Capítulo 179 - Espelho

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E Anja largou os pulsos da menina. A pequena Sabrina despencou lá fora do sexto andar.

- NÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃOOOOOOOOOOOOOO! – Betinha gritou.

Dalton e ela correram até à janela então, empurraram Anja de lado. Então eles viram o que havia acontecido lá embaixo. Havia um caminhão com o teto da parte de carga aberto estacionado bem ali abaixo, um caminhão que transportava uma carga de milhares de pacotes de fraldas e foi sobre aquele montante de fraldas onde Sabrina caiu. Ela chorava lá embaixo agora, deitada no meio do monte de fraldas empacotadas, possivelmente tendo torcido alguma parte de seu corpo, mas na medida do possível estava bem, estava viva. A sua queda havia sido amortecida.

Dalton e Judá correram até lá para resgatar a menina.

- AAAAAHHHHHH! – Betinha liberou aquele grito então que queimava feito brasa forte dentro dela e PA! PA! PA! PA! Já se lançou contra Anja a acertando vários tapas.

Um dos policiais segurou Betinha. Inútil. A raiva dentro de Betinha, a raiva de uma mãe contra aquela que fez tanto mal contra a sua filha, era enorme demais para ser medida ou controlada, então ela logo conseguiu se livrar do domínio do policial e agarrou Anja. Betinha encheu a mão segurando toda aquela porção do cabelo de Anja, a levou para frente do grande espelho pendurado ali na parede do quarto de hotel e CRACK! Bateu a testa dela contra o espelho criando uma rachadura. CRACK! Bateu a testa dela de novo e rachadura aumentou. CRAAAAACK! Bateu a testa de Anja contra o espelho pela terceira vez e agora o espelho se despedaçou por inteiro e Betinha jogou Anja no chão a fazendo cair sobre a pilha de cacos.

Um policial arrastou Betinha para fora do quarto de hotel então definitivamente. O outro policial levantou Anja e algemou as mãos dela para trás.

- Ei! EI! Que algemas são essas? Você não pode me levar. VOCÊ SABE QUEM EU SOU?! EU SOU ANJA DELLAVINIE! – Anja berrava com aquela linha de sangue agora escorrendo a partir do alto de sua testa.

- A senhora tem o direito de permanecer calada – foi tudo o que o policial disse a levando.

Lá fora, lá embaixo, Dalton tirou Sabrina do caminhão e logo, na calçada, abraçava a menina. Betinha veio correndo até eles, se ajoelhou na calçada e se uniu naquele abraço também. Pai, mãe e filha estavam juntos outra vez.

- Eu não posso mentir. Eu... Eu ainda me sinto meio inseguro com isso – Lorenzo dizia para a senhora em sua sala agora. Era a babá. Lorenzo havia seguido o conselho de Robert e contratou uma.

- Isso é normal. Mas a minha presença aqui não diminui em nada a sua presença de pai – a senhora o dizia.

O bebê Pietro Enzo chorou agora.

- Oooohh. Vamos lá, senhor Bocão. Vamos preparar uma mamadeira bem deliciosa pra você e trocar essa fraldinha cheia – tão paciente e doce, a senhora babá disse tirando o bebê dos braços de Lorenzo e o levando para o quarto.

- É. Eu vou me acostumar. Eu tenho que me acostumar – logo sozinho na sala, Lorenzo dizia para si mesmo enquanto coçava o topo de sua cabeça, inquieto.

A visita que Robert e Reinaldo Ricardo fizeram com a sua filha Bela Flor a Lorenzo para ajudá-lo com o bebê naquele dia teve uma consequência. Após presenciar os seus pais segurando e elogiando tanto o bebezinho, a menina Bela Flor se encheu de ciúmes, estava chateada agora e para fazê-la se sentir melhor, os seus pais atenderam um pedido seu: eles a levaram até a um pet shop para ela escolher um bichinho de estimação para levar para casa como já pedia fazia tempo.

Bela Flor andou e andou pela loja, viu gatos, cães, tartarugas, hamsters, até que voltou para perto de seus pais segurando a caixa de vidro com o bichinho que ela escolheu: uma cobra.

- Eu ainda não estou acreditando que vamos ter uma cobra dentro da nossa casa. Eu tenho pavor de cobras! – Robert disse baixinho para Reinaldo Ricardo enquanto os dois estavam na fila do caixa esperando para pagar pelo bichinho.

- Para de charme porque você já é bem acostumado à cobra – e quando disse aquilo, com um sorrisinho de menino levado, Reinaldo Ricardo apontou para baixo, para a sua calça.

- Aaaaiiiii. Como você é imundooo – Robert reagiu dizendo e logo dava tapas no ombro de dele e consequentemente eles riam muito daquela situação toda.

Betinha e Dalton voltaram ao Brasil, agora com a sua filha, como sempre sonharam. Ao entrarem na mansão, Sabrina ainda não havia pronunciado uma palavra. Ela tinha o seu bracinho enfaixado agora por causa da queda (havia tido uma leve torção) e se mantinha estática.

Tão paciente e amorosa, Betinha se agachou em frente à Sabrina ali no meio da sala, a segurou docilmente pelos ombros.

- Minha filha, acabou. Aquele pesadelo todo acabou. A Anja nunca mais vai te fazer mal. Agora você está aqui, Sabrina. Está aqui com a mamãe.

- O meu nome não é Sabrina! – a menina falou finalmente e as suas primeiras palavras para Betinha vinham carregadas de revolta. – A Anja é a minha mamãe. VOCÊ NÃO É A MINHA MÃE!

Cobrildio, o novo bichinho de estimação da menina Bela Flor

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Cobrildio, o novo bichinho de estimação da menina Bela Flor.


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Os Corações Sobreviventes - Capítulo 001 a 200Onde histórias criam vida. Descubra agora