindo então.

Ela recebeu o crachá e a liberação para adentrar a emergência e se colocou ao lado da cama onde Cincinata estava deitada agora.

— Você está bem? Como está se sentindo? – Betinha perguntou enquanto alisava o cabelo de Cincinata agora com os seus dedos amorosos.

—Eu estou me sentindo... Estranha.

— Meu bem, a melhor coisa que você pode fazer agora é fingir que nada disso aconteceu, apagar esse passado feio da sua memória, imaginar que tudo não passou de um pesadelo que nunca foi real. Um dia, anos mais a frente, você estará de volta a uma maternidade, estará de volta a uma clínica para ter um bebê... Mas será no seu tempo certo, nas circunstâncias certas e quando muito amor verdadeiro estiver envolvido em tudo isso – Betinha disse para a menina e sorriu confiante para ela.

Naquela tarde, Dalton foi buscar Maria e Sabrina no aeroporto. Elas voltavam da sua divertida semana de viagem pela Bahia. Quando todos chegaram à mansão, Betinha veio correndo da sala até eles, abraçou a senhora Maria e se agachou em frente a sua amada filha Sabrina.

— Você se divertiu muito mesmo?

— Eu trouxe um presente pra você – a pequena Sabrina disse e estendeu a caixinha para Betinha, a entregou.

Betinha abriu e era um bonito bonequinho feito de miçangas e conchinhas que tinha a plaquinha que dizia "Lembrança da Bahia".

— Eu amei – foi a reação de Betinha e abraçou Sabrina tão apertado, transbordando em amor. – Tem mais alguma coisa que você queira me dizer?

Sabrina ainda pensou, olhou para Betinha, mas saiu correndo para o seu quarto. Betinha olhou para Dalton e para Maria. Entendeu que seria esperar demais que Sabrina já voltasse da viagem a chamando de mãe como ela sonhava todos os dias em ouvir, mas então voltou a olhar para ao presentinho que segurava e admitiu que algum progresso na reaproximação com a sua filha estava definitivamente sendo conquistado.

À noite, Cincinata estava no quarto dado a ela na mansão e tinha o seu cabelo sendo penteado por Betinha enquanto as duas conversavam sentadas sobre a alta cama fofa e cor de rosa.

— Quem dera a minha filha deixasse que eu a penteasse assim desse jeito – Betinha confessou para Cincinata.

— Eu fico muito triste com isso, sabe? Ver que a sua filha rejeita você, não chama de mãe.

— Estamos no meio de um processo. A minha filha foi tirada de mim, passou tempo longe e no domínio de uma mulher muito má que implantou ideias más na cabecinha dela, então nada é assim tão simples quanto eu desejo que fosse.

— É porque ela é tão pequenininha. Ainda não entende a mãe maravilhosa que você é. Eu seria a menina mais feliz do mundo se eu tivesse nascido de você, se você fosse a minha mãe de verdade.

Cincinata disse aquilo tão honestamente e se virou para dar aquele grande abraço que Betinha recebeu sentindo o seu coração ficar totalmente aquecido com o afeto.

Tão cedo na manhã seguinte, Betinha foi visitar o seu pai na prisão, sem contar para Dalton ou para ninguém aonde ia. Ela não queria preocupar ninguém e bem lá no fundo nem desejava fazer aquela visita, mas apenas foi porque sabia que não viveria em paz enquanto não calasse aquela dúvida que agora queimava dentro dela.

— Você se arrependeu. Eu sabia que você se arrependeria da loucura que fez. Onde já se viu isso? Filha entregando o próprio pai para a polícia? Você trouxe um ótimo advogado pra me tirar daqui. Não trouxe? Um daqueles advogados ótimos, de gente com grana.

— CALA --- A --- BOCA. Eu só vim até aqui para fazer uma pergunta, uma pergunta apenas, o senhor só precisa me dar uma resposta e é só isso. O senhor também fez comigo a mesma coisa que fez com a sua enteada Cincinata? Você abusou de mim quando eu era só uma menininha?

 O senhor também fez comigo a mesma coisa que fez com a sua enteada Cincinata? Você abusou de mim quando eu era só uma menininha?

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Betinha vai visitar o seu pai na cadeia.

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Os Corações Sobreviventes - Capítulo 001 a 200Onde histórias criam vida. Descubra agora