Capítulo 85 - Frango

205 27 10
                                    

A mesa de jantar que Cachorro Brabo mandou montarem era espetacular. Metros de comprimento, muita comida (tortas, massas, churrasco, sobremesas, caldos, assados). Era de fato o banquete que ele havia prometido fazer para comemorar a saída de Betinha do coma e agradecer a Dalton pelo que ele havia feito antes.

Betinha já estava totalmente recuperada. Ela sentava-se ao lado esquerdo da mesa e a sua mãe sentava-se ao lado dela. Cachorro Brabo na ponta da mesa, como um rei e segurava a mão de Betinha.

Dalton entrou no salão enorme que era a sala de jantar naquele instante com aqueles três homens armados com metralhadoras vindo logo atrás dele.

- Dalton?! – a mãe de Betinha soltou chocada no instante que viu o bonito jovem empresário entrar, mas Betinha logo deu um chute de leve por debaixo da mesa na perna da sua mãe como quem dizia "não dá bandeira, mãe".

- Pois é, sogra! Esse aí é o tal do Dalton que salvou a Betinha lá na Líbia daquela vez, com os terroristas. A senhora também lembra? – Cachorro Brabo perguntou enquanto Dalton se sentava bem ao lado de Eldora.

- É... Obri---obrigada por salvar a minha filha – Eldora disse gaguejando porque só o que ela tinha em sua mente agora era memória da noite em que ela flagrou Dalton no quarto com Betinha ali no casarão mesmo e preciso distrair os capangas para que ele conseguisse fugir sem ser visto.

- Pode atacar, cara! O que foi, mané? Gente rica, playboyzinho engravatado assim que nem tu não come? – Cachorro Brabo perguntou para Dalton e deu uma grande mordida numa gorda coxa de frango assado.

- Eu vou comer. Obrigado – Dalton disse todo sem jeito e trocou olhares com Betinha.

- É. Eu vi você lá no quarto da Betinha, segurando a mão dela, da minha esposa – Cachorro Brabo disse com a boca cheia de frango.

- Eu só queria me certificar de que ela estava bem.

- Eu posso até entender que simpatizou com ela depois que a salvou lá no ataque terrorista, mas que fique de conselho: nada se empolgar muito. Ela tem dono – Cachorro Brabo disse por fim e agarrou o braço de Betinha.

O clima naquele jantar era muito incômodo, beirando o insuportável. Cachorro Brabo olhava para Dalton, Dalton olhava para Betinha e Betinha olhava para Geraldinho enquanto ele se mantinha de pé ali no canto se esforçando para não soltar uma gargalhada.

- Anja, não é melhor chamar a polícia, menina? E se foi um sequestro? Aqueles homens com umas armas enormes fazendo o senhor Dalton entrar dentro daquele carro daquele jeito – dizia aflita a empregada.

Mas logo Anja recebeu a ligação em seu celular. Era o detetive Jocler que (infiltrado dentro do casarão com o seu disfarce de capanga Jerônimo) rapidamente informou Anja que Dalton estava ali como convidado para o jantar.

- Safado! SAFADO! Viu, vaca? E você aí toda preocupadinha com ele. OTÁRIA! O Dalton está lá. Foi obrigado a ir jantar com a Betinha porque o marido criminoso dela queria agradecê-lo por aquela cena patética que ele promoveu na Líbia salvando a vida daquela cachorra.

- Mas agora mesmo que eu fico preocupada então, Anja. O senhor Dalton lá ao alcance desse homem perigoso que é o marido da Betinha. E se fazem mal para ele?

- Pois eu vou ficar aqui é rezando para que o marido da Betinha arranque fora o pinto do Dalton.

- Anja! Como é que consegue dizer uma coisa dessas?!

- O quê? O Dalton não usa aquele pinto dele comigo, ele usa com a Betinha, então se arrancarem fora você quer que eu faça o que? Que eu chore? Que eu proteste? Eu vou é dar uma festa!

Anja subiu para o seu quarto e foi logo fazendo uma ligação. Ela ligou para Malvin, fingiu o choro, mentiu dizendo que Dalton havia "batido nela outra vez" e assim convenceu Malvin a ir até à sua mansão. Quando o jovem lindo e ruivo estava lá, Anja ainda foi além. Ela convenceu Malvin a transar com ela na cama onde ela dormia com o seu marido.

Tábata, a mendiga, perambulava pelas ruas. Naquela noite de sábado ela foi andando e andando sem rumo até que foi parar na porta do bordel-cassino do seu marido Binho. Ele saiu rindo, vestido bem com terno todo branco, tão contente porque por mais uma noite o lugar estava fervendo e fazendo muito dinheiro, até que ele deu de frente com Tábata.

- Binho, socorro. Me ajuda. Me tira da rua. Eu vou morrer se eu continuar assim. Se você não me estender a mão, eu vou morrer – Tábata disse chorando.

Binho olhava para Tábata, toda descabelada e suja e maltrapilha daquele jeito. Para ele parecia que o mundo havia parado agora, porque ele pensava sobre o que iria fazer.

 Para ele parecia que o mundo havia parado agora, porque ele pensava sobre o que iria fazer

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Apenas uma pequena parte da mesa do banquete oferecido por Cachorro Brabo. 


> > > Continua ... 

Os Corações Sobreviventes - Capítulo 001 a 200Onde histórias criam vida. Descubra agora