— Betinha...
— Amor, eu vou ficar do seu lado, não importa o que você tenha feito. Por favor, nunca duvide disso, do meu incondicional apoio por você. Mas é que eu só preciso saber – e Betinha correu até ele, segurou o seu rosto agora enquanto falava. – Poxa, afinal de contas, o Geraldinho tinha sequestrado a nossa filha. Eu sei que você tem uma arma, então...
— Eu não matei ninguém.
— Ok. Ok. Me desculpa. Desculpa - e Betinha começou a beijar Dalton urgentemente. Sua testa, suas bochechas, seu pescoço, os seus lábios.
Lorenzo foi visitar Verônea naquele dia como fazia sempre, ao menos 2 vezes por semana, todas as semanas. Naquele dia ele não levou o bebê Pietro Enzo, foi sozinho. Ele puxou uma cadeira, sentou-se ao lado dela. Lorenzo ficou observando Verônea ali, com aqueles tubos que a mantinha respirando e se alimentando. Ele segurou a mão dela. Tudo o que queria era ter a sua amada de volta... Por completo.
No bordelzinho Boate Azul, era a hora de folga para todas. Escoradas ao bar estavam três prostitutas se abanando com leques, mais duas sentadas sobre o balcão que colocavam bolsas de gelos entre as suas pernas se dizendo doloridas porque os últimos clientes haviam sido brutos demais em seus movimentos durante o programa e ainda havia Tábata que estava sentada ali com ela, sentada em uma cadeira de bar metálica e enferrujada, lixando as suas unhas. Tábata estava toda suada, estava fazendo faxina e usava um top branco bem surrado, com babados.
— Menina, tu sabe que a gente por aqui é um túmulo, né? O que você disser aqui... Por aqui mesmo fica – disse uma das prostitutas para Tábata.
— Onde é que você quer chegar com esse papinho, hein? – Tábata questionou.
— Ai, menina, cospe logo a verdade. Foi você? Você quem meteu as seis balas no peitão do Geraldinho? Você o matou?
— Eu não matei o Geraldinho. Não fui eu. Eu não matei o meu marido – Tábata foi direta.
Na suíte do hotel Copacabana Palace, a assassina Carla continuava esbanjando. A sua festa misturada com orgia seguia interminável. Agora Carla havia comprado um balanço erótico que pendurou no teto da suíte e logo transava com os homens enquanto se balançava no ar. Ela não parava de beber champanhe, não parava de comemorar e de rir.
— Está animada para o passeio da escola, minha filha? – Reinaldo Ricardo perguntou para Bela Flor agora que ele dirigia a levando para a escola. Ela no banco de trás e Robert logo ao lado dele.
— Eu não quero ir.
— Ah, não, minha filha? Mas como assim não quer? Será um passeio para um parque lindo. Ah, você vai sim. Porque senão vai ver todos os seus coleguinhas dizendo o quanto foi divertido depois e vai se sentir arrependida por não ter ido – Robert disse.
— Por que você não quer ir, minha filha? Conta pro papai – Reinaldo Ricardo continuou.
— Porque eu não quero.
— Filhota, "porque eu não quero" não é uma resposta – Robert adicionou.
— Belinha, aquele menino Thor voltou a implicar com você? É esse o motivo?
Silêncio.
— Belinha, você não pode manter segredos entre a gente. Esconder coisas das pessoas que você ama, só estraga tudo. Lembra que já conversamos sobre isso? – Reinado Ricardo seguia tão tranquilo.
— Podemos falar de outra coisa? – Bela Flor pediu.
Perante aquela reação da menina, Robert e Reinaldo Ricardo decidiram ir falar novamente com a diretora da escola.
— Olha, eu vou ser curto e grosso, porque só o que nós queremos saber é se os ataques, o bullying contra a nossa filha voltaram ou não a acontecer – sempre mais duro do que Reinaldo Ricardo, foi Robert quem fez aquela exigência a diretora.
— Bem, não fiquem nervosos, mas, sim, houve um novo incidente envolvendo piadinhas contra a Bela Flor devido à relação de vocês dois, os pais delas e...
— AAaaaahhh, mas eu não eu estou acreditando NESSA PORRA!
— Calma, Robert. Olha o vexame – Reinaldo Ricardo pediu.
— Vexame É O CACETE. Você já está cansado de saber que eu chuto o pau da barraca mesmo! Como a senhora se acha no direito de não ter nos comunicado nada uma vez que a nossa filha voltou a ser atacada e humilhada aqui dentro dessa escola chulezinho do vovô?!
— Eu estou fazendo tudo o que eu posso e...
— Escuta aqui... – e Robert apontou o seu dedo bem na cara da diretora. – Se dependesse só da minha vontade eu já tinha tirado a nossa Belinha dessa merda de escola há muito tempo, mas o Reinaldo Ricardo fica com esses ideais de que não adianta fugir dos problemas, de que será assim em qualquer escola, que é necessário encarar, mas que a senhora fique avisada de que eu não estou nada satisfeito com esse seu "fazendo tudo o que posso". Nada satisfeito! – e Robert se levantou muito irritado.
Judá foi visitar Betinha na agência de modelos dela.
— Oi, Judá. Ai, fala. Conseguiu alguma informação sobre o meu pai como eu te pedi?
— Olha, Betinha, eu consegui algumas coisas sim, mas...
— Ah, não. Sem suspense, pelo amor de Deus. É coisa ruim? Descobriu alguma besteira que aquele inconsequente fez? Fala de uma vez, homem!
— O seu pai está encrencado com a justiça, Betinha. O seu pai está sendo procurado pela polícia. Ele é um foragido.
O balanço erótico de Carla.
> > > Continua . . .
VOCÊ ESTÁ LENDO
Os Corações Sobreviventes - Capítulo 001 a 200
Romance- Indicado ao 1º Prêmio Wattpad Brasil ( #WBr2018 ) - 2 indicações ao ADA2018 (Prêmio Da Academia De Artes Literárias) Betinha é uma jovem que vende vassouras pelas ruas para garantir a compra da sua passagem para uma viagem internacional. Ela plane...