Capítulo 34 - Bola

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O tiro disparado por Binho acertou o braço direito de Lorenzo de raspão e foi uma atitude que chocou todos ali na rua. Binho aproveitou a correria e pânico das pessoas que acontecia e correu também, fugiu, não esperaria ali para ser preso. Lorenzo apertou o seu braço que agora sangrava e ele sentia queimar de dor. Mesmo em choque com o susto, Dalton segurou o amigo, o colocou dentro de seu carro e o levou até a clínica particular mais próxima.

Certamente, dentro do quarto da clínica particular de alta qualidade, após o curativo no ferimento do tiro de raspão ter sido feito, Dalton exigiu que o amigo o contasse de uma vez toda a verdade sobre o que vinha acontecendo em sua vida.

— E você foi assim, transando com a mulher só porque ela se ofereceu de forma ridiculamente fácil? Você achou o seu pinto no lixo? Foi isso? Não tem nenhum amor próprio? – Dalton brigava com o amigo.

— Pode ir parando. Também não é assim. Você nem sabe...

— Claro que eu sei quem é essa oportunista barata! – Dalton foi logo cortando Lorenzo para deixar a situação clara. – É a Tábata, a vizinha intrometida da Betinha. Ela já me atendeu também quando eu fui lá atrás da Betinha. E você acha que ela também não se jogou pra cima de mim? Claro que fez! Só faltou enfiar a mão dentro da minha calça. Mas você sabe o que eu fiz? Eu fiz o que você devia ter feito... Eu virei as costas e fui embora, cara! A última coisa que você podia ter feito é se enfiar numa roubada dessas. Se ainda fosse algum mulherão de verdade...

— Ei! Ela pode ter aquela cicatriz no rosto da navalhada que levou no passado, mas ela tem um corpão sim – Lorenzo tentava se justificar. – E o que ela sabe fazer numa cama...

— Claro que ela tem que ser boa numa cama. O passado de prostituta está escrito em letras gigantes, gritando na cara dela – Dalton ainda brigava irritado. – Lorenzo, Lorenzo... Você não pensa. E que tal falar sobre o que primeiramente fez você ir até lá. Eu já não disse que não quero mais saber da Betinha? Pra que foi tentar arrastá-la de volta para a minha vida?

— Quer saber, Dalton? Já chega de me massacrar. Eu só queria ajudar.

— Estou vendo como. Procurava por uma solução que me ajudaria dentro da vagina da Tábata?

— Cansei! Se vire sozinho, então. Só peço que esse assunto morra aqui. Nem quero dar parte do marido corno na polícia pelo tiro. Morreu o acontecido! Só o que faltava é essa confusão toda chegar aos ouvidos da minha namorada lá no Canadá.

— Estou vendo que você está sabendo mesmo levar bem essa coisa de namoro à distância. Coitada da Canadense. Parabéns pra você – Dalton concluiu dizendo.

Betinha estava em seu quarto, sentada no banquinho da penteadeira e à frente do moderno notebook. Navega em um site qualquer, até que acabou esbarrando com as fotos do paparazzi que mostravam Anja e Dalton almoçando juntos, dando as mãos, se beijando. Betinha não queria sofrer com aquilo, mas o seu coração tinha vontade própria e de repente ela olhava para aquelas fotos sem nem piscar. Ela lamentava o caminho que o destino havia tomado, porque a sua mente a levava de volta lá para o acidente de avião, lá atrás quando conheceu Dalton, quando de apaixonou à primeira vista e tudo que passaram juntos. Betinha quase chorava olhando para Dalton nas fotos e foi quando Cachorro Brabo entrou no quarto de repente e entrou furioso. Betinha só bateu notebook fechando o mais rápido que o seu reflexo conseguiu. Agora só rezava em silêncio para que Cachorro Brabo não tivesse notado que ela quase chorava olhava para as fotos de Dalton. Ela nem era capaz de imaginar o que ele faria se soubesse que ali ainda mantinha todos aqueles sentimentos profundos por outro homem.

— Mas o que aconteceu? – Betinha perguntou para ele.

— Fica trancada aqui dentro desse quarto e não bota a cara pra fora, nem no corredor! – Cachorro Brabo disse com um tom de voz assustador, pegou uma faca com cabo de ouro puro no armário e saiu de novo. – Porque hoje vai chover aqui dentro desse casarão e vai chover sangue!

Logo Cachorro Brabo estava no salão do seu trono de couro. Lá, Geraldinho era segurado por quatro outros capangas.

— Então vamos recapitular toda essa historinha suja – Cachorro Brabo começou apontando a faca para Geraldinho. – Quer dizer então que você, do nada, se revoltou comigo e começou a fazer negócios pelas minhas costas? Usando o meu dinheiro e achou que eu nunca descobriria? Fala agora na minha cara. Está tendo se tornar... O novo Cachorro Brabo?

— Você não tem mais condições de comandar isso tudo aqui. Você se transformou num pombinho apaixonado. Perdeu a mão firme.

— Eu tirei você da rua, da sarjeta. Você era um molequinho molambento, ladrãozinho de galinhas, coisinha micha que já teria morrido de fome aí pelas esquinas se eu não tivesse trazido você pra trabalhar pra mim. Eu te transformei no melhor capanga, no homão que você é hoje, eu te dei tudo, tudo. Sem mim você era nada! E é assim que você me agradece? Tentando tomar O MEU LUGAR?! Pede desculpa. PEDE DESCULPA!

Silêncio.

— Ah, que pena pra você, Geraldinho. Como eu sou uma alma muito boa, eu tinha planejado até aliviar um pouco pra você se tivesse se desculpado. Assim eu teria cortado fora só uma das suas bolas, mas já que você prefere manter o orgulho... Corto as duas.

E ali, na frente de todos capangas, enquanto Geraldinho era segurado, Cachorro Brabo usou a sua faca afiada para cortar foras os dois testículos de Geraldinho.

— Leva! Leva para o hospital! Ele tem que viver. Vai ficar vivo pra servir de exemplo para que todos saibam o que acontece com quem TENTA passar Cachorro Brabo para trás.

Enquanto Cachorro Brabo gritava a ordem um lado, de outro lado Geraldinho gritava de dor e era carregado para fora do casarão às pressas.

Betinha se assustou quando Cachorro Grande retornou ao quarto batendo a porta dupla daquele jeito. Cachorro Brabo, com todos os seus dois metros de altura e muitos músculos tatuados, estava sem camisa e tinha o seu peitoral, braços e partes do rosto sujos com o sangue de Geraldinho. Ensanguentado e com os olhos arregalados, ele foi se aproximando de Betinha e ela tremia, porque não podia imaginar o que ele seria capaz de fazer em seguida.

 Ensanguentado e com os olhos arregalados, ele foi se aproximando de Betinha e ela tremia, porque não podia imaginar o que ele seria capaz de fazer em seguida

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Os Corações Sobreviventes - Capítulo 001 a 200Onde histórias criam vida. Descubra agora