Capítulo 91 - Porquinho

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— Ai, Dalton. Eu não sei se é uma boa ideia, meu amor. Quero dizer... Da primeira vez que estivemos dentro de um avião... Ele caiu. Da segunda vez dentro de um avião... Fomos sequestrados por terroristas. Agora ir para as alturas por uma terceira vez... – Betinha dizia.

Mas Dalton rapidamente a abraçou pela cintura. Olhou fundo em seus olhos.

— Meu amor, eu entendo e sinto medo também de voar outra vez, mas iremos no meu jatinho. Eu já voei nele tantas e tantas vezes. Eu sei que você nunca foi a Fernando de Noronha. É tudo tão lindo por lá. Você vai amar. E estando só nós dois... Será mágico. Diz que sim.

— Tudo bem – Betinha disse e suspirou bem fundo cheia de reservas que tentava superar. – Nós vamos. Eu aceito.

E eles se beijaram, tão felizes e apaixonados.

— Eu só queria entender direitinho que onda de incompetência é esse que se instalou por aqui – Cachorro Brabo dizia naquele mesmo instante para todos os seus capangas que estavam reunidos com ele no salão do casarão. – Isso é um algum tipo de vírus? Tem alguma porra de mosquito que pica vocês e deixa todo mundo incompetente? É ISSO?! Porque primeiro a minha esposa leva um tiro na cabeça durante a festa de aniversário dela e hoje eu tomo um tiro no braço enquanto caminho pelo meu jardim. O QUE É ISSO? QUE PORRA É ESSA? Pra que é que eu pago vocês?! HEIN? Pra que fiquem zanzando aqui pelas redondezas armados e sem camisa fazendo figuração inútil?

— Nós já descobrimos que das duas vezes o atirador se acomodou nos prédios abandonados ali da frente, chefe.

— Ah... AGORA vocês descobriram?! E por acaso AGORA já inventaram também a máquina do tempo para que eu entre nela com a minha esposa e a gente volte no tempo para assim evitar tomar os tiros que tomamos?

— Os tiros vieram de longe, chefe, e estava fora da nossa área de cobertura. Mas isso nunca mais vai se repetir. É porque nós não conseguimos...

E então Cachorro Brabo sacou o revólver de ouro atrás de sua calça e disparou bem na cara do capanga que estava falando e dando várias desculpas. O homem caiu morto assustando a todos.

— E é bom que não se repita mesmo, porque da próxima vez que eu ou qualquer pessoa da minha família levar um tiro... Mato todos vocês e contrato uma leva toda nova de capangas que seja competente de verdade – Cachorro Brabo disse bem sério e saiu.

— Veio trazer boas notícias, velho? Estou precisando. Me diz que descobriu algum ponto fraco da Betinha. Algo bom mesmo que eu possa usar contra ela de uma vez por todas! – Anja dizia para o detetive Jocler naquela noite quando recebia a visita dele em sua mansão.

— Eu vim pedir demissão, Anja – Jocler a disse.

— O quê?!

— Eu não consigo mais. Está pesando bem na minha consciência. Você já deu um jeito de acertar um tiro na cabeça da menina porque eu contei pra você sobre o Geraldinho. Também já deu um jeito de atirar no marido dela porque eu contei pra você sobre o Dom Lazar. Você está desgraçando a vida da coitada da Betinha e tudo graças às informações que eu passo pra você...

— PORQUE ESSE É O SEU TRABALHO, Ô SEU JUMENTO!

— Pois eu não quero mais. Estou fora! Eu me conheço! Eu sei que eu nunca vou me perdoar se você realmente conseguir matar a Betinha. Eu me apaixonei pela Eldora e toda vez que eu estou com ela, eu só fico pensando que...

— Ah HÁ! AH HÁ HÁ HÁ HÁ HÁ! O gordo velhão foi se apaixonar pela mãe da favelada fedida a esgoto. Era só o que me faltava. Que profissional que você é, hein? Catando as velhas em horário de serviço.

— Aconteceu e...

Então Anja pegou uma faquinha que repousava sobre a mesinha da sala, pulou atrás do detetive, envolveu o pescoço dele com o seu braço e apontou a faca.

— Vai largar o caso, vai? Vai parar de espionar a Betinha? Fala de novo que está se demitindo. FALA e eu enfio essa faca tão fundo nesse teu pescoço gordo que você vai sangrar até a morte feito um porquinho.

— Está certo... Está certo, eu continuo espionando – Jocler disse então tremendo tanto.

— Muito bem. Muito sensato. Agora some daqui. Volta para o casarão da favelada e trate de coletar informações úteis pra mim. Vai! OINC! OINC! OINC! – Anja ficou imitando aquele som que os porcos fazem enquanto Jocler saía e ela ria bastante.

No dia seguinte, Cachorro Brabo partiu em uma nova viagem curta para expandir os seus negócios ilegais de agiotagem. Para Betinha a viagem dele veio no melhor momento possível, porque também era o dia quando ela partia para a viagem com Dalton, então ela pôde deixar o casarão sem precisar dar explicações para o seu marido. Mas Geraldinho viu quando Betinha partiu toda arrumada e decidiu segui-la pilotando a sua moto.

Geraldinho seguiu Betinha até aquele mini aeroporto numa zona tão afastada na cidade. Ele ficou de longe e via Betinha beijando Dalton tão apaixonadamente enquanto os dois estavam abraçados em frente a um lindo e lustroso jatinho particular de cor vermelha.

— Ah, então os pombinhos amantes vão viajar juntos? O Cachorro parte e a gatinha piranha faz a festa – Geraldinho disse para si mesmo.

Rapidamente, Geraldinho tirou o celular do bolso de sua calça, aplicou o zoom e tirou várias fotos de Betinha beijando Dalton em frente ao jatinho.

— Peguei vocês.

O jatinho particular que pertence a Dalton

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O jatinho particular que pertence a Dalton. 

O interior do jatinho de Dalton

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O interior do jatinho de Dalton. 

Geraldinho

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Geraldinho.


> > > Continua . . . 


Os Corações Sobreviventes - Capítulo 001 a 200Onde histórias criam vida. Descubra agora