Capítulo 135 - Deixar

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— Como assim "morte"? Não. Não, doutor Benjamin. Você só pode estar enganado. Ninguém morreu não. O que é isso? Como está a minha mulher? Como estão as minhas filhas? – Dalton perguntava tão alarmado.

— A Betinha está bem. Fizemos o parto normal. Ela está acordada no quarto, mas...

— Mas o que, doutor?! PELO AMOR DE TODOS OS ANJOS! – foi a vez de Eldora explodir em nervosismo.

— Uma das bebês não resistiu. Eu sinto muito.

E quando doutor Benjamin confirmou aquilo, Dalton e Eldora saíram correndo pelo corredor do hospital e entraram no quarto onde Betinha estava. Assim que entraram, a primeira visão que tiveram foi de partir o coração. Betinha, deitada na cama, segurando as duas bebês no colo. Enrolada na manta verde, a bebê bem viva e chorosa. Enrolada na manta amarela, a bebê gelada, com tonalidade de pele quase roxinha e de semblante tranquilo. Um sono eterno.

Eldora e Dalton se aproximaram. A mãe a beijou na testa, acariciou o seu cabelo. Dalton segurou a mão da sua amada.

— Nós precisamos levá-la – uma enfermeira disse ao entrar porque deveria levar a bebê.

— Não. Ela é a minha filha. É minha filha – Betinha disse enquanto o seu queixo tremia com o choro e uma de suas lágrimas caiu sobre a manta amarela que envolvia a bebê morta.

— Minha filha... Deixa levar. Deixa levar. Você tem que deixar ir... – Eldora disse chorando junto com a sua filha.

A enfermeira então tirou a bebê imóvel dos braços de Betinha que ela viu partir para sempre. Dalton e Eldora seguraram as mãos de Betinha no mesmo instante mostrando que estavam ali por ela e Betinha virou o seu olhar para a outra pequena recém-nascida ainda em seus braços.

— Como vamos chamá-la agora? Essa é a nossa pequena Sabrina ou a nossa pequena Suelen? – Dalton perguntou.

— Ela é... Ela é a nossa Sabrina – Betinha disse, fraca.

— Vamos usar o nome que eu escolhi? – Dalton perguntou com a felicidade voltando para o seu interior depois daquele momento tão difícil.

— Vamos sim – e a verdade que Betinha guardaria para sempre apenas para ela mesma era que usava o nome escolhido por Dalton porque ainda se sentia muito culpada pela menina ser filha de Miguel e não de Dalton.

— SEUS INCOMPETENTES! – Anja gritou e não só desligou o seu celular após falar com os homens criminosos e descobrir que o plano de dar a surra em Betinha havia falhado, mas ela realmente jogou o seu celular contra a parede destruindo o aparelho.

Maria veio até Anja e ela simplesmente se ajoelhou nos pés da famosa atriz.

— O que está fazendo agora? Ficou louca? – Anja perguntou para a senhora.

—Eu estou implorando, suplicando – Maria disse unindo as suas mãos. – Essa surra que você encomendou para a Betinha e não deu certo é só mais um sinal de que a vida ainda está te dando chances. Agarra a chance, menina. Muda o rumo da tua vida. Muda agora. Aceita o pedido de casamento do Malvin e vai ser feliz. Vai amar de verdade, ser amada em retorno. Amar e ser feliz são as únicas conquistas que a gente leva pra eternidade depois que termina a nossa passagem por essa vida breve.

Claro que Anja novamente disse que Maria só dizia besteiras, mas a palavras de sua mãe ficaram ecoando em sua mente e assim, Anja mais tarde partiu para os estúdios da emissora de TV. Todos queriam falar com ela, tão entusiasmados por vê-la de volta ali após tanto tempo, mas Anja marchou determinada diretamente até ao escritório do chefão de tudo aquilo, o escritório de Malvin. Ela abriu a porta e já disse:

— Eu aceito, Malvin. Eu aceito me casar com você.

Malvin arregalou os seus olhos e então ele pulou por cima da sua mesa, correu até Anja e a abraçou, a beijou com todo o amor intenso que sentia queimar dentro dele por ela.

— NÓS VAMOS NOS CASAAAAAR! – rodando Anja em um abraço lá fora, Malvin gritou com a sua voz poderosa para todos na emissora que quisessem ouvir e vieram os aplausos.

Betinha permanecia no hospital com Dalton e sua bebê Sabrina naquele finzinho de tarde. Eldora havia ido sozinha até à mansão para buscar algumas coisas que Betinha precisava e já retornava, mas ao cruzar o portão, Eldora o encontrou a sua frente: Jocler.

— Mas o que você está fazendo aqui?

— Eu voltei. Voltei porque te amo e nem adianta dizer que você não me ama ainda também, porque eu nunca acreditaria.

— Você se infiltrou nas nossas vidas só para colaborar com gente que queria fazer muito mal pra minha filha. Eu nunca amaria um homem que agiu assim.

— Eu salvei a sua filha!

— O quê?

— Hoje. Eu seguia a Betinha e descobri 4 homens que estavam na cola dela à mando da Anja. Os homens iriam dar uma surra na Betinha. Surra grande que faria ela perder as bebês e isso se não a matasse também. Então eu chamei a polícia. Fui eu quem impedi que isso acontecesse. Eldora, você não vê que essa foi a minha forma de me redimir? Porque eu não sou mau. Eu me arrependo de verdade do que eu fiz, do que fui contratado para fazer. Por você, por tudo e todos que dizem a respeito a você eu só tenho... Amor. Por favor, Eldora. Acredita. É só amor o que eu tenho a oferecer.

O relato de Jocler sobre como salvou a vida de Betinha emocionou Eldora. Ele foi se aproximando dela e a senhora Eldora não resistiu. Eles se beijaram. Reataram depois de mais de 6 meses longe um do outro, mas sempre mantendo o seu amor intacto mesmo assim.

Na Igreja Dom Lazar Salva E É Rei a multidão estava mais eufórica e incontrolável durante o culto daquela noite do que nunca antes. Havia os seguranças contornando o palco que impedia que os fiéis se aproximassem de Dom Lazar, mas naquela noite o fervor dos fiéis era tamanho que a multidão conseguiu furar a barreira dos seguranças. De repente era gente agarrando os braços de Dom Lazar, as pernas, a cabeça, agarrando o seu nariz, as suas orelhas e o seu pênis.

— O corpo dele é santo! Precisamos de um pedaço. Quem tiver um pedaço do corpo do salvador da humanidade vai ter a sua benção garantida!

— Eu quero um braço!

— Eu vou arrancar uma perna!

A multidão gritava.

Música-tema do amor de Betinha por sua filha Sabrina e pela memória de sua falecida bebezinha Suelen. Uma das músicas mais bonitas dentre todas que formam a trilha sonora da novela "Os Corações Sobreviventes". 

Dom Lazar corre enorme risco de vida

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Dom Lazar corre enorme risco de vida. Ele está ali sendo atacado pela multidão dos seus fiéis furiosos e fanáticos.


> > > Continua . . .



Os Corações Sobreviventes - Capítulo 001 a 200Onde histórias criam vida. Descubra agora