Capítulo 26 - Condição

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— Ir para o Acre? Ficar um mês longe daqui? Longe de mim? Você perdeu a cabeça de vez, mulher?! – Cachorro Brabo não acreditava no pedido que ouvia.

— O que você quer de verdade? Quer que eu continue presa dentro desse casarão o dia inteiro? Todos os dias? Sem ter vida própria? Vivendo só para ser "a esposa do chefão Cachorro Brabo" e nada além disso? Quer que eu seja infeliz?

— Eu quero você aqui o tempo todo SIM, sendo a MINHA esposa SIM! Quero! Quero!

— Você ouviu a última parte do que eu disse? Quer que eu seja... Infeliz?

Foi prestando atenção naquela palavra que Cachorro Brabo finalmente se acalmou, parou, pensou.

— Está bem. Eu deixo você ir. Deixo só porque sei que eu me casei com uma mulher muito inteligente, que nem mesmo pensaria na possibilidade de aproveitar esse afastamento para fugir de vez de mim.

— É só trabalho. Um mês e eu retorno. É claro que eu retorno. Vai me fazer muito bem voltar a trabalhar. Eu gosto dessa coisa toda das fotos, dos desfiles...

—Acontece que vai ter uma condição para eu liberar a sua partida – ele disse.

—O que é isso agora? Que condição?

— 24 horas seguidas, sem pausas, de sexo.

— O que foi que disse? – Betinha perguntou com os seus olhos enormes. Não acreditava.

— É isso mesmo o que você ouviu. Só eu e você trancados nesse quarto. Vou mandar trazerem água e frutas pra deixar aqui. O máximo que vai rolar vai ser uma pausa de dois minutos entre uma transa e outra só pra gente beber água e morder uma fruta, só pra não desidratar mesmo, mas vai ser 24 horas completas de sexo. Essa é a minha condição para deixar você seguir viagem.

Betinha acabou aceitando. Um empregado deixou a bandeja de prata enorme sobre a mesinha do quarto com a grande jarra de cristal cheia d'água até em cima e várias frutas em volta. Cachorro Brabo, completamente nu, agarrou Betinha às 15h em ponto daquele dia e só deixou de ter a sua pele suada colada na dela às 15h05 do dia seguinte. Ninguém dormiu nem por um minuto naquela noite.

Naquela tarde, enquanto Betinha arrumava a sua mala no casarão, no cortiço pobre da cidade, Dom Lazar já estava de volta ao seu quartinho pobre, ainda usando os curativos ao redor dos seus pulsos.

— Você me salvou da morte – Dom Lazar disse para a sua assistente Verônea.

A jovem, secretamente apaixonada por ele, quis dizer "fiz isso porque te amo", mas permaneceu calada.

— Eu tive um sonho louco enquanto estava desacordado lá naquela maca de hospital. Sonhei que você dizia que me amava.

— Que sonho louco, Dom Lazar. Muito louco – foi tudo o que Verônea o disse, negando e desperdiçando a sua chance.

Antes que Betinha tivesse a chance de deixar o seu grande quarto arrastando a sua mala, a sua mãe entrou para confrontá-la e tinha uma expressão preocupada.

— O que foi, mãe? Você pode dizer "tchau" pra mim lá fora.

— Betinha, eu sou a sua mãe. Você não pode nunca mentir pra mim. Então fala... Isso é uma fuga? Do Acre você parte direto para qualquer lugar anônimo? Está fugindo pra sempre das garras do Cachorro Brabo?

— Mãe, eu já repeti dez vezes que isso se trata de trabalho. Eu não estou fugindo.

— Você pode se abrir comigo, minha filha. Quem sou eu pra julgar você se estiver mesmo fugindo? Logo eu que mais do que qualquer outra pessoa estou aqui vendo você sendo obrigada a conviver com bandidos, nas mãos daquele homem perigoso...

— Não é nada do que a senhora está pensando, mãe. E para de ficar falando isso. Para, hein – Betinha deu um beijo na testa de sua mãe e finalmente deixou o quarto.

Lá fora, no jardim, na entrada da casa, Robert já estava esperando Betinha em frente ao seu carro estacionado. Eldora veio atrás da filha e Cachorro Brabo, claro, estava ali junto com capangas armados com metralhadoras para se despedir.

— Eu ainda não acredito que você me convenceu a fazer essa viagem de carro. Serão dois dias de carro daqui do Rio de Janeiro até ao Acre, Betinha. Dois dias! De avião seriam só quatro horas! – Robert disse.

— Ah, depois do que aconteceu comigo, eu é que não entro nunca mais em um avião – Betinha disse colocando a sua mala dentro do carro dele.

Cachorro Brabo abraçou Betinha para se despedir.

— Eu te amo – Cachorro Brabo disse para a sua pequena esposa e era a primeira vez que ele dizia. – Mas eu vou atrás de você se tentar fugir de mim. Eu a encontro e mato você por isso. Entendeu? Eu te amo... Mas mato você se fugir – e sem que ninguém visse Cachorro Brabo tirou um revólver do bolso da sua calça e empurrou contra a cintura de Betinha, contra as costelas dela, a assustando imensamente. 

Cachorro Brabo, depois das 24 horas seguidas de sexo com Betinha

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Cachorro Brabo, depois das 24 horas seguidas de sexo com Betinha.


>>> Continua ... 

Os Corações Sobreviventes - Capítulo 001 a 200Onde histórias criam vida. Descubra agora