Capítulo 4 - Beijo

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O avião despencava de forma veloz. Os passageiros eram jogados para o alto e para os lados. Dalton foi jogado contra a janela e de repente Betinha foi atirada contra ele.

O avião já estava perigosamente próximo do chão e os pilotos, em um último sacrifício de amenizar aquela queda horrível, ainda usaram o máximo de sua força para puxar os comandos para cima. Isso fez com que a ponta do avião empinasse um pouco, amortecesse ao bater no topo de muitas árvores, mais ainda assim o avião teve aquele horroroso impacto, virou de lado e foi cair dentro de um rio largo e escuro.

Escuridão. Silêncio. Fumaça e chamas. Betinha foi abrindo os seus olhos devagar e nem sabia agora se estava viva ou morta. Ela tinha um feio corte que ia do alto do seu ombro esquerdo até à sua mão, mas conseguiu levantar-se cambaleando e percebeu que andava sobre uma pilha de passageiros mortos. Ela se recusava a acreditar que havia sido a única sobrevivente.

— Olá! Alguém! Aqui! – Betinha clamava.

Ela entendeu que aquele lugar onde o avião havia caído era uma floresta fechada e úmida. Acreditava que ainda nem havia saído dos limites do Brasil.

Betinha foi andando por entre a mata, se afastando dos destroços do avião que queimavam, com a dor ardente do corte comprido em seu braço, até que viu uma movimentação mais a frente. Sim, era um homem de pé ali. Ele se virou e era Dalton. Eles correram para o abraço um do outro e sem precisar pensar mais em nada... Se beijaram intensamente.

— Eu... Eu...

— Não fala nada – Dalton a impediu repousando o seu dedo indicador sobre os lábios dela em seguida. – Vamos ficar juntos. Eu protejo você. E nós vamos sair daqui.

— Como?

Dalton tinha um corte na sua coxa direita, que havia rasgado a sua calça, inclusive. Mas ele se preocupava mais com Betinha. Ele arrancou a camisa que vestia, exibindo agora o seu peitoral peludo e suado e usou a peça em pedaços para limpar e cobrir o corte no braço dela.

Betinha se apressou em dar mais um beijo apaixonado nele em seguida e foi naquele instante quando os dois ouviram aquele chamado de socorro. Uma voz feminina.

— Tem mais gente.

— Eu vou procurar pela pessoa. Você fica aqui. – Dalton a disse e saiu correndo, mancando.

De repente Betinha sentia frio. Ela caminhou um pouco enquanto abraçando a si mesma e foi quando o homem pulou por trás dela e a agarrou, a derrubou no chão. Betinha o conhecia bem. Era o homem gordo que havia a chamado de prostituta no avião e tentado tê-la a força. Agora ele estava por cima dela. Betinha dava tapas, socos, mas ele ia conseguindo puxar a sua blusa, tirar, rasgar.

— Por que você não morreu na queda do avião, seu pedaço de bosta?! – Betinha gritou para ele, sempre lutando.

O homem tinha muito sangue em sua cabeça e testa. Certamente havia batido durante o impacto.

— Eu estou acidentado. Eu preciso de algum alívio. Colabora. Cala essa boca e dá logo pra mim!

— Você é um doente! Doente! – Betinha gritava, mas o homem já rasgava a calcinha dela e removia a peça totalmente.

Dalton corria dentro da mata o mais rápido que podia. Ainda ouvia os pedidos de socorro, até que encontrou a mulher que havia sido arremessada para longe durante a queda do avião. Agora ela estava presa entre um tronco de árvore e uma rocha e Dalton sabia muito bem quem ela era. A atriz Anja DellaVinie, a celebridade que havia ficado obcecada por ele de repente.

Dalton a puxou com cuidado dali e no instante em que a atriz estava livre, ela se jogou nos braços dele, começou a apertar o seu peitoral e a beijar a sua boca, mesmo que ele se afastasse.

— Você salvou a minha vida. Consegue ver que esse é o sinal do destino dizendo que nós devemos ficar juntos?

— Seu porco nojento! – o grito revoltado de Betinha ecoou pela mata antes que Dalton pudesse ter qualquer reação de resposta para Anja e assim ele simplesmente a puxou pelo braço levando-a consigo para onde ele ia apressado.

— Betinha! Betinha! – Dalton gritava porque voltava em seu socorro.

Betinha finalmente conseguiu acertar um chute forte bem contra o nariz do homem e ele caiu longe para trás. Ela se levantou rapidamente, vestiu novamente a sua saia e felizmente ele não havia tido a chance de concretizar o ato de violência sexual.

O homem foi andando tonto, de costas, e acabou parando de pé na borda de uma lagoa de água preta.

Dalton chegou Estava novamente junto de Betinha.

— Quem é essa aí? – Betinha preferiu perguntar ao ver Anja tão abraçada, agarrada a Dalton.

De repente algo pulou de forma assustadora para fora da água preta surpreendendo a todos. Um enorme crocodilo que em uma fração de segundos atacou o homem gordo e abocanhou a sua cabeça inteira.

Dalton se afastava horrorizado. Anja gritava. Betinha puxava Anja para longe de Dalton com raiva e o homem acostumado a abusar de mulheres ia sendo devorado pelo crocodilo de dimensões enormes e dentes mortais.

 Betinha puxava Anja para longe de Dalton com raiva e o homem acostumado a abusar de mulheres ia sendo devorado pelo crocodilo de dimensões enormes e dentes mortais

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Os Corações Sobreviventes - Capítulo 001 a 200Onde histórias criam vida. Descubra agora