Capítulo 95 - Surpresinha

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O que Betinha viu foi dois dos sete pitbulls de Cachorro Brabo sobre a cama fazendo cocô bem naquele instante.

- Sai! Sai já daí! Sai! – Betinha gritou brigando e se aproximando dos animais sobre a cama.

- O que está acontecendo? – Cachorro Brabo entrou no quarto perguntando.

- O que está acontecendo? Olha bem pra nossa cama pra você ver o que está acontecendo!

- Homem de Ferro! Anjinho de Jesus! Mas que coisa feia – Cachorro Brabo brigou com eles do seu jeito, chamando os cães pelos nomes que tinha dado para eles.

Ele fez os cães descerem, puxou a colcha agora suja para longe, se jogou na cama deitando e logo os pitbulls pularam sobre ele, lambendo o seu rosto e Cachorro Brabo ria brincando com os pitbulls como se ele não passasse de uma criança grande.

- Já não bastava você ter arranjado esses pitbulls que são animais perigosos, e agora eles ainda entram no nosso quarto e...

- Pitbulls não são perigosos. Isso é só um mito ignorante. Eles são as criaturas mais dóceis – ele defendeu interrompendo Betinha. – Ei. O que você está escondendo aí na mão? – Cachorro Brabo então perguntou ao olhar para a mão direita de Betinha que estava fechada em um punho porque ela escondia o anel que Dalton a deu.

- Nada – Betinha disse já saindo.

- Como assim nada?!

- Fica aí com os seus pitbulls cagões! – Betinha disse já longe. Conseguiu escapar.

Mais tarde, Betinha saía para um novo encontro secreto com Dalton quando foi parada na porta pelo detetive Jocler.

- Você não vai levar um casaco, Betinha? Eu vi mais cedo na previsão do tempo da TV que vai esfriar – Jocler a disse.

- Você parece até a minha mãe falando.

- Me desculpe. Eu não queria...

- Imagina. Não estou brigando. É só o meu jeito de falar. Eu já tinha até separado um casaco mesmo. Esqueci lá no quarto. Vou buscar.

- Eu pego pra você! Pode ir lá fora para o carro que eu levo lá.

- Pode parar, Jerônimo. Eu que não nasci pra essa coisa de bancar a madame com gente fazendo tudo pra mim. Não sou nenhuma aleijada.

- Não me custa nada – Jocler insistiu, tão prestativo e foi até ao quarto dela.

No quarto, Jocler pegou o casaco preto sobre a cadeira e por dentro dele enfiou um alfinete muito discreto que na verdade era um microfone espião, uma escuta.

Assim, quando Betinha estava depois com Dalton na cobertura usando o casaco, Jocler podia ouvir tudo o que eles conversavam.

- Vamos viajar de novo? – Dalton perguntou abraçado a Betinha, os seus olhos brilhantes e apaixonados vidrados nela.

- O quê? Mas já?!

- Sim. Já. Vai me dizer que não foi ótimo embarcar no meu jatinho e passar o dia inteiro em Fernando de Noronha? Vamos pra lá de novo. Ainda tem tanta coisa maravilhosa por lá que não fizemos. Podemos mergulhar dessa vez, mas bem profundo mesmo, conhecer as espécies mais exóticas de peixes. Tem cada coisa linda.

- Ai, Dalton...

- Você está com medo de que, meu amor? Não foi tudo tão tranquilo na viagem? Vai ser tudo tranquilo e maravilhoso de novo nessa segunda vez.

- Ok. É. Ok – Betinha cedeu, concordou e eles se amaram.

- O Dalton levou a Betinha para Fernando de Noronha no jatinho dele esses dias e confirmaram que farão a mesma viagem amanhã de novo – Depois Jocler falava ao celular com Anja passando todas as informações.

- Filho da mãe desgraçado! – Anja protestou ao telefone. – Ele nunca me levou para viajar no jatinho dele. Nunca me levou para Fernando de Noronha. Ele nem quis que a gente tivesse nem mesmo uma droga de lua de mel. Eu... Que sou a esposa dele! Mas ele resolve fazer todas essas coisas com a favelada do esgoto?! Eles não esperam por esperar a surpresinha bem legal que terão nessa viagem amanhã – Anja ameaçou.

Enquanto de um lado do bairro pobre Geraldinho continuava enchendo a sua conta bancária particular com as grandes quantias de dinheiro que desviava para ele roubando dos negócios de Cachorro Brabo, do outro lado o "Buraco do Binho" continuava sendo um negócio muito lucrativo.

Naquela noite, Binho conversava com algumas das prostitutas próximo ao balcão, dando orientações sobre como elas deveriam agir com os clientes, até que ele se virou e viu Tábata conversando com um homem ao fundo. O homem simplesmente segurou Tábata pela cintura e começou a sussurrar em seu ouvido, então Binho perdeu o juízo ao ver aquilo. Ele agarrou as primeiras garrafas de cerveja que viu, segurou uma com cada mão, bateu elas contra a mesa e logo apontava os gargalos pontiagudos de vidro para o homem que agarrava Tábata.

- SAI DE PERTO DA MINHA MULHER OU VAI TER SANGUE ESCORRENDO AQUI DENTRO DESSE BORDEL E É HOJE E É AGORA!

- SAI DE PERTO DA MINHA MULHER OU VAI TER SANGUE ESCORRENDO AQUI DENTRO DESSE BORDEL E É HOJE E É AGORA!

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Detetive Jocler (conhecido dentro do casarão pela sua identidade falsa: capanga Jerônimo). 


> > > Continua . . . 


Os Corações Sobreviventes - Capítulo 001 a 200Onde histórias criam vida. Descubra agora